Agressor do Djalma com chibatadas é denunciado à Justiça
Além do agressor, indivíduo que filmou a agressão também foi identificado, ouvido e indiciado
No dia 20 de novembro, dedicado à comemoração no Brasil da Consciência Negra, um vídeo postado nas redes sociais revoltou a população e foi destaque negativo de Itaúna em todo o País e até no noticiário internacional. Um homem foi filmado dando chibatadas em um negro, portador de sofrimento mental, após a vítima receber R$ 10 para aceitar a agressão. Antes e após bater na vítima, de nome Djalma, muito conhecida em Itaúna, o agressor fez um discurso racista e foi acompanhado com uma risada irônica de um outro indivíduo, que filmava o ato e as besteiras proferidas pelo agressor.
A Polícia Civil recebeu a denúncia e iniciou rapidamente as apurações do fato, chegando à identificação do agressor, homem de 44 anos, morador da cidade de Pará de Minas. Ele foi preso e encaminhado ao presídio, ficando à disposição da Justiça. Foi constatado ainda que o agressor tem passagens pela polícia por crimes de roubo e violência doméstica. O outro envolvido, homem de 33 anos, que fez a gravação do ato, também foi identificado e ouvido pelos policiais civis. O primeiro, em seu depoimento, disse que não tinha o cunho racista na sua ação, mas que tudo não passava de “uma brincadeira”.
O segundo, que filmou a agressão, afirmou aos policiais que não tem ligação com o agressor e nem com a vítima e que “teria registrado a cena a pedido do suspeito, para fins de postagem nas redes sociais”.
MP oferece denúncia
A FOLHA teve acesso aos autos do inquérito policial coordenado pela 2ª Promotoria de Justiça de Itaúna, que afirma o seguinte: denunciando José Maria Vilaça, vulgo “Ralf”, que completará 45 anos no próximo dia 27 de dezembro e é morador de Pará de Minas; e também Paulo Henrique Pereira de Melo, vulgo “Paulinho”, que completou 33 anos na quinta-feira, 3 de dezembro, e é morador de Divinópolis. Conforme a denúncia, no dia 10, o primeiro acusado abordou Djalma e lhe ofereceu R$ 10 para executar o ato. Que o segundo acusado assentiu em gravar o vídeo. Consta ainda da denúncia que, no dia 20, Dia Nacional da Consciência Negra, o vídeo gravado foi distribuído em grupos de WhatsApp e para veículos de comunicação. Destaca ainda a denúncia que as imagens viralizaram e causaram repulsa não só na população local, mas na “população brasileira”, como grava a denúncia.
Ao apresentar a denúncia, o MP aponta o possível cometimento de crimes de tortura, discriminação racial, discriminação por meio da internet, com agravantes. Destaca ainda se tratar de crimes hediondos e pede a condenação dos acusados às penas “que lhes couberem”. Conforme levantamentos iniciais, os acusados podem ser condenados a penas entre 15 e 20 anos de prisão.