SAÚDE EM ITAÚNA - Abaixo da média nacional em número de médicos

SAÚDE EM ITAÚNA - Abaixo da média nacional em número de médicos
Foto: Reprodução/Demografia Médica 2025

O Conselho Federal de Medicina - CFM divulgou, nesta semana, o estudo de Demografia Médica referente aos dados de 2025 e relativos ao crescimento do número de profissionais em todo o País. Conforme preconiza a OCDE, o número ideal seria de 3,7 médicos por mil habitantes, porém a média dos países listados no ranking mundial é de 3,5 médicos por mil habitantes. E Minas Gerais está bem próximo deste último índice, com 3,49 médicos por mil habitantes, abaixo do Rio de Janeiro (4,2) e São Paulo (3,76), na região Sudeste.

 A reportagem da FOLHA realizou busca pelo número de profissionais médicos registrados no CRM-MG e com atuação em Itaúna, encontrando o número de 287 profissionais em atividade. Isso deixa o município abaixo da média nacional e muito abaixo da média estadual. Calculando em uma população de 102,5 mil habitantes, conforme dados do IBGE, Itaúna tem 2,8 médicos para cada mil habitantes. Enquanto isso, a média nacional é de 2,9 médicos por mil habitantes; e a média estadual é de 3,4. 

Falta de profissionais causa gargalo no atendimento

Essa relação de médicos por habitantes pode explicar a deficiência no atendimento à população, um dos principais problemas que o município enfrenta ao longo dos anos. As autoridades precisam estudar essa relação e buscar a ampliação no número de profissionais à disposição no município, conforme especialistas da área. A centralização das ações de saúde no Hospital Manoel Gonçalves pode ser uma das explicações para a situação itaunense.

O município tem, no mesmo local, as duas principais unidades de atendimento médico à população, que são o Hospital e o Plantão 24 Horas. Assim, existem menos profissionais contratados para o atendimento à população, visto que o profissional que atende no Hospital também o faz no Plantão, na maioria dos casos. Havendo uma separação desses atendimentos, por exemplo, com o Plantão 24 Horas sendo deslocado das dependências do Hospital, na opinião de algumas pessoas, daria a oportunidade de mais profissionais serem contratados para o atendimento à população.

Hospital precisa do pronto-socorro. Plantão seria para atendimento local

Na opinião dessas pessoas, em contato com a reportagem, o Plantão 24 Horas é um serviço municipal, criado para atender a população itaunense em casos emergenciais. Hoje, ele funciona como se fosse o pronto-socorro do Hospital, atendendo a população itaunense e dos demais municípios da microrregião de saúde (Itatiaiuçu, Itaguara e Piracema). Assim, o serviço do Plantão 24 Horas deveria ser deslocado para outro local, para o atendimento emergencial da população itaunense.

O Hospital precisa manter o pronto-socorro, até mesmo para que possa ser referenciado na região junto ao SUS, explicam. E, assim, separando os serviços, a cidade teria um serviço emergencial voltado para a população local e o Hospital mantendo o pronto-socorro para atendimento dos casos da microrregião. Mais médicos precisam ser contratados e, com isso, mais profissionais seriam colocados à disposição da população, aumentando a média itaunense, que está bem abaixo do ideal.

Como comparação da correlação de médicos necessários para o atendimento à população, Divinópolis, cidade-polo regional, apresenta 4,6 médicos por mil habitantes, quase o dobro do índice itaunense. E esse número deve ser ampliado quando o Hospital Regional entrar em funcionamento. Uma outra opção para melhorar a situação seria a ampliação da atuação da Faculdade de Medicina da Universidade em Itaúna. Postos de saúde poderiam contar com médicos estagiários, sob supervisão. O fato é que o índice itaunense é baixo, e precisa melhorar. (Com informações de https://portal.cfm.org.br/buscame