Cemig retira toneladas de fiação obsoleta nos postes em 66 cidades

No primeiro semestre deste ano, já foram removidas 16,2 toneladas de fios e ação continua em todo o estado

Cemig retira toneladas de fiação  obsoleta nos postes em 66 cidades

Somente no primeiro semestre deste ano, segundo a assessoria da Cemig, foram retirados 16 mil e 200 quilos de fiação obsoleta nos postes da rede elétrica do estado. A ação da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) atingiu 66 municípios mineiros nesse período e continua sendo realizada na capital e em outras cidades onde a incidência é mais presente. 

“Nos seis primeiros meses de 2025, os técnicos da Cemig já vistoriaram mais de 46 mil postes e retiraram a fiação de 45 empresas que atuavam de forma clandestina no sistema de distribuição da companhia. Nos últimos meses, a companhia tem reforçado a notificação das empresas que operam de forma irregular e trabalhado em conjunto com os municípios para promover ações de conscientização que visam educar sobre os riscos e a necessidade de regularização”, disse a gerente de Eficiência Energética e Receitas Acessórias da Cemig, Amanda Mascarenhas, em reportagem publicada nesta semana no jornal “O Tempo”.

Com mais de 17 mil notificações a empresas de telecomunicação (telefonia, internet e tevê a cabo, além de outros serviços) para que adequem a colocação de fiação nos postes da rede elétrica, a Cemig registra que houve aumento de 30,5% na incidência do problema em comparação ao mesmo período de 2024. O compartilhamento dos postes com as empresas de telefonia, internet e TV a cabo é determinado pelas Resoluções Conjuntas 001/1999 e 004/2014, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e 1.044/2022 da Aneel. 

A estatal de energia elétrica realizou censo que identifica cabos de empresas que compartilham postes em sua área de concessão. Ao todo, foram vistoriados cerca de 2,3 milhões de postes em 774 municípios de Minas, sendo que foram identificadas mais de 900 empresas que operavam de forma clandestina, irregular e sem projetos, fator que, de acordo com a companhia, pode comprometer a resistência mecânica dos postes.

Em Itaúna, tem lei que obriga identificação e alinhamento

Em agosto de 2021, foi sancionada a Lei de número 5.658 do Município de Itaúna regulamentando a questão da afixação de fios provenientes de empresas de serviços de dados, como telefonia, internet em postes da rede de energia elétrica. Conforme a lei, resultado de um projeto do vereador Léo da Rádio, ficou estabelecida a “obrigatoriedade da identificação do cabeamento presente nos postes de todo o município, bem como o alinhamento dos cabos pendurados de maneira irregular – pendentes e baixos e a obrigatoriedade da retirada da fiação inutilizada pelas empresas proprietárias”.

Na época a divulgação da citada lei, foi apontado o grande volume de fiação solta e/ou dependurada em altura irregular, nos postes da cidade, provenientes de ligações telefônicas, de internet, de tevê a cabo e outros serviços. Como destacado, muitos desses fios já estavam em desuso, mas permaneciam nos postes e sem qualquer manutenção. 

A lei estabelecia o prazo de um ano a partir de sua publicação, portanto prazo vencido em agosto de 2022, para as empresas se adequarem e promoverem o alinhamento e identificação de suas fiações e a retirada do material irregular. Para quem não atendesse a determinação ficou estabelecida multa de uma Unidade Fiscal Padrão (UFP) do Município de Itaúna, por metro linear irregular. Hoje, o valor da UFP está em R$ 122,05, e não se tem notícia de que alguma empresa foi penalizada por não se adequar. Mas o emaranhado de fios nos postes continuam pela cidade toda.