‘Invasão” de animais silvestres não é o maior problema

‘Invasão” de animais silvestres não é o maior problema
Foto: Reprodução/Redes sociais


Alguns sinais mostram que o processo de crescimento das cidades está caminhando de forma, no mínimo, desordenada e necessita de ser repensado, principalmente pelas autoridades públicas itaunenses. O problema não é só do município, podem alegar, mas, os “sintomas” que se apresentam por aqui têm que servir de alerta. Muitos pássaros, antes considerados até mesmo raros, passaram a conviver no dia a dia das cidades. Estão aí, nas ruas, nos canteiros (quando eles existem), nos quintais, e não é porque estão mais dóceis, mas a “invasão” se dá porque estão sendo desalojados de seus habitats. E as notícias de encontro de animais silvestres em área urbanas também estão se tornando constantes. 

Itaúna experimentou, nas últimas semanas, notícias de vídeo que captou o passeio de uma onça em condomínio na Barragem; de um tatu que ficou preso em um portão; de dois quatis que caíram em uma cisterna; e, nos últimos dias, de uma capivara que invadiu um bar, no Bairro das Graças. Os casos têm servido para muitas conversas nas esquinas, piadinhas nas redes sociais, mas a realidade aponta para um outro fator: a invasão desordenada de todos os espaços pelo homem, o que acaba expulsando os animais para as áreas consideradas urbanas.

E não são só os animais que dão sinais. O clima responde ao aumento da pavimentação, com asfalto e concreto impermeabilizando o solo, provocando ondas de calor seguidas. A retirada da cobertura do solo origina enchentes e alagamentos como os que têm ocorrido na cidade. Enquanto isso, um dos setores que deveria atuar na questão, está “sumido”.

Setor de meio ambiente omisso?

A reportagem recebeu alertas de cidadãos sobre a verdadeira inatividade do setor de meio ambiente da Prefeitura de Itaúna. Um dos cidadãos aponta a ausência de posicionamento em questões primordiais da cidade. “Na limpeza das margens dos cursos d´água, muito verde, muitas árvores foram retiradas para dar passagem às máquinas. Na descarga de esgoto no rio e nos ribeirões, está ocorrendo um crime ambiental e nenhuma ação do setor. Nas obras de asfaltamento, não se escuta qualquer manifestação do departamento que deveria estar vigilante, cobrando contrapartidas...”, disse.

E aponta que “há muito não se vê uma ação, por mais mínima que seja, do setor de meio ambiente junto à comunidade itaunense”. Também, conforme as críticas, “não se fala mais em CODEMA”. Criticam, inclusive, o fato de o nome da secretaria da área ter a denominação “meio ambiente” retirada. “Não há mais uma campanha, não se fala nem mesmo em distribuição de mudas, o termo meio ambiente não consta mais das ações oficiais...”, lamenta, apontando que “é preciso que se faça alguma coisa, que o setor de meio ambiente acorde para esta realidade, antes que se acabe com o ambiente e fique só o ‘meio’”, concluiu.