Corajosos... Olha a onda... Digo, olha a mala...

Corajosos...  Olha a onda... Digo, olha  a mala...


Os nossos representantes no Legislativo mostraram ontem que não estão mesmo de acordo com as intenções do Executivo de, digamos, “passar a mão na cabeça” dos proprietários da empresa concessionária do transporte público. E desta vez, depois do cancelamento da reunião, na última hora e sob a alegação de que a internet do plenário deu problema... (será?), ao que tudo indica, se o Município vai pagar o que a empresa alega ser prejuízo em consequência da Covid, vai ter que “negociar com os vereadores” na próxima semana para aprovarem a suplementação orçamentária. E nesse caso, acho, as coisas vão demorar mais um tempinho, pois ninguém quer carregar a mala... 

A confirmação da decisão dos vereadores de não autorizar a suplementação orçamentária que possibilitaria ao prefeito pagar à ViaSul sem uma contrapartida mostra que os representantes do povo não vão colocar a “mão na botija”, ou seja, não vão deixar o prefeito ficar tranquilo enquanto eles, vereadores, ficarão em dificuldade com a população. A verdade é que politicamente é uma situação com duas faces de análise para os dois lados, pois, se os vereadores já tivessem aprovado a suplementação para o pagamento do recurso à empresa, seriam massacrados perante a população e por grupos políticos que estão buscando espaço visando a eleição de outubro. E, por outro lado, o Executivo, com a decisão dos vereadores em não aprovar até então, vai se posicionar junto à empresa e aos usuários – principalmente - alegando que fez de tudo para efetuar o pagamento para possibilitar a melhoria dos serviços, com a aquisição de novos ônibus, por exemplo, dentre outros benefícios já citados por inúmeras vezes. 

Em nosso entendimento, o que está acontecendo é um verdadeiro jogo de cena que envolve todos: concessionária, Executivo e Legislativo. Todos estão cientes, e faz meses, de que, independente do desfecho das votações, uma negociação já deveria ter acontecido. E volto a afirmar, se não houver “mala”, a questão será resolvida mesmo é na Justiça. E se isso acontecer, é por causa da falta de habilidade das pessoas envolvidas nas negociações com os vereadores. Quando uso a expressão “falta de habilidade”, estou falando abertamente do procurador da empresa concessionária do transporte coletivo, que é um excelente advogado e uma ótima pessoa, mas não entende nada de política e é um péssimo negociador. Sua habilidade é zero. E nomino aqui também o excelentíssimo Senhor Prefeito Neider Moreira, que se acha o melhor negociador do mundo, mas que só sabe mesmo é negociar levando vantagem. Se não leva, acaba por, literalmente, como dizem, “trocar os pés pelas mãos” ou vice-versa. É outro que não tem nenhuma habilidade. É muito bom em “manobrar” nos bastidores, mas é só. Acaba ganhando, levando vantagens, mas não pode aparecer. Então a questão subsídio para a ViaSul, que era assunto quase que encerrado no âmbito do Legislativo e Executivo, volta à pauta na próxima semana em se tratando de desfecho político. Ou então a solução restante é na Justiça. E, lá no final, a empresa ganha e leva o valor que pretende. Mas por outro lado, mais ninguém leva... Pelo menos por enquanto... O assunto permanece em aberto... pelo menos até semana que vem. Ufa!!! E a “mala”...?

 

Olhando para as eleições municipais

E os movimentos visando as eleições municipais de outubro estão efervescentes nos últimos dias, pois o prazo para a desincompatibilização do serviço público termina no dia 5 de abril próximo. Alguns nomes que vão deixar os cargos de confiança na prefeitura e na Câmara já são conhecidos e, como sempre, algumas manobras já estão definidas para que ninguém leve “prejuízo”. Alguns secretários de governo, pré-candidatos a vereador e/ou até mesmo a prefeito ou vice já mudaram de cargo, pois, dependendo do escalão, podem se desincompatibilizar com 90 dias antes das eleições. Festas de inauguração de sede de partido político também foi realizada essa semana para fazer teste de prestígio de pré-candidato a prefeito. Muita gente compareceu, dentre elas deputados estaduais e federais, ex-prefeito e ex-vereadores e muitos representantes de bairros. A eleição começou e o jogo já está sendo jogado...

Enquanto isso, nos bastidores, algumas candidaturas ainda são articuladas com acomodações partidárias e cálculos, muitos cálculos. Alguns políticos com mandatos, mas no fim do ciclo, apenas observam as movimentações, para saber como se posicionar nos próximos meses. O prefeito, Senhor Neider Moreira, por exemplo, teria dito nos últimos dias que não tem candidato e que está observando as movimentações. Muito desgastado, o alcaide tem afirmado que tem “uma carta na manga”, um nome para a prefeitura. Mas não segue com a conversa. Pessoas ligadas a ele apontam que a saída do seu sobrinho Fernando Meira do cargo de secretário da Saúde é um sinal de que ele pode ter mesmo um candidato, outros nomes, como o de Rosse Andrade, seu secretário de Infraestrutura, também é outra possibilidade.  

É como dizem nos bastidores, ainda tem muita “água pra rolar...”, mas, por outro lado, os movimentos iniciais e de bastidores vão desenhando as disputas para o cargo majoritário e para o de vereadores. Daqui pra frente é muita conversa de bastidores, e muita articulação para se chegar a consensos viáveis para o pleito em outubro. E uma coisa é certa: “política é igual nuvem…”, como já dizia o conhecido político mineiro Magalhães Pinto, ex-governador e ex-deputado federal e um dos grandes nomes da política nacional nas décadas de 80, 90 e 2000.