Selvageria em “grande estilo”

Selvageria em “grande estilo”


Confesso-me impressionado com o que assisti no domingo, 08, em Brasília, nossa Capital Federal. As cenas de selvageria são impressionantes e o que assusta é que foram orquestradas e financiadas por pessoas de classe média-alta, portanto privilegiadas e com poder aquisitivo acima dos “podres mortais” trabalhadores brasileiros. Me considero um democrata e sempre defendi a boa prática na política. Ou seja, a convivência pacífica entre os poderes e os partidos políticos e que as diferenças de pensamento fossem sempre debatidas e resolvidas com diálogo e buscando sempre a harmonia e prol da população, com destaque para a parcela mais desfavorecida, portanto a grande maioria. 

Não é a “ferro e fogo” que vamos ter um país melhor ou um governo que supra as necessidades básicas do povo brasileiro. Para isso, antes de mais nada, necessitamos é de um governo democrático, onde o povo esteja em primeiro lugar. E não importa a cor deste governo e muito menos a ideologia, desde que as leis, as regras democráticas e os direitos básicos sejam respeitados em todos os níveis dos poderes constituídos e que nossos políticos, sejam eles de oposição ou situação, saibam exercer o poder em prol de todos. 

O que assistimos no domingo é inadmissível em uma democracia e todos os envolvidos têm de ser punidos exemplarmente. E que os rigores das leis sejam aplicados. Mais uma vez repito, não sou petista e muito menos de esquerda, sempre busquei o centro e defendo em todas as oportunidades o diálogo, principalmente quando o foco é o povo. E eleição, governança... é povo, é maioria, é decisão. A teoria de que houve fraude eleitoral, que a eleição foi roubada e que o país está dividido é uma grande bobagem. O pleito foi realizado como vem sendo em décadas, de quatro em quatro anos e com transparência e segurança, acompanhado pelo mundo e as organizações competentes. Por que somente agora seria fraudado? Não faz sentido. 

Não temos nada contra o governo anterior, mas somos críticos de posições ideológicas, de ações políticas precipitadas e posicionamentos claramente ditatoriais por parte do então ocupante do poder, Senhor Jair Messias Bolsonaro, que consideramos um brasileiro comum e com um déficit mental. Um político obscuro, que ocupou o cargo máximo na estrutura governamental brasileira sem a mínima condição de exercê-lo. Não vou discutir aqui gestão econômica, educação, saúde e assistência social, dentre outros setores, pois isso é obrigação de qualquer governante e/ou de qualquer estrutura governamental. Mas vou, sim, questionar postura perante o mundo, as nações, postura diante da imprensa, da sociedade num todo, a pluralidade partidária, o meio ambiente.

O fato é que o que aconteceu em Brasília no domingo não tem como ser classificado e/ou chamado de ato democrático de direito, mas, sim, de atos de selvageria e de terrorismo, praticados por pessoas desclassificadas e imbuídas de um sentimento ditatorial. Não se conquista o poder à força, fazendo quebradeira e invadindo prédios públicos. O poder é conquistado com postura pública, teorias políticas convincentes e, mais que isso, com trabalho público. Sou defensor de que todos os envolvidos, que já estão identificados, sejam responsabilizados e punidos exemplarmente com condenações que os levem a pagar não somente pela destruição do patrimônio público, mas também pelos atos golpistas. 

Que a Polícia Federal busque os empresários financiadores destes movimentos que terminaram em ações truculentas e desordenadas e que por pouco não motivaram a perda de vidas. A maioria desses financiadores e aliciadores já está identificada, inclusive em Itaúna, onde todos sabem quem são e quais estavam em Brasília e que não só participaram dos atos na capital federal, mas vêm financiando e incentivando atos como o fechamento de estradas, dentre outros. Mas a realidade é que os bens materiais pertencentes ao povo brasileiro destruídos sejam devidamente pagos pelos participantes dos atos selvagens e golpistas. É inadmissível que, em pleno mundo globalizado, nosso país tenha ficado isolado por quatro anos, que vidas tenham sido perdidas com a Covid, porque nosso governante não teve uma postura humanista, que nossas florestas tenham sido alvo de depredação, que nossas manifestações culturais tenham sido objeto de desprezo. É inimaginável que o sentimento doentio de alguns poucos tente contaminar milhões. A democracia venceu mais uma vez e os envolvidos na balburdia registrada em Brasília têm que pagar. Todos, não importa de são cidadãos de bem perante a sociedade, como muitos itaunenses envolvidos. Precisam ser fichados e condenados como terroristas que atentaram contra o Estado de