Queda nos nascimentos foi mantida em 2022
Quantidade de meninas com menos de 18 anos que se tornam mães chama a atenção e é preocupante
O Cartório de Paz de Itaúna elaborou um relatório com os dados referentes a nascimentos, óbitos e casamentos em Itaúna referentes aos anos de 2015 até 2022. Com os dados dos últimos sete anos, é possível aferir, por exemplo, que continua em queda o número de nascimentos em Itaúna, assim como se mantém o volume de casamentos realizados no município. Um dado que chama a atenção neste trabalho é que meninas com 14 e 15 anos e adolescentes com 16 e 17 anos continuam sendo mães. Outro dado a se destacar é o número de óbitos ocorridos no município devido à Covid; e, ainda, os registros de mortes ocorridas sob suspeita dessa doença.
O trabalho, realizado pelo economista Ângelo Braz de Matos, pela oficiala do Cartório de Paz de Itaúna, Rosa Míriam Braz de Matos e Souza Leão, e com a colaboração de Kátia Antunes de Carvalho, faz um “raio-X” do desenvolvimento da população itaunense nos últimos anos. Pode servir, ainda, de embasamento para o planejamento de políticas públicas, na medida em que apresenta dados que podem apontar a necessidade de determinados serviços públicos no futuro de Itaúna. A FOLHA fez um resumo deste relatório, abordando os anos 2020, 2021 e 2022, com referenciamento ao ano inicial do relatório, 2015.
Nascimentos e casamentos
A evolução no número de nascidos em Itaúna aponta para a tendência nacional de redução. Outro fator a ser observado é que, nos três últimos anos, nasceram mais meninos que meninas no município. Em 2022, foram registrados 919 nascimentos, sendo 471 do sexo masculino e 446 do sexo feminino. A média mensal de nascimentos foi de 76 crianças. Em 2021, com média de 81 nascimentos, o total foi de 968 crianças, sendo 500 meninos e 468 meninas.
Em 2020 o total foi de 993 nascimentos, sendo 512 meninos e 481 meninas, com média mensal de 83 crianças nascidas. Em referência ao início do trabalho, vê-se a redução no número de nascidos e a inversão na quantidade de nascidos por sexo: foram 1.084 crianças, com média mensal de 90 e 524 meninos e 560 meninas.
Já o número de casamentos se manteve na média: em 2022, forram realizados 550 no total, com média de 46 a cada mês. Em 2021, 564, com média de 47 por mês. Em 2020, 388, com média de 32. Nota-se que, no ano de maior incidência da pandemia, o número de casamentos teve redução sensível. E em 2015 foram registrados 539 uniões formais, com média mensal de 45.
Óbitos, separações e divórcios
Duas informações a se destacar nesses números em relação aos óbitos. Em 2021, devido à pandemia, ocorreu um aumento destacado no número de mortes. Outra informação é que continuam morrendo mais homens que mulheres.
Em 2022, foram registrados 841 óbitos, sendo 450 homens e 391 mulheres. Em 2021, como afirmado, houve um aumento destacado, com 976 mortes, sendo 541 homens e 435 mulheres. Em 2020, ano de início da pandemia, foram 739 óbitos, sendo 410 homens e 329 mulheres. Em 2015 foram registrados 620 óbitos, sendo 326 homens e 294 mulheres.
Em relação às separações e divórcios, os números mostram um aumento sensível de divórcios e consequente redução nos casos de separação em 2022. Foram 284 divórcios e 2 separações. Em 2021, 204 divórcios e 15 separações. Em 2020, 234 divórcios e 6 separações. Em 2015, foram registrados 211 divórcios e 21 separações. A se destacar a redução no número de divórcios em 2021 em relação aos demais anos.
Mães a partir dos 14 anos
O relatório apresenta também o levantamento das idades das mães das crianças nascidas nos anos citados. Como era de se esperar, a grande maioria delas têm idade entre 21 e 40 anos. Porém um dado chama a atenção, que é o de meninas com 13 e 14 anos sendo mães. Há registro de duas mães aos 13 anos, uma em 2016 e outra em 2019. Com idade de 14 anos, foram registradas três mães em 2022, uma em 2021 e quatro em 2015. Com a idade de 15 anos, novamente três meninas foram mães em 2022; 9 em 2021; 4 em 2020; e 7 em 2015.
Onze adolescentes com 16 anos foram mães em 2022; 5 em 2021; 11 em 2020; e 27 em 2015. Com 17 anos, outras 11 meninas foram mães em 2022; 12 em 2021; e 19 em 2020. Em 2015, 12 adolescentes foram mães aos 17 anos. Assim, em 2022, nada menos do que 28 meninas e adolescentes deram à luz em Itaúna. Isso mostra um comportamento que precisa ser mais bem analisado pelas autoridades, visto que esses índices vêm se repetindo ano a ano.
Os números revelados em relação à pandemia da Covid em Itaúna devem ser registrados por alguns motivos. Para que se saiba os dados oficiais relativos a esta doença que vitimou entes queridos na cidade, mas principalmente para se ter a noção de que não se deve negligenciar a doença em um momento em que o índice de imunização contra doenças como o sarampo, a gripe, a paralisia infantil, aponta números tão baixos. Basta uma olhada nos números apresentados para se saber que, na medida em que a população foi sendo imunizada, caiu o número de mortes, conforme apontam as autoridades sanitárias. Então vacinar é o melhor caminho para enfrentar essa e outras doenças.
O levantamento feito mostra que, em 2021, foram registradas 251 mortes provocadas pela Covid. Em 2020, o total foi de 54. Ainda apresenta que 18 pessoas morreram por suspeita da doença em 2020; e 11 em 2021. O quadro mostra que, de julho a dezembro de 2020, o número de mortes foi aumentando consideravelmente. E que em 2021 essa proporção foi de janeiro a julho, com o mês de abril apresentando o quadro mais grave.