VIASUL: R$ 17 MILHÕES - Decisão deve ficar para a Justiça!
Prefeito “dá chilique” e retira projeto da Câmara depois de não conseguir votos para aprová-lo
Mais uma vez o projeto que pedia a abertura de crédito especial para que a Prefeitura pudesse repassar à ViaSul quase R$ 17 milhões, a título de recomposição financeira do contrato de transporte público de Itaúna, não entrou na pauta esta semana. Fontes do jornal apontam que faltava um voto para a aprovação da proposta e, por este motivo, ele não entrou em votação. Parece que a demora dos edis em “atender” o prefeito deixou Neider nervoso. Consta que ele ficou “muito bravo” após a reunião, “deu um chilique” e mandou que fosse retirado o projeto da Câmara, conforme ocorreu com o ofício encaminhado ao presidente da Mesa (foto). Ainda segundo as informações de bastidores, Neider teria afirmado que “a Justiça vai mandar pagar”, confiando que a ação impetrada pela empresa cobrando a recomposição terá desdobramento rápido e assim o Município poderá repassar o dinheiro.
Com a medida do prefeito, retirando o projeto do Legislativo, a Câmara deixa de ter responsabilidade no processo e agora fica por conta da Justiça. Imediatamente já se tem notícia de que um grupo de pessoas está atenta para questionar a ação da empresa, cobrando contrapartidas para que o valor seja pago. “Como a empresa questiona os prejuízos financeiros, tem gente pensando em apresentar os questionamentos quanto aos prejuízos de toda ordem, que a população vem sofrendo, como o péssimo serviço que é prestado à população, pela ViaSul. Ônibus quebrados, corte de horários, falta de manutenção adequada nos veículos, utilização de veículos muito velhos, retirada de cobradores, não instalação de abrigos. Tudo que está previsto no contrato e não foi atendido pela empresa pode caracterizar prejuízo à comunidade e que também terá de ser reparado”, afirmou nossa fonte.
Assim, caso a Justiça dê ganho de causa à ViaSul, com certeza haverá recurso para as instâncias superiores e, com certeza, demandará tempo até que se chegue a uma solução final para o imbróglio. Com isso, as próximas administrações é que terão de resolver a questão. Talvez até pensando nisso é que o prefeito tenha tomado a decisão de retirar o projeto, como apostam algumas pessoas da cidade. “Ele se livra de um abacaxi, deixando a decisão para a justiça. E caso a decisão seja tomada imediatamente, outra celeuma será criada, pois pelo que se sabe, não tem dinheiro na Prefeitura, nem recurso orçamentário para cobrir esse gasto”, lembrou um ex-vereador. A “crise nervosa” do prefeito, como apontam observadores, pode gerar um problemão para o futuro de Itaúna.
Edênia aponta descaso com questão importante
Ao abordar o possível repasse de dinheiro para a ViaSul na Câmara, a vereadora Edênia Alcântara foi direto ao ponto: “A comissão formada na Câmara não levou em consideração as informações de que o movimento Tarifa Zero já tinha obtido sobre o problema de transporte em Itaúna”. Mostrou um calhamaço de papéis com estas informações e disse que o assunto não recebeu o tratamento com a seriedade necessária.
“A gente está falando de política pública, que é necessária, e o assunto vem sendo tratado como um balcão de negócios”, disse ela, apontando a disputa entre favoráveis e contrários ao projeto. Aproveitou para explicar os motivos de ser contra, inicialmente, depois ter assumido a possibilidade de votar favorável e, agora, voltar à atitude contrária. “Primeiro, fui contra, porque não se falou em real benefício à população. Depois, (admiti) a possibilidade de votar favorável, porque vi a oportunidade de se discutir questões como a tarifa zero, os benefícios para a população”. E completou que novamente se colocou contrária ao projeto porque, “em momento algum, se tratou, se falou sequer da possibilidade da tarifa zero”. E acrescentou: “E falam aí, se aprovar, a passagem pode voltar para R$ 5. Cinco reais é muito caro para quem tem que pagar a passagem todos os dias”, arrematou.