Previsão de investimento é o dobro do valor do Estado
Projeto do orçamento municipal destina R$ 76,8 milhões em investimentos pela Prefeitura e R$ 24 milhões pelo SAAE: R$ 100 milhões no total

O Projeto de Lei 112/2025, encaminhado pelo Executivo para análise dos vereadores, já foi tornado público e um dado chamou a atenção da reportagem. Trata do item que aponta o valor previsto para investimento a ser feito durante o ano de 2026 pela administração municipal.
Conforme os dados informados, a Prefeitura reservou R$ 76.823.000,00 para investimentos, o que dá um valor de R$ 743,89 por cidadão itaunense, conforme os dados do IBGE, que apontam uma população de 103.272 pessoas para o município. Mas esse não é o total desta rubrica, já que o SAAE também prevê investir mais de R$ 24.095.500,00. Somados, esses valores ultrapassam os R$ 100 milhões, chegando a R$ 100.919.200,00. Feitas as contas, o Executivo Municipal deve investir R$ 977,21 por itaunense em 2026.
Pode parecer pouco, levando-se em conta o salário do trabalhador, por exemplo. Mas, quando a comparação é feita com o que os Estados investem, per capita, dá para se calcular a representatividade desta proposta orçamentária. Dos Estados da região Sudeste, São Paulo deve investir R$ 472,00 por cidadão neste ano de 2025; Minas Gerais, R$ 421,00; e o Rio de Janeiro, R$ 312,00. Assim, se esses Estados dobrassem os investimentos per capita em 2026, ainda ficariam bem abaixo do que Itaúna propõe investir. O “ponto fora da curva”, como apontam os economistas, no Sudeste, é o Estado do Espírito Santo, que deve investir R$ 1.289,00 por cidadão, ocupando, assim, o segundo lugar no ranking nacional.
O que representa esse “investimento”
Esse é um recurso destinado a “melhorar a vida do cidadão”, como afirmam os analistas. Não está incluído neste cálculo a manutenção de serviços como educação, saúde, infraestrutura. Só entra no cálculo o que pode ser considerado como um “acréscimo” naquilo que já está sendo realizado, para simplificar a linguagem. Como exemplo peguemos a área da saúde: aquele trabalho que já é realizado, como o atendimento no posto de saúde, por exemplo, não entra no cálculo. Como investimento está, por exemplo, a contratação de um novo especialista, a construção de uma nova estrutura, a aquisição de novo equipamento para atender a população...
O valor do investimento de um município é bastante representativo, visto que as obrigações das administrações municipais só aumentam, em relação, por exemplo, ao suporte para a segurança pública, em convênios para a manutenção de servidores para a execução dos serviços do dia a dia. Na área da saúde, apesar de o Município ter, constitucionalmente, a responsabilidade pelo atendimento primário, é comum arcar com custos de cirurgias, exames e tratamentos especializados, porque o cidadão está próximo é da Prefeitura e a grande maioria não tem sequer acesso aos órgãos estaduais para cobrar atendimento.