Não existem eleições “ganhas” antes que se abram as urnas
Isso é fato. É uma lógica, portanto indiscutível. Prognósticos técnicos, em forma de pesquisas, observações do comportamento do eleitor e aspectos de comportamento e ações dos candidatos, podem e ajudam na formação da opinião do eleitor antes que ele chegue até a urna, mas são vulneráveis a mudanças e a interpretações, portanto não se pode “bater o martelo”. Porém, nestas eleições que se aproximam, ao que parece e indicam as interpretações técnicas das pesquisas, que estão sendo registradas e feitas dentro dos padrões técnicos em todo o país, os números apresentados indicam que superficialmente em muitos municípios brasileiros, mineiros, paulistas, dentre outros, inclusive aqui no nosso, os prognósticos são de que há uma eleição definida.
Ao mesmo tempo em que acho que não existe eleição ganha antecipadamente, observo, no nosso caso, que o eleitor já escolheu, mas fez isso pelos motivos óbvios que também já citamos nos editoriais anteriores. Nos dois últimos editoriais, defendi que Itaúna passou por dois mandatos muito concentrados na mão de um prefeito, em minha opinião, autoritário e que ouviu pouco a população e não trabalhou com a Câmara, um erro que acho grasso e que prejudicou em muito a população, pois o Senhor Prefeito fez o que ele quis, priorizando somente o asfaltamento, em sua maioria, observando critérios somente políticos e não deixou a população participar de forma aberta dos seus projetos. Mas cada um é dono de sua verdade, e nesse caso, a verdade do nosso Senhor Prefeito, ainda em exercício, é conforme a sua conveniência e não a do eleitor, do morador da cidade, que está insatisfeito com o transporte público, com os serviços prestados e com a indiferença. Mas vai passar, está quase passando.
E, assim sendo, o que o eleitor tem que se preocupar agora é em escolher certo, para não reclamar depois. E acho que o certo desta vez é escolher quem conhece o funcionamento da máquina pública, conhece a cidade num todo, e sabe o que é prioridade e onde estão os gargalos e principalmente onde estão os recursos para resolver as situações mais complexas. O momento é para optar pelo candidato que sabe fazer uma leitura das obras prioritárias para o trânsito, para a saúde, para a educação e para a ação social, que é um problema crescente em nosso município e que foi e está relegado a terceiro, quarto plano pelo alcaide e seus asseclas envolvidos com as áreas afins. Fazer “propaganda” de que fizemos isso ou aquilo nas secretarias citadas é uma coisa, mostrar a eficácia das medidas tomadas é outra. Ontem dei algumas voltas pela nossa principal praça, ainda nosso cartão de visitas, mas que está abandonada e tomada pelos moradores de rua e os viciados. Uma vergonha. Falta de mostrar, cobrar e sugerir não foi. Mas cada um é dono da sua verdade, como já grafado acima.
Outra propaganda, em minha opinião, se não é enganosa (pois acho que até não o é...), é em relação ao viaduto na MG-431, na travessia para os bairros Padre Eustáquio, Leonane, Irmãos Auller, dentre outros adjacentes. Em meu entendimento, não sai do papel neste ano. Vai ficar para o próximo prefeito. E, se ficar, pode sair, pois, se o eleito for quem achamos que vai ser, ele sabe onde buscar os recursos e tem prestígio para trazê-los. Aí pode ser que tenhamos, nos próximos 4 anos, uma obra de grande porte finalizada. Mas esta coisa de falar que vai sair e que vai começar é pura enganação. Não há tempo hábil para tal. O Senhor Alcaide vai é deixar um projeto pronto e aprovado aí, para ficar cobrando a obra depois, é o seu estilo.
Mas voltando diretamente às eleições, observamos que está praticamente definida, pois o eleitor, em sua maioria, já percebeu que precisa de um prefeito que saiba para onde olhar e o que fazer para resolver os gargalos. E, durante os programas eleitorais no rádio e na TV, isso ficou evidente, Gustavo Mitre sabe o que vai fazer.
Com essa minha opinião, acho que “desmonto” a suspeição e mostro que tenho mais confiança no conhecimento público do Mitre do que, hoje, na do Maurício, pois o empresário, bom no que faz no setor privado, e sei disso também, pode ter as suas dificuldades no setor público e vai levar tempo para aprender, pois é muito mais difícil que no privado, onde se fala com o dono. Já no setor público, fala-se com o representante do povo. E esse representante nem sempre é de confiança, ainda mais quando não é da cidade e representa toda uma região. Então só o fato de o Mitre ter sido deputado e conhecer os corredores palacianos já é uma grande vantagem.
Quanto a esta questão em que insistem em afirmar de que não sabe administrar, que nunca... que isso e que aquilo... Em minha opinião, além de uma “bobagem”, é uma mentira daquelas de deixar o “nariz grande”. Como já afirmei anteriormente, vocês não imaginam o trabalho que dá ficar “correndo atrás” de governador, deputado estadual, secretário de Estado, diretores técnicos de autarquias estaduais e/ou presidente da República, ministros, senadores e deputados federais, mendigando e/ou quase exigindo recursos para garantir serviços e obras nos municípios. Não é para qualquer um. Tem que saber comunicar, conhecer as entranhas do poder e, mais que isso, não pode ser arrogante, olhar por cima. Enfim, tem que saber, é mais que ser político, é ser primeiro cidadão.
Encerro afirmando que me sinto muito à vontade para me posicionar, primeiro como cidadão itaunense e depois como profissional da imprensa, do jornalismo. E, como sempre afirmei, acho que jornal tem que ter opinião. Temos, tenho e o nosso jornal é o que pensamos. Itaúna vai ter um prefeito que sabe conversar com todos, principalmente com o povo, que há muito tempo não tem um que faça isso, vai ter um prefeito que sabe andar nos corredores palacianos e um prefeito que conhece os córregos, rios, bairros, ruas, escolas, unidades de saúde e as praças... Ou seja, o homem que, insistem em dizer, “nunca trabalhou...” vai fazer muito mais do que os engomadinhos que não sabem quantos bairros Itaúna tem e residem em condomínios de luxo... Falei o que queria, e finalizo: Jornal tem que ter opinião. Temos. Outra coisa, não existe eleições “ganhas” antes que se abram as urnas. É fato.
Por: Renilton Gonçalves Pacheco