ALMG debate impactos da mineração
Presidente da AMIG defendeu necessidade de agregar valor ao minério
Para o presidente da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (AMIG) e prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage, é preciso aumentar a arrecadação tributária para atividades mineradoras e agregar valor ao produto. Durante sua fala, ele afirmou que a mineração nunca será sustentável, mas que é preciso discutir a sustentabilidade dos territórios mineradores.
A discussão aconteceu durante o debate público "Justiça Socioambiental e Tributária e as Atividades de Mineração", promovido pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizado na segunda-feira, dia 11.
O debate teve como objetivo tratar do suposto enfraquecimento dos mecanismos de fiscalização na área e dos impactos da atividade minerária no orçamento e na saúde física e mental da população.
A deputada Bella Gonçalves (Psol), autora do requerimento que deu origem ao debate, resumiu algumas das soluções que têm sido propostas: Fundo Soberano dos Municípios, regulamentação da caução ambiental, revisão da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (cfem). Ela destacou, ainda, que não se trata de proibir a mineração, mas de discutir seriamente seus impactos e buscar soluções para os maiores problemas socioambientais.
Lage citou ainda estudos que apontam que municípios mineradores têm custo de vida 40% superior e gastos em saúde pública 70% maiores do que cidades semelhantes sem mineração. Nesse sentido, ele explicou que os empregos gerados constantemente são de baixos salários e terceirizados, o que não ajuda a elevar a qualidade de vida no município.
Tendo isso em vista, ele indicou que a discussão mais importante é sobre como agregar valor ao minério. Ele lembrou que o beneficiamento do minério de ferro produz menos impactos negativos, gera empregos mais qualificados e gera mais lucros.