Aumenta número de casos de dengue no Centro-Oeste

Itaúna mostrou índice altíssimo de infestação no último LIRAa e é a quinta pior situação da região

Aumenta número de casos  de dengue no Centro-Oeste
Foto: Arquivo/FOLHA


A pandemia da Covid está praticamente controlada no País, porém as autoridades públicas, “ao que parece, não aprenderam com a situação”. Essa foi a afirmação de um cidadão à reportagem, após comentar a explosão de casos confirmados de Dengue no Centro-Oeste e a inércia dos serviços de saúde na maioria dos municípios. “Não há um trabalho intensivo de combate à dengue como deveria acontecer, visto os números apresentados nos últimos levantamentos”, disse um profissional da saúde à FOLHA, apontando a necessidade de trabalho mais efetivo das autoridades públicas. A reportagem não vai identificar as pessoas que fizeram afirmações sobre o que apontam como “descaso” a pedido das mesmas, que temem retaliações. Porém basta uma leitura superficial dos dados apresentados pelos órgãos públicos para se ter noção da gravidade e da necessidade de intensificação do combate, o que não acontece efetivamente na maioria dos municípios da região. 

Conforme reportagens da imprensa regional, uma pessoa morreu em Capitólio, vítima da doença. Divinópolis e Nova Serrana apresentam índices muito altos de constatação da doença. Em Divinópolis, conforme divulgação da Prefeitura, de 1.804 casos notificados, 855 foram confirmados com resultado positivo para a doença. Dos afetados, 59 pessoas necessitaram de hospitalização. Esses dados foram divulgados pela Prefeitura de Divinópolis, no boletim publicado no dia 22, quarta-feira. Para o combate à doença estão sendo programadas ações com o “fumacê”, carro adaptado para a aspersão de fumaça própria para o combate ao mosquito Aedes aegypti, causador da doença.

Itaúna com 12,7% de infestação

O último LIRAa – Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti realizado no Centro-Oeste de Minas mostra que Itaúna tem o quinto pior índice de infestação: 12.7%. Apesar de o índice de constatação de pessoas acometidas pela doença não seguir o mesmo índice, agora que seria o momento de atuar, conforme profissional da área da saúde disse. “Não se justifica que as autoridades primeiro esperem que as pessoas adoeçam, para depois tomarem as medidas necessárias. Ora, se o índice de infestação está alto, é preciso agir para que isso não se transforme em pessoas afetadas pela doença”, disse.

E completa lembrando que este não é o momento de apenas apontar culpados pelo alto índice de infestação, afirmando que a maioria dos focos está nos imóveis. “É preciso agir, atuar, para diminuir esses focos e evitar que as pessoas sejam atingidas. Se os focos não estão sendo atacados nas casas, não adianta apenas dizer que é preciso que as pessoas façam a sua parte. É preciso que o poder público atue efetivamente para que isto aconteça. Pode ser um erro estratégico de comunicação, por exemplo, que faz com que as pessoas não atuem como deveriam. Mas o poder público precisa, sim, agir e não apenas apontar culpados, como tem sido feito”, disse.

Itaúna, na opinião da maioria das pessoas, está em uma situação em que o alto índice de focos detectados pode se transformar em pessoas afetadas pela doença. E aí todas as ações serão para “remediar”, sendo que é necessário prevenir. Isso sem falar nas situações de terrenos abandonados, falta de capina e limpeza de espaços públicos e pátio de automóveis acumulados, como denunciado recentemente à FOLHA. É preciso agir.