Aviso em tom de ameaça

Aviso em tom de ameaça
Foto: Reprodução/Instagram/PMI


A campanha eleitoral, oficialmente, ainda não começou, mas o período de pré-campanha em Itaúna está “fervendo”, como afirmou um leitor da FOLHA, ontem, sexta-feira, 26, ao comentar vídeo postado no site da Prefeitura sobre inauguração de melhorias na Escola Artur Contagem Vilaça, no Bairro Cidade Nova. Mesmo não podendo disputar as eleições de outubro próximo, o prefeito baixou o nível e proferiu ameaças direcionadas a um candidato que é opositor a seu grupo. Conforme observadores, se a população levasse em conta os “conselhos” dados por ele na eleição passada, ou na anterior, provavelmente Neider não teria sido eleito prefeito de Itaúna.

Com o semblante carregado, parecendo estar bastante contrariado, ao discursar, ele deixou de lado as obras do seu mandato e afirmou, em tom raivoso, alertando os cidadãos-eleitores para não votarem no seu opositor: “(...) é preciso escolher um prefeito que tenha construído a sua vida no trabalho, não somente exercendo mandato eletivo”. Conforme observadores, parecia estar falando de si próprio, que se elegeu após mandatos de vereador e de deputado. 

Políticos que ouviram o discurso do prefeito afirmaram que “ele fala como se estivesse alertando a população para não repetir o erro, como fizeram quando o elegeram por duas vezes, prefeito de Itaúna”. Um especialista em legislação eleitoral também apontou um possível crime, pois “o artigo 300 da Lei 4.737 de 1965 (Código Eleitoral) afirma que é crime o servidor público (prefeito o é) valer-se da sua autoridade para coagir alguém a votar ou não votar em determinado candidato ou partido”. Neste caso, a pena é de até seis meses de detenção, mais multa. Pelo jeito, o nível da disputa eleitoral vai cair muito, se depender do humor do atual prefeito, apontam os críticos. “Será que ele está com medo de o próximo prefeito não ser um aliado e mexer muito nos documentos que ele vai deixar?”, questionou com ironia um cidadão à reportagem, ontem na praça.