A polarização não será relevante na eleição itaunense

A polarização não será relevante na eleição itaunense


A dinâmica eleitoral não mantém o candidato na mesma colocação, ao longo da corrida de cavalos que começa agora, a cerca de um ano do pleito, e culmina em outubro de 2024. Os nomes à disposição das pesquisas, sobem ou descem, no decorrer desses meses. Nunca passam de uma semana para a outra no mesmo lugar. O combustível deste movimento definidor do resultado final nas eleições para a prefeitura de Itaúna vem dos ateus eleitorais: aquele grupo de votantes que não acredita no botão da urna em razão de uma ideologia. Mas sim de uma conveniência de momento. Conjuntural. Majoritariamente movida pelo sentimento de pertencimento e proximidade que o prefeitável despertar no concidadão itaunense.

Uma ilustração: estar na casa dos 20% das intenções de voto, faltando alguns meses, é melhor do que deter hegemônicos 75%. O eleitor não simpatiza com jogo ganho. É a maldição dos assombrosos grupões vencidos por nanicos eleitorais. O colégio eleitoral itaunense convive bem com o fisiologismo centrista da história política brasileira. O itaunense se sente à vontade para movimentar seu voto em diferentes espectros partidários. Ainda que grupos da cidade mais conservadores e outros mais progressistas tenham emergido na esteira do embate entre Lula e Bolsonaro, quem escolherá nosso próximo prefeito, ou prefeita, será o voto de ocasião. Daquele eleitor que enxergar no candidato, alguém que se aproxime mais de sua realidade cotidiana das barrancas itaunenses. Basta que o escolhido não agrida a tradicional família mineira, num lado, ou a eruptiva agitação progressista de criar igualdade entre diferentes (e diferença entre iguais). Não se deve esbarrar nas duas laterais. Lá, os votos servirão apenas para encorpar pregação para convertidos.

Em uma das pesquisas informais desta última semana, Gustavo Mitre aparece na frente da corrida eleitoral com 24% das intenções, na pergunta espontânea. Ou seja: aquela em que o pesquisador apenas questiona em quem a pessoa gostaria de votar, sem citar nomes. Gláucia vem na sequência, com cerca de 9%. E Marcinho Hakuna aparece em terceiro lugar. Na estimulada, outros nomes são listados. Alguns de terceira via e alguns mais próximos do atual prefeito, Neider Moreira. Contudo, as pesquisas de hoje servem mais como indicadores, do que como profecia. Servem para os próprios pré-candidatos negociarem, entre si e com seus partidos, a formação de chapas e apoios. 

O atual governo de Neider tem a vitrine da máquina pública, fator relevante natural, como uma das forças de impulsionarão o candidato que ele ungir. Mesmo que ninguém de seu time ainda apareça na dianteira. Rosse, secretário de infraestrutura, não esconde de ninguém seu entusiasmo com a candidatura e defende que sua vez chegou. Mas tem nomes altamente concorrentes, debaixo dos olhares de Neider. Diógenes Vilela, também secretário do governo, tem a simpatia do empresariado da cidade. E embora negue que será candidato, tem uma história política que nunca escondeu o sonho pela prefeitura. 

Independentemente dos apoios partidários, o candidato mais competitivo emergirá a partir de dois momentos tradicionais: o mês de maio de 2024 e a primeira quinzena de agosto de 2024. Na primeira data, quem tiver mais recurso financeiro para estruturar uma campanha eficiente, colocará completamente o time em campo e dará pistas do tamanho de suas garras. E campanha eleitoral bem-feita elege mais do que futurologia a um ano das eleições. Na segunda data, os partidos terão selado quem realmente receberá apoio dos medalhões federais e estaduais. E junto com isso, a população saberá o perfil da eleição. Será possível sabermos se teremos uma batalha de Davi contra Golias (onde o menor tem muito mais chances). Ou uma campanha bipartite, imprevisível. Ou ainda, uma pista de corrida com três cavalos, onde o terceiro pode ser catapultado para primeiro, se o segundo colocado vacilar em algum escândalo de última hora. 

Seja como for: o cuidado hoje está mais relacionado a não se tornar hegemônico e disparar na dianteira com muita antecedência. Isso é certeza de queda até a eleição.