Prefeitura tem até dia 7 para apresentar solução

Reportagem apurou que intervenção do MP com prazo de 90 dias atinge apenas caçambeiros. Pequenos volumes continuarão sendo jogados “nos cantos”

Prefeitura tem até dia 7 para apresentar solução
Caçamba de empresa de Pará de Mina está na Praça Dr. Augusto


O problema com a destinação de entulhos em Itaúna permanece. A Prefeitura aposta no entendimento de que o gerador que é o responsável pela destinação, sem avaliar que o Município tem a obrigação do gerenciamento da questão, além de ser a responsável pela destinação dos pequenos volumes, que são, na verdade, o maior problema. Em relação aos caçambeiros, aconteceu a intervenção do Ministério Público (MP) em reunião datada de 7 de dezembro, com estabelecimento de prazo de 90 dias para a solução, que vence no próximo dia 7 de março. 

Com isso, uma empresa foi criada por empresários, com o terreno licenciado, em 30 dias. Esta empresa, a Marval, receberá as caçambas, com valor já estipulado de R$ 250 a unidade, o que elevará o preço da locação em Itaúna, conforme as previsões, para em torno de R$ 600. Porém o problema maior está nas caçambas que já estão instaladas na cidade, cheias de entulho e muito lixo, que não terão como serem recebidas no empreendimento, conforme apurou a reportagem, já que os empresários responsáveis pela Marval já informaram que não receberão lixo, apenas entulho. 

Assim, está criado mais um problema a ser solucionado, já que a cidade tem dezenas de caçambas, cheias, em vários pontos, acumulando lixo e entulho, servindo de abrigo ao mosquito Aedes aegypti – durante uma grave pandemia de dengue –, e não existe local adequado para este descarte. Enquanto isso, caçambas de Pará de Minas são alugadas na cidade – como uma que está na Praça da Matriz – pelo valor de R$ 600. Conforme alegam os caçambeiros, a Prefeitura de Itaúna vai perder na arrecadação de impostos, por ação exatamente do Município, que não colabora com a apresentação de uma solução que seja viável para todas as partes. 

Problema do descarte irregular aumenta 

E com a atitude da atual administração, um grave problema está sendo ampliado em Itaúna, que é o descarte do pequeno volume. Conforme a legislação do setor, a Prefeitura teria de se responsabilizar pelo licenciamento e recepção de entulho em pequenos volumes – a ser estabelecido, na maioria dos municípios, é de até 100 quilos e/ou um metro quadrado de diâmetro. Este local deve receber móveis e utensílios, bem como restos de entulho provenientes de pequenas obras. Como exemplo, uma família troca uma porta na sua casa. 

Com esta pequena obra, gera um carrinho de mão de entulho, mais uma porta velha. O custo para alugar uma caçamba para a retirada deste material, muitas vezes, é maior do que o gasto com a obra. Assim, as pessoas optam por descartar este material em “cantos da cidade”, onde são criados os bota-foras, ou mesmo, quando alugam a caçamba, aproveitam para descartar materiais velhos os quintais e, claro, lixo. Assim, por se negar a prestar um serviço à comunidade, que seria de responsabilidade da Prefeitura, atual administração acaba por criar um outro problema muito maior.