‘Tudo como dantes no quartel de Abrantes’ – II

‘Tudo como dantes no  quartel de Abrantes’ – II


Pois é...!!! Nada mudou. O mesmo grupelho, em comum acordo, fez como quis, com tudo milimetricamente pensado e mais uma vez saiu como alguns queriam... Quanto ao povo, este se divertiu, pulou, escutou música de terceira categoria, bebeu o que tinha disponível e literalmente vai pagar a conta, ou seja, fizeram um carnaval para alguns faturarem e para muitos se divertirem e todos pagarem a conta. É a máxima de sempre: ofereceram “pão e circo” e está tudo certo. 

Sinceramente estou abismado com o custo da festa popular, que, segundo levantamentos, beira os 4 milhões de reais. Com muita sinceridade, pelo que observamos e ouvimos, não tem onde gastar isso tudo. Não tem mesmo. É preciso uma explicação e quem tem que cobrar isso são os nossos representantes na Câmara. Desculpe o termo, mas onde literalmente “enfiaram” esse montante de dinheiro? Em estrutura, shows, som e blocos, além de segurança, não tem como gastar isso, pelo que observamos. É preciso explicação. Ou melhor, será que gastaram em publicidade em TV regional para falarem que foi o melhor carnaval da região Centro-Oeste?

Por outro lado, pelo menos temos a quase certeza que é a última festa organizada pelo “grupelho” lá no fim da Jove Soares, no Boulevard. Em primeiro lugar, teremos eleições municipais e muito provavelmente as peças serão outras. E, para completar, teremos outro nome administrando a cidade e esperamos que, seja quem for, tenha mais bom senso, mais responsabilidade e seja menos “guloso” juntamente com a sua “turminha”. E, para continuar, muito provavelmente, teremos também dois centros de saúde funcionando na Avenida Boulevard, além do Fórum Municipal. Então eles que aproveitem o resto do ano... É muito provável que a nossa mais popular festa aconteça novamente onde não deveria ter saído: na nossa Avenida Jove Soares. Aí, voltaremos a ter uma festa popular de verdade, onde o povo é quem vai comandar, sem censura, sem imposições e com todos participando, inclusive os comerciantes instalados no lugar, os ambulantes e os barraqueiros. 

Mas, voltando aos custos, é mesmo de impressionar como conseguiram gastar esse total. E, pelo que parece, sem licitação, pelos comentários, arrumaram uma adesão à ata e buscaram os outros recursos em contratos já assinados. Mas que os valores são exorbitantes, pela estrutura da festa, não há a menor dúvida. É um esquema bem armado e organizado para poucos ganharem. É minha opinião. 

E o que acho mais interessante é que estruturam uma repercussão com um “marketing fabricado”, incluindo a cobertura jornalística de emissora regional de televisão, que abre espaço para nossos funcionários públicos responsáveis pela “festa popular” darem entrevistas e afirmarem que foi o melhor carnaval da região. Bom, pode até ter sido, mas conseguiram isso com um custo absurdo, esbanjando dinheiro público. Organizado? Pelo que sei e o pouco que acompanhei, estava. Lotado? Muito, fizeram uma estrutura curta, espremida e “amontoaram” as pessoas num espaço que poderia ser o dobro. Mas é uma questão de opinião. Entrada? Filas quilométricas se formaram da portaria próximo à lagoa até a rotatória do Morro do Sol. Um absurdo. Praça de Alimentação? Cara? Sim. Muito caro tudo que estava à venda e é aquela imposição de sempre: bebam e comam o que estamos oferecendo. E pronto. E quanto à satisfação dos participantes, o que posso dizer e afirmar é que mais uma vez as famílias voltaram dos desfiles dos blocos reclamando e com críticas contundentes, pois não tiveram a opção de escolher onde ficar, e muito menos de como ficar... E o que escutar. Quanto ao povão, é a questão, repito: “pão e circo”.    

Posso estar enganado, mas, no próximo ano, ou será na Jove Soares ou vão ter que escolher outro lugar, pois na Avenida Boulevard será impossível. Mas como estou numa cidade onde tudo é ao contrário do que o povo quer e os mandatários é que decidem e quase impõem, pode ser que a festa do povo aconteça em outros pontos, mas se é do povo e para o povo, entendo que tem que ser na rua, e da forma mais popular possível. O poder público tem que oferecer é estrutura, segurança e organização, como foi feito em Belo Horizonte. E pronto. Não é uma turminha, um “grupelho” que tem que decidir e impor as suas condições para que o povo se divirta da forma que eles entendem ser a melhor. 

E vamos repetir: o nosso carnaval do “povão” teve as mesmas empresas trabalhando para a realização da festa num belo circuito montado, onde funcionaram entradas e saídas, palcos, praça de alimentação e fechamento total da área do circuito. Em meu entendimento, é o título: “Tudo como dantes no quartel de Abrantes”. Ou seja, o carnaval de 2023 se repetiu, porém sem artistas de renome nacional, mas com uma estrutura pensada e estruturada para concentrar muita gente e com isso faturar. É um carnaval extremamente comercial e que favorece a um pequeno grupo de “amigos do rei”. Mas é Brasil, Minas e a nossa Itaúna Barranqueira de sempre. Esta é a realidade: uma festa organizada para um pequeno grupo e que tem o povão como coadjuvante, figurante... De bom mesmo, no “circuito do Joe”, foi a apresentação da bateria da grande Escola de Samba Beija Flor de Nilópolis, multicampeã no Rio de Janeiro. 

No mais, o mesmo “modus operandi” para a realização de uma festa no “circuito do Joe”, onde deixam transparecer que é literalmente montada uma arquitetura para o favorecimento de um grupo. É isso, em minha opinião, que ocorre. É a velha máxima: “Tudo como dantes no quartel de Abrantes”.