ABSURDO - Piso de professores do Estado é menor que média salarial

A média dos salários dos mineiros fechou o ano em R$ 2,9 e piso dos profissionais da educação é de R$ 2,3

ABSURDO - Piso de professores do Estado é menor que média salarial
Foto: Reprodução/Veja/ImpávidoColosso




Os mineiros convivem anualmente com greves de professores e veem a qualidade do ensino no estado cair em comparação com outros centros. Em 2022 o resultado do IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira mostra Minas Gerais com o índice 4,0 no Ensino Médio, à frente do Rio de Janeiro na região Sudeste e atrás de São Paulo e Espírito Santo. Paraná, Rio Grande do Sul, Ceará, de outras regiões do País, por exemplo, ficaram muito à frente. Nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, o resultado foi melhor em relação ao Sudeste, quando ficou atrás só de São Paulo, mas continua perdendo para o Ceará, Paraná, Santa Catarina e outros. Nos Anos Finais, também ficou atrás de São Paulo no Sudeste, mas novamente perde para o Paraná, Ceará e outros.

Porém, quando se olha a questão da arrecadação de impostos, no mesmo ano, só fica atrás de São Paulo, que arrecadou mais de um trilhão no período. Rio de Janeiro veio em seguida com R$ 394 bilhões e Minas Gerais ocupa a terceira posição, com R$ 213 bilhões. Essa arrecadação em impostos estaduais mostra a distância em relação a estados como o Ceará, que arrecadou R$ 54 bilhões neste mesmo período.

Professores têm 

piso “irrisório” 

Talvez a explicação dos problemas que o Estado enfrenta na área da educação, com muitas paralisações e resultados não condizentes no IDEB com a arrecadação estadual estejam refletindo a valorização que o Governo do estado dá à categoria. Minas Gerais tem um dos piores pisos salariais do País. Enquanto o Piso Nacional foi para R$ 4.420,55, em Minas o salário inicial dos professores lotados no Estado é de R$ 2.350,49, menor até do que a média salarial dos mineiros, que é de R$ 2,9 mil.

Estados citados acima, como o Ceará, mostram o porquê de o ensino estar à frente dos mineiros, pois o piso salarial da categoria é de R$ 5.413,18. E aí podem alegar que no Ceará a carga horária é de 40 horas semanais e em Minas, de 24 horas semanais. Assim façam as contas por hora trabalhada remunerada: se em Minas um professor ganha R$ 24,4 por hora trabalhada, no Ceará o valor é de R$ 33,8 pelo mesmo período trabalhado.

O piso por estado

Para conhecimento, levantamento publicado no Uol.com.br, mostra os seguintes valores, por estado brasileiro, relativo ao ano de 2022, como salário inicial para a categoria, respeitando-se o fato da carga horária:

- Amapá: R$ 3.845,63; Amazonas: R$ 4.749,22; Bahia: R$ 3.850,00; Ceará: R$ 5.413,18; Distrito Federal: R$ 5.497,13; Espírito Santo: R$ 4.579,20; Goiás: R$ 3.845,63; Maranhão: R$ 6.867,68; Mato Grosso: R$ 5.024,57; Mato Grosso do Sul: R$ 10.318,18; Minas Gerais: R$ 2.350,49; Pará: R$ 3.845,63; Paraíba: R$ 3.564,44; Paraná: R$ 3.903,32; Piauí: R$ 3.451,20; Rio Grande do Sul: R$ 4.038,52; Roraima: R$ 6.103,14; Santa Catarina: R$ 3.845,00; São Paulo: R$ 5 mil para professores da nova carreira e R$ 3.845,63 para professores com 40 horas semanais; Sergipe: R$ 4.451,14; Tocantins: R$ 3.845. Acre, Alagoas, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Rondônia não responderam. (Veja matéria em https://educacao.uol.com.br/noticias/2023/01/19/reajuste-salario-professores-quanto-cada-estado-paga.htm). 

Salário de professores no Brasil: um dos piores do mundo

Em matéria da revista Veja, em coluna de título “Impávido Colosso”, assinada por André Fuentes e atualizada em 31 de julho de 2020, a informação torna a questão dos salários dos educadores mineiros ainda mais crítica. Naquele ocasião o colunista da revista de circulação nacional informou que o Brasil paga aos professores um dos piores salários do mundo. Num gráfico (veja a ilustração) o Brasil está acima apenas da Indonésia e abaixo até mesmo da pequenina Estônia. 

O gráfico que ilustra a matéria foi produzido em 2014 e calculado em dólares. Mas, de lá até os dias atuais, pouca coisa mudou. Assim Minas Gerais paga um dos piores salários do Brasil a seus professores. E o Brasil se mantém pagando um dos piores salários a seus professores no mundo. A situação dos educadores mineiros precisa ser revista com urgência e que os deputados que tomam posse nos próximos dias tenham um olhar detalhado para esta situação. (Com informações de https://veja.abril.com.br/coluna/impavido-colosso/salario-dos-professores-brasileiros-esta-entre-os-piores-do-mundo/).