PADRE EUSTÁQUIO, 80 anos de sua morte (30 de agosto de 1.943)

PADRE EUSTÁQUIO, 80 anos de sua morte (30 de agosto de 1.943)


No dia 30 de agosto é celebrada e lembrada a data que marca os 80 anos da morte do Padre Eustáquio, data que foi celebrada com uma grande programação por devotos no Bairro Padre Eustáquio, em Belo Horizonte, e também na Paróquia de Itaúna. Atualmente, há um processo de canonização tramitando no Vaticano para que Padre Eustáquiopossa se tornar santo. 

Padre Eustáquio nasceu em 3 de novembro de 1890, numa pequena cidade ao sul da Holanda. Depois de completar os estudos regulares, ingressou no seminário, influenciado por suas duas irmãs freiras e ordenou padre em 10 de agosto de 1929.   

Após exercer o sacerdócio em sua terra, e se revelar como sacerdote de grande carisma, na prática das virtudes teologais, procurava um espaço onde pudesse desenvolver os dons que colocava a favor do Reino de Deus, quando escolheu o Brasil para sua missão, chegando ao Rio de Janeiro em 12 de maio de 1925 e em Romaria-MG, em 15 de junho de 1925, às vésperas do jubileu de Nossa Senhora da Abadia, juntamente com outros três padres holandeses.    

Depois de alguns dias de espera, foi convidado pelo Bispo de Uberaba a assumir a Paróquia de Romaria, um pequeno povoado da Diocese de Uberaba, que pertencia à cidade de Monte Carmelo (situada entre as cidades de Patrocínio e Uberlândia), o que ocorreu em 15 de junho de 1925, às vésperas do jubileu. Romaria era uma pequena comunidade de romeiros por devoção à Nossa Senhora da Abadia, (tipo Angicos), onde havia uma pequena igreja, cuja imagem da santa foi trazida por encomenda de Portugal, e que foi elevada pelo então bispo de Uberaba a Santuário Diocesano.

Padre Eustáquio assumiu a paróquia com dez capelas de comunidades vizinhas, além da comunidade de Romaria, que recebia muitos romeiros em função da devoção de N. S. da Abadia. Além de exemplar fidelidade à disciplina e aos votos religiosos, às virtudes evangélicas e ao cumprimento integral e permanente de todas as suas obrigações, dele surgiram os inegáveis carismas que atraíram multidões de pessoas em busca de cura para suas enfermidades, de absolvição para seus pecados e de conselhos para o encaminhamento de suas vidas, ou para a solução dos mais diversos problemas. 

Pe. Eustáquio, além do trabalho pastoral que desenvolveu, muito fez para a saúde e conforto aos doentes, quebrando a ideia de que os padres que passaram por Romaria, somente se interessavam pelos romeiros, pois ele lutou como nunca para integrar a comunidade de todas as capelas à vida religiosa diária.

Depois de dez anos de fervorosa e carismática vida sacerdotal em Romaria, Pe. Eustáquio continuou seu ministério assumindo a Paróquia de N. S. de Lourdes na cidade de Poá, na região metropolitana de São Paulo. Aos poucos os Poaense começaram a perceber seu grande carisma e a habilidade para influenciar as grandes multidões, que novamente começaram a procurá-lo, na esperança de pelo menos apreciá-lo com seus dons teologais.

A época, como em Minas Gerais, circulava as notícias dos dons de cura de Pe. Eustáquio, e com muito mais ênfase pelos jornais de São Paulo, com manchetes dando conta de seus milagres enquanto estava em Poá (SP).

Em 13 de maio de 1941, Pe. Eustáquio deixou Poá, sem avisar aos paroquianos e sem se despedir de ninguém, porque se despedisse, talvez o assédio da fé do povo não permitisse sua saída.

Por força de vários convites, Pe. Eustáquio voltou para Minas Gerais, mais precisamente para Araguari, quando recebeu ordens superiores para não aparecer em público, mas, o povo, descobrindo sua presença na cidade, promoveu uma onda de protestos nas cidades de Romaria, Patrocínio, Monte Carmelo, Estrela do Sul; Uberaba e Uberlândia.

