POBREZA MENSTRUAL - Programa Federal vai beneficiar 24 milhões de mulheres
Governo distribuirá gratuitamente absorventes para inscritas no Cadastro Único, em situação de rua ou pobreza, de escolas públicas e que pertençam a famílias de baixa renda e em medidas socioeducativas
Muitas mulheres já precisaram usar jornal, papelão, sacola e miolo de pão por não ter condições financeiras e estruturais sanitárias para a compra e uso de absorventes no Brasil. A Pobreza Menstrual, reconhecida pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), é uma realidade afetada pela desigualdade social, racial e de renda, que viola os direitos humanos.
Em estudo realizado pelo Unicef, em 2021, cerca de 713 mil meninas vivem sem banheiro ou chuveiro em casa, 900 mil não têm acesso à água canalizada, 4 milhões vivem com falta de acesso à absorventes e itens mínimos de cuidados menstruais. Quando somado ao racismo estrutural e ambiental, os índices são mais críticos. Mulheres negras e de renda total de até um salário mínimo são as que possuem maior vulnerabilidade social em relação à dignidade menstrual.
Além do uso de formas inadequadas de contenção do fluxo, prejudicando a saúde das mulheres, a pobreza menstrual afeta o rendimento escolar, que afasta milhares de estudantes das salas de aula por vergonha e medo.
Pensando nisso, o Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, vai auxiliar cerca de 24 milhões de mulheres através do Programa de Proteção e Promoção da Saúde e Dignidade Menstrual. Na última terça-feira, 19, o Governo divulgou os critérios para a distribuição dos absorventes gratuitos para pessoas em condições de vulnerabilidade social.
Conforme divulgado, o público-alvo é formado por pessoas registradas no Cadastro Único do Governo Federal e abrange pessoas em situação de rua ou de pobreza. Inclui ainda pessoas matriculadas na rede pública de ensino estadual, municipal ou federal, em todas as modalidades de ensino, que pertençam a famílias de baixa renda, assim como aquelas que estejam no sistema penal ou cumprindo medidas socioeducativas.
Os absorventes serão distribuídos nas redes de Atenção Primária à Saúde, nas unidades da rede de acolhimento do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), nas escolas da rede pública, além de presídios e instituições para cumprimento de medidas socioeducativas.