Mulher e comparsa são indiciados 10 anos após matar adolescente

Mulher e comparsa são indiciados 10 anos após matar adolescente
Foto: Divulgação/PCMG


O crime de assassinato aconteceu em 2013, quando um menor, de 12 anos à época, foi acusado de participar do furto de uma motocicleta de propriedade da mulher. Essa mulher, que à época tinha 20 anos e envolvimento com o mundo do crime, em especial com o tráfico de drogas, quis se vingar do menor. Alguns dias antes do homicídio, ela já havia agredido Douglas, com uma arma, em companhia de um outro homem.

Ainda conforme as apurações da Polícia Civil, a mulher persistia na vingança e atraiu a vítima para uma área rural, onde, após torturar Douglas, juntamente com o seu comparsa, de 36 anos (26 anos à época do assassinato), e que também foi indiciado pelo crime, deu fim na vida do menino, com um tiro na nuca do adolescente. A mulher foi indiciada, no inquérito policial concluído, pelos crimes de tortura e assassinato e o homem, por participação no crime de homicídio.

A localização da ossada

O menor estava sumido desde o mês de maio de 2013, quando foi apurado que ele havia sido assassinado, mas o corpo não tinha sido encontrado até então. Em 21 de julho de 2016, a Polícia Civil localizou uma ossada humana em uma mata, no município de Mateus Leme, com as características que podiam indicar se tratar do menor. Foram feitas investigações, traçando o passo a passo do crime e a partir de dados levantados e informações colhidas junto à família do menor, como as roupas que ele usava quando foi visto pela última vez, além de caraterísticas que o pudessem o identificar.

Com os dados, foi realizado extenso trabalho de apuração e, em seguida, solicitado exame de DNA para detectar se se tratava mesmo dos restos mortais de Douglas que haviam sido encontrados. Com a confirmação, a Polícia Civil chegou à conclusão do inquérito, determinando a autoria e indiciando os acusados, conforme informado pelo delegado Leonardo Pio, titular da Delegacia de Polícia de Itaúna, em coletiva à imprensa, na manhã da terça-feira, 19 de setembro. Também participou da coletiva o escrivão Franco Vasconcelos, que explicou os trabalhos técnicos do caso.

Exame de DNA e conclusão do inquérito

Após a confirmação das características, a equipe do Posto-Médico Legal em Divinópolis realizou a coleta de material de DNA dos pais da vítima e os encaminhou para o Instituto de Criminalística da PCMG, em Belo Horizonte, onde foram submetidos a análises. O resultado do exame apontou de forma conclusiva que a ossada encontrada em 2016 era, de fato, do menor desaparecido.

Com a conclusão do inquérito, o Ministério Público encaminhou a denúncia à Justiça para que os responsáveis sejam julgados e paguem pelos seus crimes. Ainda conforme a assessoria de imprensa da Polícia Civil, a delegada Luciene Flávia Junqueira concluiu afirmando que, “após dez anos, a família finalmente teve uma resposta sobre o paradeiro do adolescente. A identificação da ossada reforçou a importância do trabalho incansável dos membros da Polícia Civil de todas as carreiras, que não mediram esforços para solucionar esse caso; um exemplo de que, independentemente do tempo, todos os procedimentos serão devidamente analisados”.