Dois homens são indiciados por crime de racismo contra a vereadora Edênia Alcântara

Acusados são conhecidos nos meios político e na sociedade de Itaúna, conforme apurou a reportagem. Além de racismo eles podem responder também por xenofobia.

Dois homens são indiciados por crime de racismo contra a vereadora Edênia Alcântara
Reprodução/Instagram/EdAlc.


Sob a responsabilidade do delegado de polícia, Leonardo Moreira Pio, foi instaurado inquérito policial e dois homens, de 44 e 48 anos, foram iniciados pelo crime de racismo, cometido contra a vereadora Edênia Alcântara, do PDT.

A denúncia foi feita pela vereadora, no dia 5 de junho, quando ela entregou, junto com a representação, prints de ofensas feitas a elas e a pessoas pretas.

Conforme o delegado, “os atos discriminatórios foram cometidos por meio de grupos de trocas de mensagens instantâneas (WhatsApp), nos quais os suspeitos não apenas ofenderam a parlamentar, mas também proferiram ofensas contra pessoas que compartilham da mesma cor de pele”.

E afirma ainda que “os indiciados responderão pelo crime previsto no artigo 2º da Lei 7.716, que trata de condutas discriminatórias e preconceituosas. A PCMG reforça o compromisso em combater crimes de ódio e ressalta que tais práticas são inaceitáveis e serão devidamente punidas”, finalizou Leonardo Pio.

A reportagem apurou que os homens indiciados seriam pessoas conhecidas na sociedade itaunense e também no meio político. Os nomes dos envolvidos não foram revelados.

Além do crime de racismo, os indiciados podem também responder por xenofobia, como narra uma das ofensas endereçadas à vereadora, fazendo afirmações pejorativas pelo fato de ela não ter nascido em Itaúna: “ordinária, não é filha de Itaúna, quero que volte para a terra dela, sai de retro satanás”. Em outra ofensa é criticada a aparência física da vereadora e de outras mulheres pretas. Vários outros prints ofensivos foram anexados ao inquérito.

Quando fez a denúncia a vereadora afirmou que “desde o início do mandato venho sofrendo com esses conteúdos e já não aguentava mais sofrer calada com tanta violência. Algumas pessoas tentam minimizar a situação dizendo que é ´mimimi´. Mas precisamos começar a dar nome às coisas e toda essa situação não é vitimismo e não é com intuito de expor a minha imagem. Mas sim, buscar justiça e mostrar que todas as mulheres merecem ser respeitadas, independente do espaço que elas ocupam. E existe uma diferença imensa entre crítica e racismo”, afirmou.