Quase 10 mil internações por infarto em Minas

Somente no primeiro semestre de 2025, 3.437 pessoas morreram no estado por problemas cardíacos

Quase 10 mil internações por infarto em Minas

Conforme dados da Organização Mundial da Saúde – OMS, em 2022, cerca de 19,8 milhões de pessoas morreram em decorrência de doenças cardiovasculares. Esse número representa cerca de 32% de todas as mortes ocorridas no mundo naquele período. Desse total, ainda conforme a OMS, 85% foram causadas por infarto e acidente vascular cerebral (AVC). E mais de três quartos desses casos ocorreram em países de baixa e média renda. O Brasil, com base no seu PIB, é considerado de renda média-alta.

Conforme o Ministério da Saúde, no Brasil, as doenças cardiovasculares — com destaque para o infarto agudo do miocárdio — continuam sendo a principal causa de mortalidade. Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) revelam que, no primeiro semestre de 2025, foram registrados 1,6 milhão de atendimentos ambulatoriais relacionados ao infarto. 

Em 2024, esse número foi de 2,9 milhões, e, em 2023, 2,6 milhões. No que se refere aos procedimentos hospitalares, foram realizados 93.257 mil no primeiro semestre de 2025, 177,7 mil em 2024 e 168,8 mil em 2023. Já os óbitos por infarto somaram 94.008 mil em 2023 e 93.641 mil em 2024.

Acidente Vascular Cerebral (AVC)

Entre 2023 e junho de 2025, o Ministério da Saúde investiu R$ 949,2 milhões para custear procedimentos ambulatoriais e hospitalares. Em 2024, foram computados 196,3 mil atendimentos hospitalares e 1 milhão de atendimentos ambulatoriais. Em 2023, foram contabilizados 196,5 mil atendimentos hospitalares e 853,4 mil ambulatoriais. Quanto aos óbitos por AVC, foram registrados 33.759 mil em 2023 e 192.220 mil em 2024.

Em Minas Gerais, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, dados preliminares indicam que o estado registrou 9.893 internações por infarto agudo do miocárdio no primeiro semestre de 2025, com 3.437 óbitos. Em 2024, foram contabilizadas 21.324 internações e 6.379 óbitos pela mesma causa.

Também foram registradas 10.378 internações por AVC no período de janeiro a junho de 2025, com 2.030 óbitos. No ano anterior, foram 24.704 internações e 4.180 óbitos pela mesma causa.

Importância da acreditação na identificação do infarto 

A acreditação hospitalar exerce um papel fundamental na melhoria da qualidade do atendimento em saúde, especialmente em situações críticas, como a identificação precoce do infarto agudo no pronto atendimento. “A acreditação exige a adoção de protocolos clínicos baseados em evidências, como o protocolo de dor torácica, que auxilia os profissionais a reconhecerem rapidamente os sinais e sintomas do infarto e a tomarem decisões ágeis e eficazes. Um dos protocolos, nos hospitais acreditados, determina que o eletrocardiograma (ECG) seja realizado em até 10 minutos após a chegada do paciente com dor no peito. Essas medidas salvam vidas”, explica Gilvane Lolato, gerente geral de Operações da Organização Nacional de Acreditação (ONA).

Gilvane destaca ainda que instituições acreditadas promovem uma cultura de segurança, com foco na redução de diagnósticos perdidos ou tardios, uso de checklists e fluxos clínicos padronizados, além de uma comunicação eficiente durante as transições de cuidado entre o pronto-socorro e a cardiologia. “É importante que as instituições capacitem frequentemente suas equipes multidisciplinares, para que possam reconhecer os principais sintomas e sinais de infarto ou AVC, agir com rapidez e segurança e evitar falhas de comunicação entre os profissionais atuantes”, finaliza. (Com informações da LN Comunicação – lucianunes@lncomunicacao.com.br)