Ponta da Caneta - É de impressionar qualquer um... Doentio

Ponta  da Caneta - É de  impressionar qualquer um...  Doentio


Não é demais abrir este editorial reafirmando que nunca fui petista, não comungo com a cartilha petista e jamais votaria nos candidatos do Partido dos Trabalhadores. Então está claro que não comungo com as teorias defendidas pelos petistas e muito menos rezo na cartilha dos “vermelhos”. Já reafirmo: sou defensor da teoria política de Centro. Sou filiado ao PMDB desde os 18 anos, portanto há 41 anos, e componho a Executiva Municipal do partido.

Reafirmado isso, vou direto ao assunto: estou de fato muito impressionado com as posições radicais dos ditos “bolsonaristas” e/ou Conservadores Cristãos itaunenses, que defendem uma postura política de direita, envolvendo, inclusive, parcela da Igreja Católica. Uma parcela pequena na verdade. Na semana anterior e nesta, além de ser agredido algumas vezes, fui questionado também outras vezes por defensores do ex-presidente, pelo simples fato de ter publicado matéria sobre os atos considerados “golpistas” e de vandalismo ocorridos na Capital Federal, Brasília, no domingo, dia 8 de janeiro. Em três oportunidades, duas conhecidas questionaram de quem era a responsabilidade da matéria publicada na página 06 do jornal, na edição do dia 14 de janeiro. E o questionamento foi direto, parece, inclusive, que combinaram a pergunta. A primeira pessoa questionou: “Quem é responsável por essa reportagem? Neider? Edênia? A Folha?”. A resposta foi monossilábica: EU. No segundo questionamento, perguntaram a mesma coisa e no terceiro encurtaram, esqueceram do Neider e da Edênia, mas mantiveram o principal da pergunta: “Quem é o responsável por essa matéria?”. Respondi: A pergunta é inócua. O jornal tem expediente. Quem estava questionando então respondeu, às 8:50 da manhã: “Então o responsável por tudo é você?”. Como não respondi, pois achei desnecessário, por causa da lógica, às 19:17, fui novamente questionado: “Estou esperando a sua resposta...”. Ou seja, parece não ser a interlocutora muito inteligente, mas... 

Após essas mensagens, outros questionamentos foram feitos, mas poucos, muito poucos, o que me leva a interpretar que os insatisfeitos são, de fato, uma minoria. Mas eles têm o direito de questionar, pois estamos em um país livre e a liberdade de expressão é uma conquista e os insatisfeitos podem interpelar, inclusive judicialmente, se assim entenderem. O que mais está me intrigando são as atitudes de alguns fanáticos que extrapolam qualquer entendimento de um padrão lógico de pensamento e ação de convivência. Além das ações interlocutórias que mencionei, perdi, após a publicação do último sábado, pelo menos três amizades de muitos anos. Amizades mesmo, daquelas que você considera a pessoa um irmão. Mas o fanatismo ganhou. Parece mentira, mas o fanatismo ganhou e esse amigo, quase irmão, chegou ao ponto de misturar tudo e atacar, inclusive, a minha honra. É inexplicável, mas aconteceu. Outros apenas desapareceram, uma outra deixou claro no WhatsApp que não temos mais nada em comum e uma outra pediu, de forma direta, que eu não mais enviasse mensagens... Deve ter me excluído. Inexplicável, mas direito dela e deles. 

O que me deixa intrigado é que “eles” não conseguem separar as coisas. É incrível como não admitem que a liberdade de pensamento e de expressão são fundamentais para que a democracia seja exercida, debatida e tenha uma conversão para o centro, abrindo caminhos para um mundo e uma vida melhor em todos os sentidos. Não estamos e não vamos discutir partido e/ou ideologia política, mas a discussão sadia e que busque encontrar caminhos para a melhoria das condições de vida do cidadão brasileiro, independentemente de qualquer coisa. Essa é e será tema de debates e questionamentos constantes. E não é impondo condições, invadindo prédios públicos e promovendo quebradeira com intenção de ocupação para uma suposta intervenção militar que vamos progredir socialmente e/ou vamos avançar nas questões básicas. Um retrocesso político é inadmissível.

Já declarei por mais de uma vez que não vou defender partido ou ideologia política, mas, sim, exercer o meu direito de exigir que as leis sejam cumpridas e que a Constituição Federal seja respeitada em sua plenitude. E para isso tenho que me posicionar contra atos que considero ilegais, como fechar estradas colocando fogo em pneus, invadir prédios públicos, ameaçar pessoas e promover o ódio. Não estou com isso defendo partido político e/ou me tornando esquerdista, como têm me acusado alguns ignorantes, que não sabem o que é o exercício da política e apenas resolveram se posicionar em defesa dos seus “umbigos”. Sou favorável ao debate e sempre me posicionei como um democrata em minha caminhada política e profissional, portanto não admito mesmo o que esta dita direita conservadora se propôs a fazer e muito menos vou “colocar o rabinho entre as pernas” e me calar. Já ouvi esta semana, por exemplo, que vão me processar por causa da reportagem veiculada na edição passada. Entendo que é direito de qualquer cidadão citado processar com base nas leis vigentes, mas, antes de mais nada, busquem embasamento jurídico, pois tenho a certeza absoluta de que não há nenhuma mentira ou erro na dita reportagem. É simples: as fotos e vídeos publicados estavam expostos nas redes sociais; as declarações, gravadas e divulgadas; e o que ocorreu em Brasília é do conhecimento do mundo, portanto de domínio público. Se alguns dos citados não estavam em Brasília, não importa. O que importa é o conteúdo dos vídeos e gravações, além das fotos. Se acham que têm o direito de processar, que tomem as suas providências, vamos tomar as nossas. Não somos contra nenhum posicionamento político, não questionamos nenhuma manifestação político-partidária e muito menos atentamos contra a liberdade, mas não podemos nos calar diante da barbárie e da imposição do pensamento. Viva a liberdade!!! 

Fica uma pergunta: vão processar somente o Renilton e a FOLHA do Povo ou os outros sites de notícias, inclusive de outras cidades, também serão processados? Tem muita foto e vídeos de itaunenses espalhados Brasil afora. É como diz aquele antigo dito popular: “Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”.         

Renilton  Gonçalves Pacheco