Carta à Redação - Por Carlos Alberto de Brito

Desabafo de um maçon, em resposta

Carta à Redação - Por Carlos Alberto de Brito


O comunicador e advogado, Carlos Alberto de Brito, o popular Carlinhos de Brito, encaminhou à redação, texto em que contesta/responde ao colunista Rafael Corradi, acerca da abordagem deste em relação à fé católica e a maçonaria:

Contraponto

Caro Rafael Corradi Nogueira, li seu artigo no Jornal FOLHA DO POVO do dia 6 de maio de 2023 com o título “Maçonaria e catolicismo são incompatíveis: como a maçonaria tenta acabar com a fé cristã”. Na leitura percebi que o articulista é desconhecedor profundo da Maçonaria, escreveu o texto por ouvir dizer, uma vez que cita o Cânon 2.335 do Código do Direito Canônico de 1917 promulgado pelo Papa Bento XV que dizia: Os que dão próprio nome à seita maçônica ou outras associações do mesmo gênero, que maquinam contra a Igreja ou contra os legítimos poderes civis, incorrem “ipso facto” (pelo mesmo fato), na excomunhão. O Cânon 2336 estabeleceu as penas e sansões cominadas aos clérigos e aos religiosos, as quais deixo de citá-las por não ser motivo do presente assunto. Para seu conhecimento a motivação desse desagradável episódio foi a iniciação de Léo Taxil na Maçonaria em 1881, mas não passou do primeiro grau, sendo expulso dez meses depois, em 1882, por estar envolvido em alguns casos de plágio e difamação. Inicialmente chegou a publicar vários livros anticatólicos, um deles O Secreto amores do Papa Pio IX. Expulso da Maçonaria, começou a difamá-la alegando ser uma seita satânica que dedicava seus cultos a Baphomet e que o chefe supremo da Maçonaria Albert Pike recebia ordens de Lúcifer em pessoa. Diante destas colocações, o Papa Leão XIII se ancorou nas declarações e livros de Taxil e desencadeou ataques contra a Maçonaria. Taxil redimiu de seus pecados verbais contra a Igreja e retornou ao seu seio. Também tentou desfazer os seus ditos sobre a Maçonaria, mas já era tarde demais, o mal já estava feito. Muitos candidatos à maçonaria que não preenchem os requisitos necessários para adentrar a Arte Real tentam denegrir a Instituição. Espero que leia o novo Código de Direito Canônico atualmente em vigor, aprovado pelo Santo Padre Papa João Paulo II, de 25 de janeiro de 1983, que contém o Cânon 1374 que diz: “Quem se inscrever em alguma associação que maquina contra a Igreja seja punido com justa pena; e quem promove ou dirige uma dessas associações seja punido com interdito”. (Proibição de participar de ritos da Igreja). Isto posto, coloco ao articulista a seguinte observação: um dos preceitos fundamentais para se entrar na Maçonaria é a crença em DEUS, independente que qual fé professe o candidato, é uma instituição ecumênica. A Maçonaria não é uma religião, masreligiosa, pois seus membros professam alguma Crença, que acredita em um único princípio Criador, Deus, que denominamos o Grande Arquiteto do Universo. A Maçonaria tem como princípio, a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade. A Maçonaria é uma instituição essencialmente Filosófica, Filantrópica, Educativa e Progressista. A Maçonaria tem como lema: Ciência, Justiça e Trabalho. A Maçonaria é essencialmente amor à Família. A Maçonaria tem como objetivo: investigação da verdade, o exame da moral e a prática da virtude. A Maçonaria é tolerante, respeita as opiniões, rechaça qualquer privilégio, todos Irmãos são iguais. A Maçonaria combate a superstição, o fanatismo, orgulho, intemperança, vício, discórdia, dominação e privilégios. A Maçonaria não é uma sociedade secreta, a sociedade conhece seus membros, mas ela é discreta. A Maçonaria na História: Inconfidência Mineira – 10-05- 1789; Revolução Francesa – 14- 07-1789; Revolução Bahiana, conhecida com Revolta dos Alfaiates – 1798; Revolução Pernambucana – 1817; O Fico- 09-01-1822; Independência do Brasil – 07-09-1822; Libertação dos Escravos em todo seu processo que começa com a Lei Eusébio de Queiroz- 1850, e aboliu o tráfico de escravos; Lei do Ventre Livre, 1871; Lei Sexagenário, 1885 cominando com a Lei Áurea em 1888. Proclamação da República – 15-11-1889. Presidentes da República de 1889 a 1964 foram 10. O saudoso Grão-Mestre, Irmão Athos Vieira de Andrade, criador do Grande Oriente de Minas Gerais, um dos grandes Maçons do Brasil, Presbítero da Igreja Presbiteriana do Brasil que sofria com a intolerância da sua Igreja e os Maçons que ainda estão lá sofrem desde 1903 quando foi proibido membros da Maçonaria em seus quadros de direção, disse: “Ouso afirmar que se apagarmos as ações dos Maçons na História do Brasil a nossa Pátria, certamente, seria constituída de um povo sem História”. Recomendo ao articulista a leitura do livro “O Evangelho e a Maçonaria” do citado Irmão. O Saudoso Dom EUGÊNIO DE ARAÚJO SALES, Cardeal -Arcebispo do Rio de Janeiro em artigo no Jornal o Globo de 27-01-2001- após fazer uma análise retrospectiva a respeito da Igreja e Maçonaria, termina o seu artigo dizendo: “O respeito mútuo e a fidelidade aos ensinamentos da Igreja nos possibilitam uma convivência pacífica com os Irmãos Maçons”. Nossa inspiração é a Bíblia, (Salmo 133), cremos em Deus, no nascimento virginal do Menino Jesus, na natureza Divina e Humana de Cristo, no sacrifício expiatório DELE na Cruz nos livrando do pecado, Ressurreição de SEU Corpo e esperamos sua volta. Pergunto ao articulista: Onde está nosso Relativismo Religioso? Com todos esses conceitos acima citados, como afastar da fé professada por Cristo? Aqui findamos nosso dessabor com a matéria citando uma passagem do Evangelho de Lucas que mostra Jesus dando uma lição de Humildade e Tolerância no Capítulo 9, versos 49-50. “João tomou a palavra e disse: “Mestre, vimos um homem que expelia demônios em seu nome, e nós o proibimos, porque não é um dos nossos”. JESUS lhe disse: “Não o proibais; porque o que não é contra vós é a vosso favor”. E nós Maçons temos com lema, as palavras de JESUS CRISTO: “Amai-vos uns aos Outros como EU vos amei”. Carlos Alberto de Brito. Loja Maçônica Ordem e Progresso. Filiada as Grandes Lojas de Minas Gerais. Place 32.684. Católico, Apostólico, Romano, praticante. Congadeiro da Guarda de Congo de N. Sra. Do Rosário, Santa Edwiges. Membro adormecido da Legião de Maria. Bibliografia: Evangelho e a Maçonaria, Athos Vieira de Andrade, Livro da Lei – Bíblia, Nominata ARLS Mestre Chaue Chequer, Google.