123 anos de história político- administrativa
Começo este editorial grafando o número 1.600, mas deveria grafar o número 123, com o qual iniciei o título, ou talvez os dois em sequência. Mas, para mim, como pessoa, como profissional e como um itaunense apaixonado, o número 1.600 é mais importante nesta data. Hoje, sábado, dia 14 de setembro de 2024, estamos levando até o cidadão itaunense, ao leitor do jornal FOLHA DO POVO, a edição número 1.600. É apenas uma marca, um número, mas, para nós, profissionais da imprensa, do jornalismo, é um número expressivo e uma marca importante, principalmente num país onde a leitura ainda é para uma pequena parcela... Isso é um feito. E levando-se em conta também que estamos no interior, “encravados” entre as montanhas das Minas Gerais.
E, mais importante que uma marca ou um feito, é fazer parte da história de ITAÚNA, quando o município comemora 123 anos de emancipação política e administrativa. Uma data especialíssima, pois temos hoje uma cidade que foi alicerçada com base no trabalho de uns poucos em prol de todos lá no início do século 20, no ano de 1901. Um trabalho que teve início ainda nas últimas décadas do século 19, culminando com a emancipação em 16 de setembro de 1901, quando o então governador do estado de Minas Gerais, Silviano Brandão, assinou a lei que criava o município. Segundo consta, o então povoado do Rio São João Acima estava com cerca de 20.000 habitantes e o município era composto pelos “districtos de Sant’Anna de São João Acima, Carmo do Cajuru e o povoado dos Tinôcos, desmembrados do município do Pará e dos districtos de Itatyaiussú e Conquista, desmembrados do de Bonfim”, conforme relata a lei número 319.
Fazemos parte então de 1/4 da história do nosso município, pois estamos prestes a chegar aos 30 anos de circulação ininterrupta, então podemos afirmar que, de alguma forma, contribuímos para o crescimento da cidade, fazendo o trabalho jornalístico de observar, de cobrar dos seus administradores as obras e os atos necessários ao seu crescimento e ao melhoramento da vida da sua população. E, como profissionais observadores, podemos afirmar ou reafirmar, pois já escrevemos isso antes, Itaúna é uma privilegiada, pois sempre contou com homens públicos preocupados com o seu crescimento, com a sua sustentabilidade em prol da sua população, isso desde a emancipação, quando teve alguns poucos trabalhando para que o povoado-distrito se tornasse um município, com destaque para Dr. Augusto Gonçalves de Sousa Moreira, para Josias Nogueira Machado e para Senócrit Nogueira. Na sequência, tivemos itaunenses natos e de coração que ocuparam o cargo de gestores do município, sempre buscando o crescimento e a consecutiva melhoria de vida do cidadão.
Então, desde a emancipação, começando com Dr. Augusto Gonçalves de Sousa Moreira, que era médico e foi o primeiro prefeito, ocupando o cargo por cinco mandatos, pelo período de 16 anos, tivemos mais 20 administradores eleitos, e vamos nominá-los aqui, para que todo itaunense saiba que todos contribuíram de alguma forma: Antônio Pereira de Matos, empresário, um mandato, pelo período de 3 anos e 7 meses, entre 1º de junho de 1912 a 31 de dezembro de 1915; Mardocheu Gonçalves de Sousa, empresário, pelo período de 1 um ano, 2 meses e 7 dias, de 20 de outubro de 1922, quando sucedeu e completou o 5º mandato do Dr. Augusto Gonçalves; Dario Gonçalves de Sousa, médico, um mandato, no período de 4 anos, 4 meses e 17 dias, de 1º de janeiro de 1923 a 17 de maio de 1927; Arthur Contagem Vilaça, farmacêutico, no período de 8 anos, 8 meses e 12 dias, de 18 de maio de 1927 a 30 de janeiro de 1936 (como último agente-executivo eleito e o primeiro prefeito nomeado); Lincoln Nogueira Machado, médico, no período de 10 anos, 11 meses e 2 dias, de janeiro de 1936 a 2 de janeiro de 1947, initerruptamente como prefeito nomeado, por duas vezes e eleito; Tomáz Moreira de Andrade, médico, prefeito nomeado, no período de 3 meses e 16 dias, de 3 de janeiro a 19 de abril de 1947; Geraldo Alves Parreiras, empresário, nomeado, período de 7 meses e 25 dias, de 20 de abril a 14 de dezembro de 1947; Antônio Augusto de Limas Coutinho, médico, um mandato, período de 3 anos, 1 mês e 17 dias, de 15 de dezembro de 1947 a janeiro de 1951; Victor Gonçalves de Sousa, empresário, um mandato, período de 4 anos, de 1º de fevereiro de 1951 a 31 de janeiro de 1955; Milton de Oliveira Penido, cirurgião-dentista, dois mandatos, período de 8 anos, (primeiro mandato de 1º de fevereiro de 1955 a 31 de janeiro de 1959 – 2º mandato de 1º de fevereiro de 1963 a 31 de janeiro de 1967; Célio Soares de Oliveira, cirurgião-dentista, dois mandatos, período de 10 anos (1º mandato de 1º de fevereiro de 1959 a 31 de janeiro de 1963 – 2º mandato de 1º de fevereiro de 1977 a 31 de janeiro de 1983); Antônio Dornas de Lima, economista, um mandato, período de 3 anos e 10 meses, de 1º de fevereiro de 1967 a 30 de novembro de 1970; William Leão, cirurgião-dentista, período de 2 meses, de 31 de novembro de 1970 a 31 de janeiro de 1971; Jadir Marinho de Faria, um mandato, período de 2 anos, de 1º de fevereiro de 1971 a 31 de janeiro de 1973; Hidelbrando Canabrava Rodrigues, advogado, 2 mandatos, primeiro mandato de 4 anos, de 1º de fevereiro de 1973 a 31 de janeiro de 1977 – segundo mandato de período de 4 anos, de 1º de janeiro de 1993 a 31 de dezembro de 1996; Francisco Ramalho da Silva Filho, professor, um mandato, período de 5 anos e 11 meses, com início em 1º de fevereiro de 1983 e término em 31 de dezembro de 1988; Osmando Pereira da Silva, empresário, 4 mandatos, sendo o 1º mandato de 4 anos, de janeiro de 1989 a 31 de dezembro 1992, 2º mandato de 4 anos de 1º de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2000, 3º mandato de 2001 a 2004 e 4º mandato de 2013 a 2016; Eugênio Pinto, comerciante, 2 mandatos, período de 2005 a 2012; Neider Moreira de Faria, médico, dois mandatos, período de 1º de janeiro de 2017 a 31 de dezembro de 2020 e 1º de janeiro de 2021 a 31 de dezembro de 2024.
Citamos todos os prefeitos, desde a emancipação, para mostrar que sempre tivemos homens que contribuíram para com o crescimento do nosso município, uns mais outros menos, e cada um ao seu estilo, mas todos deram sua contribuição e a história registra isso, e não há como mudar a história. Participamos como profissional de imprensa, como jornalista-editor da FOLHA DO POVO, de pelo menos 1/4 dessa história e pretendemos continuar vigilantes enquanto Deus nos permitir. Que nossa Itaúna, essa “comuna brilhante”, como bem traduz nosso hino, continue seu caminho de desenvolvimento tendo o seu povo como o principal foco, e, temos a certeza, com os nomes em campanha para a eleição vindoura e com as probabilidades colocadas, que teremos esta sequência. Parabéns, Itaúna! Também fazemos parte desta dessa história.
Por: Renilton Gonçalves Pacheco