Olha o “grupão” aí... Cuidado com a “zebra”

Olha o  “grupão” aí...  Cuidado  com a “zebra”


No próximo ano, teremos eleições municipais e no atual momento no meio político, 15 meses antes do eleitor ir às urnas, as movimentações envolvem partidos e filiações, e os ouvidos e olhos estão voltados para Brasília, onde a lei eleitoral pode ter modificações que podem mudar a forma de disputa, pois envolveria questões de aglutinação partidária numa escala de cima para baixo, chegando até aos municípios, dentre outras, diríamos, artimanhas. E em nossa terra barranqueira, as conversações e a troca de mãos dos partidos é que estão prevalecendo nos últimos dias, com os vereadores e líderes partidários indo até a Capital Federal e a Capital Mineira para buscar acordos com seus deputados federais e estaduais, visando as eleições e tentando viabilizar a permanência na Câmara Municipal e/ou até mesmo a viabilidade de trabalhar a participação nas eleições municipais majoritárias, ou seja, a possível candidatura ao cargo de prefeito ou uma composição para vice. 

Passada essa fase, as articulações de bastidores tornam-se mais efusivas e frequentes e reuniões e muita conversação vão predominar até o início do próximo ano. Mas, mesmo assim, no momento, as especulações e as muitas reuniões para conversações acabam por criar um tal de “ir e vir” de conversas entre vereadores, assessores do Executivo e até com o próprio prefeito, vice e líderes políticos sem cargo, além dos pretensos candidatos, algumas conversas com fundamentos e muitas, mas muitas mesmo, que não passam de especulações e “conversa fiada”. E é dentre tudo isso é que as eleições vão se desenhando... E o que temos observado como homens de imprensa é que a cidade, mais uma vez, não construiu um nome para ocupar o cargo de prefeito, isso dentro do que é comum no meio político, ou seja, os prefeitos em exercício e os líderes políticos, na maioria das vezes, no decorrer dos anos, preocupados em manter a liderança, trabalham nomes para a sucessão, mas como Itaúna é ímpar em muitos aspectos, na política não seria diferente. Assim, como em outros tempos, outras décadas, os atuais líderes não se preocuparam em construir um nome para a sucessão. 

Dessa forma, as movimentações que se desenham até aqui caminham para acordos amplos e sem muitas novidades em se tratando de nomes, pois, em se tratando de resultados, as surpresas podem se repetir como em disputas passadas, como no caso da eleição de Eugênio Pinto, em 2004. Aliás, a disputa de 2004 era para estar guardada na memória dos líderes políticos para não se repetir, mas, ao que parece, a lição não foi suficiente, nem para os denominados “líderes” e muito menos para os itaunenses, mas vamos lá... O fato é que até o momento temos apenas um nome que é unanimidade, por enquanto, na boca dos políticos e dos “politiqueiros”: Gustavo Carvalho Mitre, o ex-deputado estadual, é até então o nome mais falado para concorrer a prefeito. Ligado ao ex-prefeito Osmando, Gustavo teve votação expressiva na última eleição, mas não conseguiu a reeleição e no momento ocupa um cargo comissionado do governo Zema, no BDMG. 

Fora o nome do ex-deputado – que não é itaunense, e parece ser até então unanimidade –, as especulações são muitas, mas nenhuma que possa convencer os mais entendidos e os que detêm o poder até aqui. Análises preliminares apontam para hipóteses controversas, mas possíveis, porém outras são verdadeiras alucinações, mas nem essas podem ser descartadas, pois em política tudo é possível. É como já dizia o saudoso deputado fluminense Afonso Arinos: “Em política é possível ver até elefante voando...”. 

Temos ouvido que Gustavo Mitre já trabalha nos bastidores, mantendo conversações que podem delinear a sua disputa com mais tranquilidade, e dentre essas conversações estaria o Marcinho Hakuna, seu ex-funcionário e aliado, que já estava falando à “boca pequena” que é candidato mais uma vez de todo jeito, e para ganhar. Porém temos informações que, nos últimos dias, as conversas entre ele e Mitre evoluíram para um acordo. Marcinho já teria dito por aí que, se for para a eleição, será como candidato a vereador. E é o que acreditamos que vai acontecer, pois ele sabe que não pode perder mais uma eleição. O Eugênio Pinto, que, conforme as pesquisas feitas ultimamente, ainda tem um capital político junto ao eleitorado popular, está encalacrado judicialmente e não vai conseguir limpar o seu nome a tempo. Ele é um aliado importante como cabo eleitoral e não pode ser descartado das conversas, mas da disputa está fora.

Há conversas nos bastidores de que o prefeito Neider, que queria seu sobrinho Fernando Meira, atual secretário de Saúde, como seu candidato natural, não vai conseguir o intento por questões familiares e de negócios. O outro nome preferido do prefeito é a da sua esposa, Daniela Mileib, mas questões familiares também “empacam” essa candidatura. Restam no grupo do prefeito nomes como os do médico Fares Neto, do fisioterapeuta Diógenes Villela, do secretário Rosse Andrade e o de Gláucia Santiago. Esse último, segundo informações, estaria descartado, pois o relacionamento entre ela e o prefeito está desgastado, e dentro do governo Neider as opiniões são de que “ela é ruim de voto e não emplaca...”.  Temos informações, inclusive, de que Gláucia teria procurado Gustavo Mitre e se oferecido para ser vice, obtendo como resposta um não é possível... Mas as conversas entre Neider e Gustavo, a portas fechadas, e por um bom tempo, deixam margens para especulações, tipo Neider indicar o sobrinho Fernando Meira para vice, por exemplo. Uma hipótese que é viável, pois, elegendo Gustavo, Neider o tira do caminho nas próximas eleições para deputado. 

Em meio a essas especulações, que são normais neste período, o que vale mesmo é observar e avaliar as outras hipóteses, e nesse sentido muitos políticos estão avaliando lançar nomes que estão “escondidos”, mas que podem surpreender. Uma dessas observações vem do MDB, que acaba de filiar o ex-vereador Edno José de Oliveira, que está afastado da política, mas tem credibilidade e um extenso trabalho filantrópico consolidado, e é um cidadão muito respeitado e com conhecimento da vida pública. Há pessoas defendendo a sua candidatura como prefeito numa dobradinha com Fernando Meira. Neider, que é amigo de Edno e o conhece como pessoa e vereador, teria ouvido e dito: é uma ideia. Ou seja, uma nova dupla pode estar se formando. 

O que observadores e políticos que conhecem os bastidores das disputas na terra barranqueira têm afirmado é que, até o momento, as movimentações indicam a formação de um “grupão” em torno do nome de Gustavo Mitre, e é o que pode de fato acontecer se outros nomes citados não se firmarem. E assim sendo, mais uma vez, pode acontecer o que aconteceu em 2004, quando Élvio Marques, que conseguiu aglutinar maioria em torno do seu nome, perdeu uma eleição para um desconhecido chamado Eugênio Pinto, que corria por fora e, dizem, recebeu ajuda financeira do então candidato do “grupão”. Então, ao nosso ver até aqui, o posicionamento do senhor prefeito Neider Moreira em relação às eleições é de observador, ou pode ser também o de deixar acontecer, pois o que interessa pra ele é o caminho livre... E assim sendo, nós eleitores itaunenses, que vivemos o dia a dia da cidade, é que temos que nos preocupar, pois a história não pode se repetir... Então é preciso cuidado... Pode dar zebra!!!

Por: Renilton Gonçalves Pacheco