Pesquisa aponta que 80% das rodovias mineiras estão com problemas

Pior trecho do estado está na região: a BR-352, que liga Pará de Minas a Abaeté

Pesquisa aponta que 80% das  rodovias mineiras estão com problemas
Foto: Reprodução/CNT


A Confederação Nacional do Transporte – CNT publicou a 26ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias e ela confirma o que os motoristas já sabiam sobre as rodovias que cortam o estado de Minas Gerais: mais de 80% delas estão com problemas. E a pior rodovia nesta classificação em Minas Gerais é a BR-352, no trecho que liga as cidades de Pará de Minas e Abaeté, na região de Itaúna. Conforme os dados da pesquisa, foram analisados 111.502 quilômetros da malha rodoviária brasileira pavimentada, e os resultados não são nada animadores. Dos 15.605 km que cortam o estado de Minas Gerais que foram analisados, 8,3% são considerados péssimos; 34,8%, ruim; 35,6%, regular; 18,9%, bom; e apenas 2,4% são considerados em ótimo estado. Assim não chega a 400 km dos mais de 15,6 mil km analisados, em condições ideais de tráfego.

Esses dados estão no mapeamento a que a reportagem da FOLHA teve acesso e trata do resultado geral, tendo sido analisados o “pavimento”, a “sinalização” e a “geometria da via”. Um dado interessante é que no item sinalização os percentuais são bem parecidos ao estado geral das pistas, com prevalência para a situação “regular”. A classificação “ótimo”, que atesta que a sinalização está conforme deveria ser, tem o índice é de apenas 3,4%, sendo que no item “pavimentação” a classificação ótimo – que revela que o piso está em condições adequadas de trafegabilidade – tem o índice de 19,3%. Estes números mostram que, mesmo que a pista esteja em condições adequadas para o tráfego, só 20% deste volume está sinalizado adequadamente. Um verdadeiro absurdo.

BRs em boas condições e MG em situação regular

No mapa divulgado pela CNT, pode ser encontrada a situação de rodovias que cortam a região. Nos casos das BRs 381 (Fernão Dias, que cruza o município vizinho de Itatiaiuçu) e a 262, que liga Mateus Leme a Nova Serrana, passando por Pará de Minas, a situação apontada pelo mapa, que mostra serem os trechos de pista dupla, é boa. Ambas as rodovias estão registradas na cor verde. Já a MG-050, que passa pelo município de Itaúna e é terceirizada por concessão, vai até a divisa com São Paulo, na classificação “regular”, marcada na cor marrom claro. A partir da divisa com São Paulo, a classificação passa a ser “boa”, grafada na cor verde.

Um detalhe é que a MG-431, que liga as BRs 262 e 381, passando por Itaúna, não há classificação no mapa da CNT. Porém basta trafegar pela estrada por alguns quilômetros para constatar que a situação da via é muito pior do que a encontrada na MG-050. Outro detalhe que pode ser observado é que nas estradas que cortam Minas e estão situadas nas regiões Sul e Sudeste, além da área central do estado, ainda pode ser encontrada classificação “boa” e algumas esporádicas marcações “ótima”, que estão grafadas em azul no mapa. Porém nas regiões Norte e Nordeste de Minas estão as piores classificações para as estradas, demonstrando a divisão que ocorre em Minas em termos de divisão de recursos e investimentos.

Governo de Minas anuncia R$ 455 milhões de investimentos

Visando melhorar a condição de trafegabilidade das rodovias mineiras, o Governo do Estado anunciou investimentos no montante de R$ 455 milhões para serem aplicados nos próximos dois anos. Esse recurso será investido, conforme a divulgação, em serviços de manutenção rotineira das rodovias, fazendo parte do programa ConservaPro, da Seinfra – Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias e do DER-MG – Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais.

Foram lançados dois editais pelo Estado, com sete lotes rodoviários a serem mantidos com estes recursos, totalizando 8.400 km de vias já pavimentadas. Conforme a divulgação do DER-MG, nos trechos contemplados, “serão realizados tratamentos pontuais dos defeitos de pavimento de forma preventiva e corretiva, que contemplarão ações como remendo profundo; pequenos segmentos de reperfilamento e fresagem”. 

Concluindo a informação repassada à imprensa pelo órgão, os contratos preveem ainda reparos de defeitos de pavimento; operações tapa-buracos; limpeza de bueiros e dispositivos de drenagem; limpeza mecanizada dos bordos para melhor escoamento das águas pluviais; roçada e capina das faixas de domínio; entre outros.