Cidadãos reclamam de abandono da Praça da Estação

Maria Fumaça virou “casa” de moradores de rua e região sofre com o descaso, segundo reclamações

Cidadãos reclamam de  abandono da Praça da Estação
O interior da Maria Fumaça, na Praça da Estação, virou moradia de mendingos e depósito de lixo. O estado é de abandono


Não bastassem as mudanças realizadas no Museu Municipal, que, segundo reclamações, se tornou um “comércio” que poucas vezes está aberto, conforme um reclamante, também existe a questão de a Biblioteca Pública estar fechada e a Praça da Estação experimentar uma situação de abandono, reclamam. “Ultimamente tem um morador de rua ocupando a Maria Fumaça, que está “apodrecendo por falta de cuidados”, disse um cidadão morador da região. O Museu só tem uma parte funcionando, como disse ele, e a outra parte “é um bar que só abre de vez em quando. Será que está sendo pago aluguel deste espaço, para só funcionar quando tem alguma promoção no local?”, perguntou ele. 

Afirma uma senhora, em contato com a reportagem, que “a Prefeitura abandonou esse local. Só lembram que a Praça da Estação existe quando a gente aciona a imprensa. A Biblioteca Municipal está fechada, o Museu, dividido e o entorno da praça abandonado. Até a limpeza só é feita por aqui, de vez em quando”. E afirma ainda que já reclamaram na Prefeitura, no setor de Assistência Social, sobre a ocupação da Maria Fumaça, “mas eles dizem que nada podem fazer”, comentou ela. “Se a região, central, onde estão o museu e a biblioteca municipal está abandonada, imagino o que não está acontecendo nos bairros”, disse um outro morador da região para apontar a necessidade de a Prefeitura providenciar cuidados, “pelo menos com o patrimônio público”. 

“O setor de Cultura só sabe mesmo é fazer festa, não se importa com a biblioteca, que está fechada há muito tempo. Mudou a função do museu para uma sala de exposições, sumiram com muitas peças que tinha lá...”, reclama um jovem que foi ao local visitar uma exposição. E completou: “A gente até que busca participar, conhecer a história da cidade, mas o setor de Cultura da Prefeitura parece que não se incomoda com esse lado, atuando apenas em festas, em montar barracas e food trucks, que acaba por ter custo para as pessoas. Não promovem nada além disso”, desabafou.

Congadeiros falam de descaso com a cultura itaunense

Com os anúncios de gastos considerados astronômicos com o carnaval, algumas lideranças do Congado itaunense denunciam o descaso com a “verdadeira cultura de Itaúna”. Apontam que a Festa do Reinado, evento mais tradicional do município, com mais de um século de existência, recebe como verba cerca de R$ 40 mil, “enquanto contratam, por exemplo, 20 pessoas da bateria de uma escola de samba carioca, pagando R$ 56 mil. Ou uma dupla de palhaços, que custou R$ 70 mil. Isso sem falar nos outros contratos para o Carnaval”, afirmou um dos líderes dos congadeiros. E citou ainda que “apenas um bloco carnavalesco recebeu uma verba de R$ 20 mil, chamada de premiação. Um homem vai lá e se veste de mulher, e ganha R$ 1,5 mil. Ou uma mulher se veste de homem e ganha o mesmo valor, enquanto a festa de mais de 100 anos da comunidade itaunense conta com uma migalha de R$ 40 mil para distribuir entre as várias guardas de congado, uma vez por ano... e acham que estão apoiando o Reinado. Estão é humilhando a gente quando fazem isso”, disse. Fica o registro e o desabafo dos congadeiros.