Os próximos 17 vereadores de Itaúna
Como numa previsão do tempo, sabemos que as nuvens da política podem mudar por meio de um fato novo e previsões eleitorais se tornarem inócuas. Mas também temos conhecimento de que há metodologia científica para analisar boas probabilidades em ambos os casos. Ousaremos, prezado leitor, compartilhar uma previsão e uma breve referência à metodologia analítica que usamos. Oportunamente, será um prazer descrevê-la com mais espaço e detalhes. Hoje nosso objetivo é mais pragmático. Vamos falar de um possível resultado das eleições proporcionais de 2024 em Itaúna.
Primeiro precisamos vislumbrar os votos aproximados que cada partido ou federação receberá, o quociente eleitoral, o número de votos válidos de legenda e a distribuição aproximada dos votos válidos nominais. Para isso, estudamos a votação das eleições municipais de 2004, 2008, 2012, 2016 e 2020. Observamos um impacto na evolução estatística causado pela pandemia de 2020. Mas foi possível lidar com isso. Atentamo-nos para a evolução do número de eleitores e do perfil com que a participação evoluiu, junto com os nichos eleitorais da cidade. Foi importante notar o impacto que a eleição majoritária tem na eleição para vereadores, dependendo do perfil da disputa que os candidatos a prefeito travam. Em especial no voto feito apenas na legenda, para os eleitores que assim preferem fazer quando escolhem seus edis. Também foi relevante observar na distribuição de votos, que crescentemente, as últimas votações registraram entre 70% e 79% dos votos nominais válidos direcionados para candidatos com menos de 200 votos. Tudo isso considerado, para efeito de cálculo, projetamos que o total de votos válidos na eleição proporcional será de aproximadamente 54.434 votos, o que gera um quociente eleitoral de 3.202 votos.
A sequência de ocupação das cadeiras não ocorre necessariamente na ordem de vereadores mais votados. Lembremo-nos que a ordem obedece ao número de votos total de cada chapa.
A primeira e segunda cadeiras devem ser ocupadas pelo PL. Com cerca de 6.570 votos (dos quais algo próximo de 290 devem ser de legenda), o Partido Liberal deve ocupar estas vagas com Marcinho Hakuna e Rosse Andrade, respectivamente. Dois nomes que já possuem capilaridade, foram testados em outras eleições e só devem perder votos fidelizados para seus eleitores que deixarem de votar neles, por acreditarem que já estão eleitos e, por isso, apoiarem silenciosamente um novo nome.
A terceira e quarta cadeiras devem ser ocupadas pelo PSD. Com cerca de 6.450, (dos quais algo próximo de 290 devem ser de legenda) o Partido Social Democrático deve ocupar estas vagas com Nesval Júnior e Lacimar o Três, respectivamente. Também já conhecidos pela amplitude do eleitorado.
A quinta vaga tende a ficar com o Republicanos – que deve chegar próximo de 5.564 votos. Curioso notar que possivelmente será o partido com maior voto de legenda: algo perto de 1.210 votos neste formato. Gustavo Dornas Barbosa deve ser o nome deste assento.
A sexta cadeira deve ir para o partido UNIÃO, com seus cerca de 4.797 votos. Na cadeira, deve-se assentar o já conhecido candidato Toinzinho do Sô João.
A sétima cadeira tende a ir para a Federação PSDB/CIDADANIA, cuja votação deve girar em torno de 3.857 votos. O ocupante da vaga deve ser outro candidato decano: Da Lua.
A oitava cadeira deve ir para o MDB, com cerca de 3.855 votos somados de todos seus candidatos. Alexandre Campos deve ser o representante da legenda neste lugar.
A nona cadeira provavelmente ficará com o PRD e seus cerca de 3.637 votos. A candidata Carol Faria, cujo nicho eleitoral abraça a proteção aos animais, deve surpreender na urna e ocupar este lugar.
A décima cadeira deve ficar com o MOBILIZA e uma votação partidária na casa dos 3.582 votos. O candidato Kaio Guimarães, que pleiteia reeleição, deve levar a vaga.
A décima primeira vaga tende a ficar com o NOVO. Com cerca de 3.214 votos, a legenda tem dois prováveis candidatos para este lugar: Gui Rocha (cujo nicho é a militância ideológica) e o Professor Diego Naron (com o nicho eleitoral entre os fiéis católicos). Naron parece ser muito prejudicado pela disputa de um nicho de eleitores concorridos com Hakuna, Gustavo Barbosa e Beto do Bandinho. Acredito, numa análise comparativa de capilaridade e fidelização, que Gui Rocha deve ser o representante do partido nesta vaga.
