A maldição do tesouro

Há muito esperava ler um livro deste autor e por incrível que pareça, tenho este livro a muito tempo, mas enquanto ia lendo outras obras, de outros gêneros, esta ficou como que esquecida na estante, mas como costumeiramente acontece, de tempos em tempos, dou uma limpeza e numa destas limpezas vi o livro ali na estante pedindo para ser lido.
Não se engane com o tema, pois trata-se de um FAROESTE, bem ao estilo John Wayne, mas o seu autor Louis L’Amour não gostava da designação acima e os chamava de romances de fronteira.
Em seu auge este escritor foi o mais lido nos EUA e por muito tempo foi o romancista de faroeste a ser batido, no entanto, a crítica não o considerava um grande escritor e ele mesmo certa feita, disse que não o era mesmo e que só depois de muito tempo de escrita é que se considerava um bom escritor.
A escrita de L’Amour em nosso ponto de vista, e até por causa de suas declarações, é experimental, pois ele dizia que não reescrevia seus livros e os defeitos encontrados em determinada obra eram sempre melhorados na seguinte.
Este autor escreveu muito, segundo pesquisa feita sobre ele, tem-se que ele escreveu 100 (cem) romances e mais de 250 (duzentos e cinquenta) contos, havendo vendido até 2010 cerca de 320 milhões de cópias de sua obra.
A obra em questão pertence a saga mais famosa de L’Amour, a saga dos Sackett, cujo protagonista é Nolan Sackett que não é o mais famoso da família e sequer é da família mais famosa, porque ele pertence ao ramo Sackett das Clinch Mountains no Tennessee.
Aqui temos um testemunho dado por ele mesmo: “Nós os Sackett das Clinch Mountains, éramos gente boa, mas também um pouco mais pobres e embrutecidos do que os do alto da Cumberlands, ou os das planícies.”
No momento, Nolan Sackett está em fuga e tem atrás de si uma turba de homens do Novo México com uma corda pronta para pendurá-lo na primeira árvore que encontrarem, mas primeiro terão de “por” as mãos nele.
Havendo saído em disparada do local em que os eventos ocorreram, Nolam saiu pelo país afora, o que ele não esperava era a tenacidade dos perseguidores e graças a um cavalo que não era dos piores a caçada se estendeu até ali, contudo o animal dava mostras de cansaço e não suportaria prosseguir.
Graças ao bom Deus avistou algumas árvores na planície e onde há árvores possivelmente há água, e por consequência gente, gado e quem sabe também cavalos. Cavalgou ligeiramente para aquelas paragens, encontrando de fato gado e cavalos. Aproximando-se, viu logo um baio imponente, crina longa e negra que com um laço trouxe-o para perto de si.
Nolam tratou logo de apear do seu cansado cavalo, de tirar-lhe os apetrechos, como arreios, sela e pertences, transferindo de plano para o baio que se mostrou muito calmo para sua sorte e quando preparava para montar e sair em nova carreira ouviu à suas costas um estalido característico, fácil deduzir que havia uma arma a aproximadamente uns seis metros de distância e se alguém a apontava para você é porque estava também pronto para usá-la.
A experiência dos Sackett com armas começa na infância e uma coisa que se aprende cedo é que há momentos para usá-la e principalmente quando não se deve sequer pensar em usá-la.
“- Senhor – a voz era seca e fria, - não teve muita cautela ao colocar essa sela.
- Pelo contrário..., mas se tiver um cavalo melhor, não me incomodo de mudar a sela.”
O dono do cavalo não estava disposto a abrir mão do animal e o tempo jogava contra os interesses de fuga de Nolam, que sendo indagado sobre o direito sobre o animal foi direto ao assunto, respondendo que bastava olhar para o alto das montanhas e vendo a nuvem de poeira poderá entender de onde vem o direito.
“- O que você fez?
Esta foi a chance para virar e ver o interlocutor.
“- Saquei a arma um pouco mais rápido do que o outro homem” ...
O problema é que ele tinha muitos amigos, o que não era bom para um estranho.
“- Como o chamam?”
- Nolam Sackett.”
Ele era conhecido, mas por ser um fora da lei. Muito embora, ele, Nolam não seja um dos mais conhecidos dos Sackett, sem sombra de dúvidas este é um dos melhores livros dos 17 livros pertencentes a essa saga.
Certamente você se sentirá vendo o melhor do Bang Bang, com toda aquela nostalgia, com paisagens desérticas, tipos aventureiros e elementos sem escrúpulos, onde a moral é imposta pela necessidade.
Tem aquele cheiro de café com ovos fritos e bacon, tudo em nome da sobrevivência.