Um governo de “punhos cerrados”, mas...
O governo do itaunense Neider Moreira de Faria entra no estágio final. Serão mais 15 meses de mandato, mas de governo subtrai-se aí 9 meses, pois serão 6 antes das eleições municipais de outubro do ano que vem, e mais 3 meses após estas eleições, mas estes serão três meses para fechar o governo, arrumando a casa, fazendo o balanço e limpando as gavetas. Então Neider tem de fato, para executar e ou planejar e deixar para o sucessor alguma obra, apenas seis meses... Assim concluímos que o prefeito não vai fazer mais nada, ou seja, vai apenas administrar o dia a dia, com os serviços essenciais, como os administrativos, o atendimento à saúde, a limpeza urbana e recolhimento do lixo, dentre outros... Em outras palavras, o governo Neider acabou em se tratando de melhorias urbanas e realizações de obras.
Já afirmei aqui por algumas vezes que, apesar dos pesares, a administração de Neider não é das piores, e se observarmos as das últimas décadas, está na média. Porém pecou por omissão em algumas questões administrativas e ações de infraestrutura, e por petulância em atos de cunho político. Mas é preciso reconhecer que os serviços funcionaram a contento até aqui, com algumas exceções, e uma dessas é a questão do abastecimento d’água e a situação do esgoto jorrando nos ribeirões e consequentemente no Rio São João, o que deve ter solução em breve.
Mas o que me leva a discorrer sobre esse assunto mais uma vez é mesmo a forma de administrar do alcaide, sempre com os “punhos cerrados”, ou seja, aqui quem manda sou eu... E se isso impõe respeito, leva também a uma situação em que o isolamento junto à sociedade fica mais visível, mas, por outro lado, teoricamente, mostra que o controle sob os apaniguados é consequência do estilo. Mas a métrica e esse estilo, que são extensivos ao meio político, não são bem aceitos e acabam por deixar o prefeito e consequentemente o seu governo, e também, por tabela, o Poder Legislativo, em baixa perante a sociedade itaunense. Mas reconhecemos que politicamente Neider joga bem, apesar de fazer de rogado na maioria das situações. Um bom exemplo é a questão do subsídio à empresa de transporte coletivo que a Câmara não quis votar, acabando por provocar o aumento da passagem, e que está longe de ter um desfecho, pois pode não parecer, mas, na minha opinião, tudo acabou saindo bem para o prefeito e para a empresa, pois agora qualquer caminho serve para os dois, e deixa os vereadores em uma situação delicada, pois eles é que acabaram por provocar a turbulência e o desfecho...
As questões jurídicas que envolvem a questão do prejuízo da empresa no período da Covid e a consequente defasagem do preço da passagem, deixam a situação favorável para os dois envolvidos: administração municipal e empresa de transporte. Agora, seja qual for o desfecho, se num acordo judicial e ou até mesmo numa canetada, os vereadores é que vão literalmente “pagar o pato”. Com toda a sinceridade, é como bem frisou um amigo: “Os vereadores têm é um QI de ameba”. E, sinceramente, jogaram para a plateia... Começo a concordar, pois foram eleitos para coparticipar de resoluções, sejam de cunho administrativo e ou jurídicos com embasamento nas leis. Até aqui não fizeram nem uma coisa nem outra, apenas agiram politicamente. É um fato.
E em se tratando de postura e ações políticas, aí mais uma vez sou obrigado a dar as “mãos à palmatória”, pois o Neider tem agido com parcimônia e com astucia até aqui. É verdade que tem setores do seu governo que não conseguem mostrar a eficácia necessária e deixam muito a desejar, mas, observado num todo, o saldo é positivo. E em se tratando de manutenção do poder político, a condução é digna de aplausos. E a explicação é simples, pois a postura é de “carta na manga, talvez o motivo de não abrir os punhos, até então.
Em minha opinião, Neider já delineou os próximos passos em se tratando de sucessão e, se não tem um nome forte dentro do seu governo e no grupo, observa as movimentações externas e sabe que nos próximos meses é deixar chegar o momento certo para se posicionar. Posso estar enganado, mas ele vai ter candidato próprio, e esta conversa de acordos com este ou aquele pré-candidato é para “inglês ver”, pois não vai dividir com os nomes até aqui expostos os seus ganhos políticos ao longo dos anos, pois pretende ir mais longe... Então vai continuar observando as movimentações, os nomes que provavelmente podem vir ser candidatos e os nomes que não são falados, mas que podem fazer a diferença nas próximas eleições municipais. E já faz isso, pois já percebeu, como eu também já, que as eleições municipais para prefeito e até mesmo para o Legislativo no ano que vem em Itaúna terão como principal foco a comparação. O eleitor vai comparar os nomes colocados, ou seja, vai optar por um nome novo, que não tenha desgaste e que não tenha os vícios dos políticos, digamos, de “carteirinha”.
Como exemplo podemos resumir nossa teoria de forma direta e simples: colocado para o eleitor cinco nomes conhecidos no meio político e o de um cidadão conhecido em nossa sociedade, seja por trabalhos filantrópicos, representação de classe, por atuação profissional ou apenas socialmente, tenho impressão de que o itaunense vai optar pelo cidadão que não tenha atuação política e que não tenha ocupado cargo político, mas, sim, por quem tem serviços prestados à sociedade. Então, diante desse quadro, acho que o prefeito Neider, nesse momento, é um observador, com os “punhos cerrados” e somente vai abri-los ao ter a certeza de que o itaunense quer mesmo é um nome novo para o próximo mandato. E posso estar enganado, mas o Senhor Neider Moreira de Faria vai fazer exatamente o que o povo quer: vai ter candidato próprio, e não vai “tirar da cartola” um nome, vai optar por quem a população indicar. E aí é simples. Vou arriscar: por exemplo, entre os nomes de Eugênio Pinto, Gustavo Mitre, Marcinho Hakuna, Jerry Adriane e Maurício Nazaré, em quem você votaria? É isso.