A décima segunda vaga deve ser a primeira a ser ocupada pela regra da média. É a segunda rodada de distribuição de cadeiras, depois que as anteriores foram todas ocupadas pela regra do quociente eleitoral. Tudo indica que esta vaga seria ocupada pela candidata Edênia Alcântara, da Federação PT/PCdoB/PV, se não houvesse a cláusula de barreira, estabelecida pela Lei 14.211/2021. Para participar da distribuição de cadeiras, nesta etapa, é preciso que se cumpra dois requisitos: 1. O partido ou federação precisa ter votos equivalentes a pelo menos 80% do quociente eleitoral; e 2. O(A) candidato(a) deve ter recebido votação nominal mínima de pelo menos 20% do quociente eleitoral. A legenda da candidata não deve conseguir atender este quantitativo.
Assim sendo, a décima segunda vaga volta para o partido REPUBLICANOS, agora pela regra da média. Na disputa mais provável, estão os candidatos Giordani Alberto e Gleissinho. O candidato Gleissinho atua no nicho eleitoral de assistência à saúde e às pessoas com deficiência. Nesta eleição, há um novo candidato que deve levar muitos votos desses eleitores: o José Guilherme Jotinha (PODE). Este fato somado ao campo mais livre que Giordani acordou dentro de seu nicho, nas congregações religiosas em que atua, nos leva a prever que a vaga deve ficar com Giordani.
A décima terceira vaga tende a ir para o PRTB, com seus cerca de 2.696 votos. Na legenda, há dois fortes candidatos ao lugar: Fred Hubner e Michele Nogueira AIDA. Ele tem o nicho eleitoral na cadeia produtiva da construção civil e alguns apoios políticos de peso. Ela é prestigiada entre os defensores dos animais e carrega boa expectativa eleitoral. Ambos já foram testados em eleição passada. Em razão de ela disputar voto diretamente com a forte candidata Carol Faria, acredito que o desempenho dele o entregará a cadeira. A vaga deve ser de Fred Hubner.
A décima quarta vaga parece que ficará com o PP. O partido deve conseguir cerca de 2.649 votos. A ocupante da cadeira deve ser a candidata, que vem para a reeleição, Márcia Cristina. Tende a levar, mas deve passar raspando nos números de votos exigidos pelos requisitos de barreira.
A décima quinta vaga traz uma disputa interessante, entre dois candidatos já testados na eleição anterior. Acredito que daqui sairá um candidato estreante na Câmara e aquele que será surpresa para os mais desatentos. A vaga deve voltar ao UNIÃO. No partido, parece-me que haverá uma disputa imprevisível por este lugar entre EGBERTTO FISIOTERAPEUTA e WAGUINHO DA VAN.
A décima sexta vaga retorna ao PL. O candidato Beto do Bandinho deve garantir esta cadeira. O candidato estreia com forte apoio e tem como nicho principal uma disputa direta com seu companheiro de chapa, Marcinho Hakuna. Beto do Bandinho está bem cotado, mas o fato de ser estreante o coloca numa posição de menos capilaridade e fidelização eleitoral do que seus outros dois colegas de chapa Hakuna e Rosse, Por isso, Beto deve ficar em terceiro lugar em número de votos dentro de sua sigla, e levar a cadeira de número 16.
A décima sétima cadeira tende a retornar ao PSD, que a esta altura apresenta uma média calculada em torno de 2.150 votos. Por ser ex-vereador e ainda continuar ativo, Silvano do Córrego do Soldado tende a ocupar o último assento da legislatura. Uma surpresa possível na disputa com ele é o companheiro de chapa Dalton Nogueira, que até recentemente ocupava a secretaria de administração do município.
Com essa análise em mente, acreditamos que os próximos 17 vereadores de Itaúna serão: Marcinho Hakuna, Rosse Andrade, Nesval Júnior, Lacimar o Três, Gustavo Dornas Barbosa, Toinzinho do Sô João, Da Lua, Alexandre Campos, Carol Faria, Kaio Guimarães, Gui Rocha, Giordani Alberto, Márcia Cristina, Egbertto Fisioterapeuta OU Waguinho da Van, Beto do Bandinho, Silvano do Córrego do Soldado.