Saúde decreta situação de emergência em Minas
Casos de SRAG aumentam e decreto tem validade de 180 dias

Com o aumento de casos de doenças respiratórias em Minas Gerais, o Governo de Minas decretou estado de emergência em saúde pública pelo prazo de 180 dias desde o dia 2 de maio. Conforme a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no estado apontou a necessidade de se editar o decreto, de forma a que a área da saúde esteja mais bem preparada para enfrentar o período. A medida, válida por 180 dias, permite a adoção imediata de ações administrativas e assistenciais, ampliando a capacidade de resposta, como a contratação de profissionais e aquisição de insumos.
Informou ainda a SES-MG que “o decreto também prevê a criação do Centro de Operações de Emergências em Saúde por Síndrome Respiratória Aguda Grave (COE-Minas-SRAG), que atuará no monitoramento e na coordenação das ações durante o período de emergência”. Em 2025, já foram registradas 26.817 internações por SRAG e 397 mortes, e tendência é de que a situação se agrave com o período do outono e inverno, que ocasionam climas mais frios. Também informou a SES-MG que as crianças com até um ano de idade e pessoas acima de 60 anos concentram a maioria das internações.
“Temos vacinas eficazes para a maioria das doenças respiratórias, como influenza e covid-19. A única exceção é o vírus sincicial, que ainda não tem vacina disponível, mas é justamente um dos mais perigosos para bebês pequenos. Por isso, é essencial que pais e responsáveis levem seus filhos para vacinar. E que, em caso de sintomas, evitem o contato com outras crianças, para reduzirmos a transmissão”, disse o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti.
Informou ainda que vai ser dado suporte à rede hospitalar, com a SES-MG já tendo iniciado o repasse de incentivos financeiros para hospitais que abrirem ou adaptarem leitos clínicos voltados ao atendimento pediátrico de SRAG. “Estamos preparados para enfrentar esse momento, mas sabemos que ele exige esforço contínuo. Precisamos de abertura de novos leitos em algumas regiões e os municípios têm apoio garantido do Estado. Temos recursos disponíveis para isso, e seguimos em contato direto com as gestões locais para dar agilidade às respostas, especialmente em locais que enfrentam situações mais críticas”, reforçou o secretário.
Monitoramento
Desde abril, Minas Gerais conta com a Sala de Monitoramento de Vírus Respiratórios, ambiente técnico que acompanha a circulação de vírus em todo o estado. A ferramenta permite decisões rápidas e integradas nas áreas de vigilância, assistência e vacinação. Além disso, o Comitê Estadual de Vírus Respiratórios segue com reuniões quinzenais e poderá intensificar os encontros conforme a necessidade. A próxima reunião está marcada para o dia 24 de junho.
Vacinação e mobilização social
Segue em todo o estado a vacinação contra a influenza, que agora faz parte do calendário de rotina e estará disponível o ano todo. Até o momento, Minas recebeu 5,7 milhões de doses, distribuídas aos municípios. Em 26 de abril, o Governo de Minas ampliou a vacinação para toda a população acima de 6 meses de idade, com metas de cobertura vacinal de 90%. A estratégia conta com o apoio de 222 vacimóveis – vans adaptadas como salas de vacinação móveis – que já estão presentes em todo o território mineiro.