IBGE divulga o Censo de Itaúna

Estimativas erraram muito em relação às quatro primeiras cidades da região. Itaúna cresceu mais que o esperado e Divinópolis e Nova Serrana, bem menos. Pará de Minas se manteve na média esperada

IBGE divulga o Censo de Itaúna


O IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas divulgou o resultado do Censo 2022, nesta semana, e algumas surpresas em relação a Itaúna e cidades da região podem ser observadas, especialmente a diferença nas estimativas até então divulgadas. Itaúna surpreende com população bem maior do que a esperada, voltando a ultrapassar Pará de Minas neste quesito. Já Divinópolis e Nova Serrana apresentaram populações bem menores do que as esperadas e divulgadas nas estimativas. Pará de Minas se manteve dentro do esperado.

Os números mostram, em relação a Itaúna, no comparativo com os dados apresentados pelo País, como um todo, que, em termos populacionais, o crescimento local é bem mais significativo do que o alcançado nacionalmente. E esta comparação é ainda mais significativa quando se trata dos índices mineiros. Porém é necessário analisar se este crescimento populacional é interessante ou não. O que ele aponta? Quais os benefícios e malefícios traz para a população, de forma geral. 

A reportagem da FOLHA fez um apanhado geral dos números já apresentados, lembrando que informações relativas a pessoas empregadas, média salarial, faixas de idade e renda, raça, religiosidade, são dados que ainda não foram tornados públicos. No momento, há os números da população, de domicílios, densidade demográfica, crescimento populacional dos últimos anos e um levantamento comparativo de populações dos quatro municípios de maior população da região, nos últimos cinquenta anos.

A importância do recenseamento

As políticas públicas direcionadas às comunidades têm por base este levantamento que é feito com o recenseamento (Censo), que deve ser renovado a cada dez anos. O último Censo deveria ter sido feito em 2020, mas o governo Bolsonaro não reservou dinheiro para bancar o trabalho. E o Censo só foi realizado em 2022, porque o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a União adotasse as medidas administrativas e legislativas necessárias para a realização do censo demográfico naquele ano. A medida foi necessária porque, senão, os planejamentos de atendimento a população em relação a serviços como saúde, geração de empregos, oferta de vagas nas escolas públicas e até mesmo aposentadorias futuras não teriam como ser planejadas sem esses dados.

Para se ter uma ideia, o repasse de recursos para os municípios tem como base o Censo. É a partir da população residente em cada município que se faz a divisão da receita total arrecadada com impostos no Brasil. Cada município tem um índice de repasse a partir da população oficial registrada, que determina a cota de cada um no FPM – Fundo de Participação dos Municípios. Por esse motivo é que os prefeitos, muitas vezes, acionam a Justiça para pedir a recontagem populacional, pois caso esses dados não estejam corretos, o município pode perder dinheiro na divisão do “bolo” arrecadado com os impostos.

População maior exige mais serviços públicos

Com a informação da população oficial de um município, os administradores públicos têm a base necessária para calcular, por exemplo, quantos leitos de internação são necessários na cidade. Quantas vagas nas escolas devem ser abertas, nas creches... Qual o volume de pessoas que precisam do transporte público. Quais e onde devem ser disponibilizadas as opções de lazer. Fornecimento de água tratada, captação e tratamento de esgoto. Oferta de vagas de trabalho. Coleta de lixo...

Portanto o crescimento populacional de uma cidade pode indicar, por um lado, desenvolvimento e aumento da necessidade de novos serviços, por outro. Até mesmo para se elaborar um plano de gestão do trânsito é necessário saber os dados oficiais do recenseamento, que apresenta os dados relativos à população existente, ao número de veículos em cada região da cidade. Até mesmo para planejar o asfaltamento de ruas é preciso saber os dados do Censo, para que o asfalto chegue aonde realmente precisa, isto é, onde atenda a um maior número de pessoas.