AGROTÓXICOS - Bancada ruralista quer liberar mais veneno

Deputados e senadores atuam em favor do uso de novos agrotóxicos no País

AGROTÓXICOS - Bancada ruralista quer liberar  mais veneno
Foto: reprodução/Greenpeace


A bancada formada pelos deputados e senadores que apoiam o agronegócio, denominada “ruralista”, vem tentando aprovar lei que autoriza a liberação de mais agrotóxicos nos alimentos há 20 anos. Em 2002 o senador Blairo Maggi, conhecido como o “Rei da Soja”, fez a proposta do PLS 526/99, que, após aprovado pela CAS – Comissão de Assuntos Sociais, do Senado, foi encaminhado à Câmara, ficando praticamente 13 anos parado. Em 2015 foram apensadas outras propostas ao projeto de Maggi. Em 2018 foi aprovado em uma Comissão Especial e em fevereiro deste ano aprovado em plenário, na Câmara Federal.

Agora, finalizando o ano, os senadores pretendem votar a proposta e, de presente aos brasileiros, sacramentar o que os deputados ruralistas já aprovaram, que é a possibilidade do aumento de uso de agrotóxicos no Brasil. Para tentar barrar a aprovação do chamado “pacote do Veneno”, organizações nacionais e internacionais tem se movimentado. Nesta semana o Greenpeace, organização não governamental de alcance mundial, lançou campanha em que um abaixo-assinado, com participação de várias centenas de milhares de brasileiros pede aos senadores que reprovem o projeto em plenário, e ao presidente do Congresso, senador mineiro Rodrigo Pacheco, para que não coloque o tema em pauta.

“É inaceitável avançar com um projeto de tamanha gravidade para a saúde da sociedade e para a biodiversidade. Precisamos de menos veneno no prato e de mais comida de verdade”, alerta Marina Lacôrte, porta-voz de Agricultura e Alimentação do Greenpeace Brasil. O PL (Pacote do Veneno) também foi rejeitado por mais de 300 organizações, incluindo a Anvisa, o Institucional de Câncer (INCA), a Fiocruz e até a ONU.