O problema “eterno” e os novos rumos? Será? Acreditamos...
Nesta semana mais um capítulo da história do nosso Hospital Manoel Gonçalves de Sousa Moreira, foi escrito com a eleição de mais um Conselho de Curadores, ou seja, de mais uma Provedoria, que promete inovar na administração do nosocômio que é do povo itaunense e o único da cidade e que hoje atende uma grande parcela da população da região. A situação do Manoel Gonçalves é complicadíssima e já faz algumas décadas que a luta para mantê-lo funcionando é diária e hercúlea, pois o sistema de saúde brasileiro não corrobora para que as Santas Casas sobrevivam de forma a atender a população de baixa renda com uma segurança econômica, e pior, no nosso caso, como uma unidade única, a situação piora, pois é preciso muita “ginástica” de todos os habitantes para que o local continue funcionando e atendendo o povo.
Nos últimos anos, a dívida do Hospital vem sendo “rolada” e juros têm sido pagos já faz décadas, dinheiro que poderia estar sendo revertido para o atendimento da comunidade e em melhorias nas instalações, serviços e aquisição de medicamentos etc. É verdade que, nos últimos anos, com o trabalho bem-feito das últimas provedorias e o desprendimento de alguns poucos itaunenses que optaram pela filantropia, muitas melhorias foram feitas no Manoel Gonçalves e novos serviços médicos foram efetivados, graças a um novo prédio e a equipamentos doados pela família Mendes Nogueira e a outros empresários e outros cidadãos que têm um trabalho de liderança em entidades, como, por exemplo, a que representa os comerciantes, e graças também à Cooperativa dos Médicos – Unimed local, que usa a estrutura do Hospital, mas faz muito mais que deveria, socorrendo a entidade quando a coisa está no limite. Mas agora a situação chegou a um limite insuportável, pois poucos conseguem doar o seu tempo para administrar a entidade e os poucos que tentaram, como os últimos provedores, acabaram por entregar os cargos, pois não conseguiram enxergar uma saída a curto, médio e longo prazo. Entregaram os cargos.
Mas, após conversas com a representante do Ministério Público e muita conversação entre os Conselheiros, três itaunenses resolveram aceitar a tarefa, repito, hercúlea, de administrar a Casa de Caridade, responsável pelo Hospital Manoel Gonçalves. Dois deles já com conhecimento da realidade do Hospital, e outro que, se não conhece totalmente a realidade na prática, tem um trabalho prestado em prol da instituição, principalmente na busca de recursos na epidemia da Covid-19. É o empresário Maurício Nazaré, presidente da CDL, que, com um trabalho de liderança já consistente e efetivo, agora vai trabalhar como provedor do Hospital Manoel Gonçalves na busca de recursos, na implantação de novas metodologias administrativas e, mais do que isso, trabalhar politicamente junto às lideranças em nível federal e estadual para que o nosso Hospital consiga ser viável economicamente e tenha possibilidades futuras de maior prestação de serviços.
No decorrer das últimas semanas, ouvi muitas coisas sobre a questão Conselho de Curadores, provedoria e gestão do Hospital. Dentre as conversas, na maioria ficaram demonstrados os interesses políticos nas entrelinhas e também alguns interesses particulares de profissionais, seja da medicina, do direito e até do setor administrativo. Mas, em minha opinião, o que interessa é a gestão eficiente do Hospital, pois o itaunense, sem distinção de classe, precisa dele. Ouvi, interpretei, julguei e, mais do que tudo isso, observei o jogo de vaidades e de interesses. É de impressionar! Mas faz parte do jogo do poder.
Sinceramente, como cidadão itaunense, um apaixonado pela cidade e suas coisas, o que tenho a dizer é que sempre torci para que o Hospital se tornasse uma instituição financeiramente solidificada e que possa oferecer muito mais que oferece aos cidadãos itaunenses. Mas, como profissional do jornalismo, cabe a mim cobrar posicionamentos, discutir e opinar propostas de gestão e, mais do que isso, demonstrar que os verdadeiros donos da instituição de caridade, que presta serviços hospitalares, é o povo itaunense, que é representado por um grupo de cidadãos que forma o Conselho Comunitário. E se é do povo, este é que tem que ter o privilégio do atendimento digno, da internação sem problemas e exigências, e das cirurgias sem questionamentos. Então cabe aos representantes desse povo trabalhar para fazer da instituição uma prestadora de serviços hospitalares diversos e eficientes, sem sacrifícios para os profissionais da medicina, como médicos e enfermeiros, dentre outros, que hoje estão prestando serviços sem receber ou recebendo com um atraso gigantesco. É preciso buscar a solidez. E se é, chegou o momento, com as mudanças de nomes e o voto de confiança da comunidade.
Particularmente acredito nas propostas e nas pessoas que se propuseram a enfrentar a causa e assumiram a frente da instituição. Os seis membros da provedoria, como já descrito, são pessoas sérias, apaixonadas por Itaúna, autênticas e conhecedoras da realidade do Hospital. Maurício Nazaré, Francisco Mourão, Antônio Guerra, Edno José de Oliveira, Samuel Nicomedes e Vinícius Guimarães têm a confiança do povo itaunense e, mais do que isso, são pessoas competentes e que vão, sim, em minha opinião, transformar a instituição com um trabalho diferenciado, dinâmico e com o olhar na modernidade. Posso também estar enganado e a mesmice observada nas últimas décadas venha a persistir. Mas é improvável e torcemos para que não, pois vamos observar, cobrar e dar palpites de forma pública em nossas páginas e, se preciso, nas tribunas populares do Legislativo.
E, finalmente, queremos expor e deixar bem claro que, ao contrário do que pensam algumas lideranças, cidadãos e políticos itaunenses, não somos os donos da verdade, como eles também não o são. E assim o que mais queremos é que tudo dê certo, mas também temos a obrigação profissional de expor jornalisticamente qualquer situação que não seja para o bem comum. Entendemos que todo cidadão itaunense deve dar um voto de confiança aos que estão assumindo, assim como todos têm o direito, podem e devem cobrar uma ação conjunta de toda a comunidade, para salvar a instituição e solidificá-la. Entendemos que o Poder Público Municipal, o Poder Legislativo e a iniciativa privada, através dos grandes empresários e toda a comunidade, independente de classe social, devem dar seu voto de confiança e a sua parcela de contribuição, pois o Hospital Manoel Gonçalves de Sousa Moreira é nosso e quem tem a obrigação de cuidar dele somos todos nós. Todos, independente de classe social ou pirâmide salarial, devem dar sua contribuição para o fortalecimento, a solidez e a diversificação dos serviços, pois até aqui, em minha opinião, o Manoelzinho continua revirando no túmulo... E passou da hora de deixá-lo em paz!