Em 1999, 27 pessoas criaram a Coopert

Ao completar 25 anos, a cooperativa de catadores é uma das principais entidades do setor no Brasil

Em 1999, 27 pessoas criaram a Coopert
Foto: Arquivo/FOLHA


No dia 18 de março de 1999, surgiu a Cooperativa de Reciclagem e Trabalho – Coopert de Itaúna. Com 27 associados, incialmente, dentre eles alguns homens como o Geraldino de Sousa Filho (Mirinho), Marcos Paulo Cortês e Marco Antônio, e várias mulheres, podendo citar a Madalena Duarte, Nilcelena, Márcia Duarte, Gina e várias outras, foi iniciada a história da cooperativa. Um ponto a ser destacado nesta história é a participação do contabilista e ex-vice-prefeito de Itaúna José dos Santos Pereira (aniversariante do dia 14 de março), que atuou no trabalho de advocacia e contabilidade da Coopert desde o início, grande parte desse período sem remuneração. Dos homens, poucos permaneceram, mas as mulheres ainda comandam aquela que é, aos 25 anos de vida, seguramente uma das maiores cooperativas de reciclagem do Brasil. 

O início se deu muito devido ao desemprego ocasionado com a falência da Cia. Itaunense e o fechamento da usina São João. Também existia a necessidade de oferecer opções ao pessoal que precisava ser retirado do lixão, dentro de um trabalho que o Governo de Minas iniciava, denominado Minas sem Lixão. O município possuía uma usina de separação de resíduos, no Parque Jardim Santanense, que foi entregue à cooperativa para administrar. Mas o trabalho inicial era muito insalubre, pois o lixo chegava à usina muito misturado e não existia uma separação adequada dos resíduos até então. 

Em 2002, portanto três anos após o surgimento da Coopert, a Prefeitura implantou em todo o município a coleta seletiva de lixo nos moldes “Secos e Molhados”. Esse pode ter sido, certamente, o principal fator de crescimento da cooperativa, que, a partir de então, passou a receber os resíduos mais bem selecionados. Houve época em que Itaúna era a recordista nacional em volume de lixo coletado de forma separada. Hoje, sem uma campanha efetiva por parte do Município, os índices são bem menores. Mas um outro fator, ocorrido em 24 de janeiro de 2013, veio fortalecer ainda mais a cooperativa. A Prefeitura de Itaúna foi a primeira do país a contratar uma cooperativa de reciclagem (a Coopert) para a coleta do lixo reciclável em toda a sua área urbana e, também, na área rural. Com a contratação, a Coopert ampliou, inclusive, o número de associados para mais de 80 pessoas. 

Para se ter uma noção da representatividade desse ato, em novembro de 2013, das 1.850 toneladas de resíduos coletados na cidade, 550 toneladas foram coletadas pela Coopert, que reaproveitou o volume de 430 toneladas, chegando a 23% do total recolhido sendo reutilizado, com eficiência acima dos 75% do material recolhido. Na Europa, este índice de reutilização, na maioria dos países, girava em torno de 10%. Somente em novembro, 430 mil quilos de plástico, vidro, papel, papelão e outros recicláveis deixou de ser aterrado. E essa performance foi continuada por vários anos, levando a Coopert ao destaque nacional que a entidade conserva até tempos atuais. E um outro fator ampliou as condições de excelência da cooperativa: em 24 de setembro de 2015, foi inaugurado pela Prefeitura o Centro Municipal de Triagem de Resíduos, onde passou a funcionar a nova sede da Coopert. Observando, ainda, que todos esses avanços foram obtidos durante mandatos do ex-prefeito Osmando Pereira. Hoje, ao completar 25 anos de funcionamento da cooperativa, os cooperados contam com uma estrutura melhor para trabalhar, com independência, reconhecimento da população e todas as condições necessárias para continuar crescendo. Atualmente, são mais de 90 associados atuando no trabalho de coleta e separação de resíduos em Itaúna. E, mesmo com a falta de incentivo atual por parte do poder público, os cooperados contam com uma retirada mensal acima de dois salários mínimos. Uma história de sucesso que merece os parabéns da comunidade itaunense!