ABERTURA NECESSÁRIA - Profissionais da construção civil cobram Prefeitura

Cerca de 50 pessoas da área participaram de reunião com técnicos da Regulação Urbana em busca de melhor tratamento pelo setor público

ABERTURA NECESSÁRIA - Profissionais da construção civil cobram Prefeitura


Há tempos os profissionais da área da construção civil em Itaúna, dentre empreiteiros, engenheiros civis, arquitetos e outros, reclamam do relacionamento com o setor público, especialmente na Secretaria de Regulação Urbana do município. As reclamações vão das barreiras que são impostas nos projetos até mesmo ao tratamento pessoal dispensado aos profissionais. Um deles chegou a comentar com a reportagem que evita ir ao setor público pois “a gente chega lá e é mal tratado, parece que estamos lá para implorar um favor, sendo que a relação deveria ser de parceria, visto que ambos os lados estão trabalhando”, disse.

Conforme alguns desses profissionais, “é muito melhor lidar com o poder público de outras cidades da região”. Assim, alguns investidores tem desviado seus projetos para cidades vizinhas como Mateus Leme, Pará de Minas, Juatuba, Itatiaiuçu e até Divinópolis. Com isso a cidade perde em investimentos, em geração de emprego e renda e em desenvolvimento. O problema é antigo, porém, nos últimos anos, tem piorado, na opinião dos profissionais. E para encontrar um meio termo, uma condição que leve o profissional a ter um relacionamento menos estressante com o poder público, foi armada uma reunião entre as partes.

Encontro tem resultados aparentemente animadores

A reunião aconteceu na tarde da quinta-feira, 30, no Auditório “Yoná Tupinambás”, na sede da Prefeitura no Boulevard Lago Sul, com a presença de cerca de 50 pessoas, se estendendo até após às 17 horas. Os técnicos da Prefeitura, lotados na Regulação Urbana, coordenados pelo secretário adjunto, Daniel Magalhães Pereira, explicaram o trabalho da Secretaria e ouviram as muitas queixas dos profissionais presentes. Conforme apurou a reportagem, quase todos se pronunciaram sobre os impasses existentes entre os profissionais e o setor público.

Uma das reclamações mais presentes nas falas é o excesso de exigências em temas simples, além da falta de esclarecimento nas solicitações de correção nos projetos. Uma exemplificação desse problema é o pedido de “correção de cotas”, “correção da situação”, sem que seja colocada “qual cota”, “correção em que sentido”, conforme afirmou um dos técnicos presentes. Conforme essa abordagem, ao determinar uma “correção de cotas”, sem abordar especificamente em qual cota deve ser feita a correção, por exemplo, dificulta, atrasa e prejudica o trabalho dos profissionais quem têm que fazer um retrabalho de análise, para “descobrir” o que está sendo pedido.

Conforme um profissional, ocorrem casos de serem corrigidas uma, duas cotas e o problema apontado pela Prefeitura ser em uma terceira situação. “Assim, nosso trabalho é prejudicado, demanda muito tempo e, como se sabe, no empreendimento, tempo é dinheiro”, especificou. Na opinião dos técnicos, se o setor de Regulação Urbana especificar o problema que necessita de correção, por exemplo, ocasiona um ganho para todos os envolvidos e elimina o estresse no relacionamento.

“As pessoas não são obrigadas a sorrir o tempo todo, a contar histórias, mas o atendimento deve ser feito em níveis de sociabilidade capazes de gerar ganho para todas as partes. Quando um técnico é recebido na Secretaria, como tem sido até então, é gerada uma situação de embate que é desnecessária e só prejudica”, comentou uma outra pessoa presente ao encontro.

Ao final da reunião, porém, a avaliação geral foi de satisfação. “Nós apresentamos os problemas, fizemos os questionamentos, expressamos onde há o descontentamento. Os profissionais da Secretaria ouviram anotaram tudo, e a promessa é de que vai ser revisto o trabalho e tudo será feito para melhorar o relacionamento entre profissionais e o poder público. É o que desejamos, para que todos ganhem. Prefeitura, profissionais e população, já que sem estresse, sem problemas, a tendência é que mais investimentos aconteçam em Itaúna, gerando trabalho e renda para os itaunenses”, resumiu um dos participantes do encontro.