Depois de algumas visitas pastorais à diversas cidades do triângulo mineiro, em 2 de abril de 1942, Pe. Eustáquio deixou a cidade de Ibiá em cumprimento de mais um ato de obediência transferindo-se para Belo Horizonte, em 4 de abril de 1942, quando foi recebido pelo primeiro Arcebispo de Belo Horizonte, Dom Antônio dos Santos Cabral, e a partir daí, além de prestar assistência ministerial a pedidos de outras paróquias, com bênçãos especiais, pregações etc., assumiu a Paróquia dos Sagrados Corações. Há registros de que ele viajava para pregar tríduos nas cidades de Nova Lima, Pará de Minas, Juiz de Fora, Pedro Leopoldo; Santa Bárbara; Montes Claros e Itaúna, e, em uma destas visitas, foi picado pelo mosquito vetor da febre tifo, vindo a falecer em 30 de agosto de 1943.

Afirma Dom João Resende Costa, Arcebispo Emérito de Belo Horizonte: “A vida de Pe. Eustáquio brilhou de fato, como uma luz de brilho sereno e puro, aos olhos de todos os que o conheceram entre os quais me coloco também”. Era a fé, era a simplicidade, era a humildade, a paciência, a caridade sem limites, a prontidão para prestar serviços a quem precisasse de seu auxílio.

Pelas grandes virtudes teologais de Pe. Eustáquio, lhe sendo atribuídos entre outros feitos, até o dom da cura, abriu-se em 1956, um processo junto à Santa Sé conferindo-lhe a sua beatificação que nós, os seus admiradores, desejamos sua aprovação.

A presença do Padre Eustáquio permanece viva e atual em tantos quantos o conheceram ou se aproximaram de seu testemunho e de sua obra. Seu túmulo em Belo Horizonte, no novo Memorial do Santuário da Saúde e da Paz, continua atraindo diariamente grande número de pessoas. Em Belo Horizonte e por todo o Brasil, no comércio e em muitos lares, encontramos sua foto com aquele olhar claro, firme e penetrante. Agradecidos por muitas graças alcançadas os pais honram ao Beato atribuindo a seus filhos o nome de “Eustáquio” e muitos nomes compostos com seu nome. Meu irmão honra seu nome: Eustáquio Antunes Pinto. A mensagem viva de Pe. Eustáquio expressa a atenção aos enfermos e aos pobres como a marca de toda uma vida vivida no seguimento de Jesus.

A Paróquia dos Sagrados Corações, Paróquia que ele construiu no bairro Padre Eustáquio, em Belo Horizonte, preserva sua história e recebe milhares de visitas, especialmente no dia de aniversário de sua morte, 30 de AGOSTO, última quarta-feira, pelo reconhecimento e devoção a um homem santo que, sem dúvida acrescentou muito ao Reino de Deus.

O que matou prematuramente Padre Eustáquio

A causa da morte de Pe. Eustaquio foi Febre Maculosa, doença causada por uma bactéria transmitida por carrapato estrela. O fato é que no mês de maio/1943, ano de sua morte, ele esteve em Itaúna, na região onde se localiza hoje o Bairro Padre Eustáquio e benzeu a pedra fundamental onde se instalaria uma grande indústria chamada “Ferro Puro”, indústria que não vingou (Foto). Suspeita-se que Padre Eustáquio foi picado pelo carrapato em Itaúna, mas não há comprovação deste fato.

No dia 13 de junho deste ano, completou 16 anos que a Santa Sé procedeu a beatificação de Padre Eustáquio, e há uma grande esperança de que muito em breve a Igreja passe a reconhecê-lo como Santo. Para que isto aconteça, há a necessidade de se provar outros feitos extraordinários que tenham acontecido a partir da data da sua beatificação. O que se sabe é que muitos outros já aconteceram, e estão passando por análise muito criteriosa da Congregação Para as Causas dos Santos “Ministério da Santidade” do Vaticano. A Arquidiocese de BH está celebrando Missas em sua memória e em prol de sua santificação, se for vontade do Reino de Deus deverá acontecer.

Este é o ministro de Deus que emprestou seu nome para o nosso querido bairro Padre Eustáquio, cuja motivação tem outra história muito interessante que no futuro publicaremos. “Como foi criado o bairro Padre Eustáquio”. A paróquia Nossa Senhora de Fátima prestou homenagens ao Santo Padre com a celebração da Santa Missa na Matriz, em homenagem aos oitenta (80) anos de sua morte.

Por Pedro Paulo Pinto