Projeto para remanejar empréstimo tem “erro”

Discussão era sobre reconstrução de emissários de esgoto, mas texto da lei trata de “rede de água”

Projeto para remanejar  empréstimo tem “erro”
Nesta semana foi afixada uma faixa na praça de Santanense, acusando o mau cheiro que assola os narizes de quem passa ou vive naquele bairro. A reconstrução dos emissários de esgoto ao longo do Ribeirão dos Capotos é necessária, porém o projeto enviado pela Prefeitura à Câmara, assim como o texto da faixa citada contêm erros. Se aqui, o “mau” está grafado com “L” e deveria ser com “U”; lá o trocaram as estruturas de ESGOTO por ÁGUA...




A Câmara se reuniu na manhã de ontem, sexta-feira, dia 19, para votar um projeto encaminhado pelo prefeito que, na prática, seria de remanejamento de recursos obtidos em empréstimo aprovado pelos vereadores, de uma obra na ETA – Estação de Tratamento de Água, para a reconstrução dos emissários de esgoto, como pensavam os edis. Porém, na elaboração do texto do projeto, não se fala em “rede de esgoto”, apenas solicita a abertura de crédito para a utilização de R$ 8 milhões “para cobrir despesas referentes à reforma e recuperação das estruturas de tratamento de água do município”. 

Ou os vereadores estavam enganados em suas interpretações, ou errou a Prefeitura na elaboração do texto do projeto. O fato é que, após algumas observações dos vereadores e a pedido do edil Alexandre Campos, a reunião foi adiada até que se esclareça para onde vai o dinheiro realmente. E, conforme o apurado, só terá aprovação dos vereadores se o recurso for investido na reconstrução dos emissários de esgoto destruídos, o que está fazendo com que o esgoto seja despejado nos ribeirões e no rio São João, que corta a área urbana de Itaúna, principalmente no Bairro Santanense. 

Verba já foi aprovada em empréstimo de R$ 22 milhões 

Conforme a FOLHA apurou, os vereadores aprovaram, por 9 votos a 7, no mês de maio de 2023, o projeto para que o Município tomasse R$ 22 milhões emprestados ao BDMG – Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais S/A – BDMG. A destinação deste dinheiro, conforme afirmações da Prefeitura, à época, seriam de R$ 2 milhões para a pavimentação da estrada de acesso ao Morro do Bonfim (que deve custar mais de R$ 3 milhões); R$ 12 milhões para infraestrutura, sendo que R$ 5 milhões seriam investidos em iluminação pública e o restante em aquisição de máquinas e equipamentos; e os R$ 8 milhões restantes usados para recuperação das estruturas da Estação de Tratamento de Água (ETA) do SAAE. 

A abertura de crédito pedida pelo Município no projeto que foi enviado à Câmara trata desses R$ 8 milhões. No texto do projeto, a informação é de que o dinheiro seria destinado “para cobrir despesas referentes à reforma e recuperação das estruturas de tratamento de água do município”. Os vereadores trataram a questão como se fosse para a reconstrução dos emissários de esgoto, porém esbarraram na falta de informação do projeto e votaram pelo adiamento da discussão e votação do projeto. O fato que não foi levantado é que o projeto pode, sim, tratar da abertura de crédito para o investimento do dinheiro nas obras da ETA. E, aí, teríamos a triste informação de que, ao elaborar o orçamento deste ano, não constaram o recurso para este fim e, agora, precisam corrigir o lapso. Será?

Foto: Reprodução/Redes sociais