Professoras denunciam perseguição de diretoras

Direções de escolas do município são acusadas por professoras que se afirmam assediadas moralmente

Professoras denunciam perseguição de diretoras
Foto: Reprodução/Youtube/CMI


Se na semana passada uma comissão de professores compareceu à Câmara para denunciar a tentativa da Administração, conforme foi denunciado, de reduzir salários de professores dos anos finais e do ensino médio, nesta semana as denúncias em relação ao setor de educação foram outras. Duas profissionais da educação ocuparam os expedientes Tribuna Livre e Participação Popular para denunciar assédio moral por parte de diretoras de escolas. Os problemas foram apontados em duas unidades educacionais e seguem a mesma linha: humilhação, perseguição e pressão psicológica, conforme as denunciantes.

A primeira professora a se manifestar foi Sonísia Ferreira da Silva, que reclama da direção da Escola Municipal Arthur Contagem Vilaça, situada no Bairro Cidade Nova. Muito nervosa, a professora fez a narrativa dos problemas que ela tem enfrentado e acusou a direção de ações que podem caracterizar assédio moral. Em alguns momentos da sua fala, a professora quase chorou ao explicar situações que ela disse ter passado na escola devido à perseguição por parte da direção. Sonísia afirmou que foi “obrigada a assinar atas” que continham denúncias contra ela e que acabaram por provocar a sua demissão.

Já a segunda professora a se pronunciar, igualmente nervosa, foi Rosilane Ribeiro Garcias. Conforme ela afirmou, trabalha na escola da comunidade rural de Brejo Alegre e também fez apontamentos de situação bastante parecida. Rosilane disse que vários atos de perseguição contra ela teriam sido perpetrados pela diretora da escola, a quem ela nomeou. Fez relatos detalhados de situações que passou, diariamente, até ser chamada à Secretaria de Educação e receber a informação de que estaria sendo demitida. Porém, no seu caso, disse que vai comparecer ao trabalho na segunda-feira e que não aceita a demissão, alegando ter a condição de deficiente físico e somente pode ser substituída por outra pessoa nas mesmas condições, inclusive, citando legislação que garantiria sua situação.

Denunciaram “esquema de proteção” na SEMED

Nos dois casos, as professoras afirmaram que as diretoras que as perseguem alegam ter “proteção lá na SEMED”. Rosilane chegou, inclusive, a afirmar que a diretora de sua escola afirma que é amiga do secretário e que, antes de assumir o cargo, ela permitia que “ele ficasse só estudando, sem precisar trabalhar”. Que por esse motivo ela seria protegida do secretário e que podia “fazer o que quiser, que ninguém a tira de lá (da direção da escola)”.

Após as falas das professoras, os vereadores Da Lua e Antônio de Miranda pediram que a Comissão de Educação da Câmara seja acionada, para ouvir as denunciantes, assim como a Secretaria, “para que as providências necessárias sejam tomadas”. Outros vereadores se manifestaram e houve um estranhamento ante a situação, visto que as denúncias são consideradas graves e ocorrem em escolas diferentes, o que pode estar ocorrendo de uma maneira mais generalizada no setor. 

Inclusive, após as falas das duas denunciantes, os comentários nos corredores eram de que outras denúncias vão aparecer. “A atual administração age desta maneira, com perseguição, muito assédio moral a quem não ‘reza na cartilha deles...’”, afirmou um vereador, em off, à reportagem. Nesta edição também está sendo publicada matéria referente à situação parecida que vem ocorrendo no SAAE.