Usiminas prevê investimentos de até 2 bilhões de dólares em 5 anos

Na última terça-feira, 1° de julho, em conversa com a imprensa, a Mineração Usiminas apresentou os avanços em suas práticas de ESG, sigla que significa Ambiental, Social e Governança, destacando ações ambientais, sociais e de governança corporativa. Essas iniciativas abrangem diversos municípios da região e ampliam o alcance das ações socioambientais, incluindo Itatiaiuçu, onde está localizada a operação, e Itaúna, Igarapé, Mateus Leme.

Os conceitos de ESG serão muito importantes, principalmente a partir do fato de que está previsto para 2030 a exaustão do minério de superfície na Mineração Usiminas e a empresa passará a atuar com modernização da tecnologia hoje utilizada. A empresa deverá investir cerca de US$ 1,5 bilhão na estrutura para produzir o pellet feed, também conhecido “minério verde”. Esse minério é bem mais fino, com cerca de 0,15 mm, e é usado na pelotização para a produção de pelotas de minério de ferro. Essas pelotas são então utilizadas em altos-fornos na siderurgia para a produção de aço. 

A visita foi comandada pelo presidente da Mineração Usiminas, Carlos Rezzonico: pela Diretora de Sustentabilidade, Marina Magalhães: e pelo Diretor de Operações, Adilson César de Paula; além de colaboradores da empresa, que apresentaram o local. Compareceram representantes de vários veículos de comunicação de Itaúna.

Futuro da operação e investimentos

Sobre o futuro da produção, a Mineração Usiminas planeja um investimento da ordem de 2 bilhões de dólares entre 2025 e 2030, com destaque para o projeto Compactos, cujo orçamento estimado está próximo de US$ 1,5 bilhão, mas ainda sujeito a ajustes, visa produzir um novo tipo de produto mineral, o pellet feed, conforme explicado acima, um tipo de pó mais fino, com 68% de concentração de ferro (contra os atuais 62%). Conforme explicado, a Usiminas esgotará o trabalho das minas até 2030 e, posteriormente, produzirá esse outro tipo de minério.

O plano pretende aumentar a vida útil da mina e ampliar a produção de minério de ferro para 12 milhões de toneladas/ano até 2030, com cerca de 70% da produção destinada à exportação para mercados como México, China, Oriente Médio e Mediterrâneo. Ainda de acordo com o diretor, o investimento é importante para a região, trazendo fontes de trabalho e continuidade das operações, com geração de mais de 3 mil empregos diretos e indiretos. Atualmente, a empresa é a 5ª maior produtora de minério no Brasil, com capacidade produtiva de 10 milhões de toneladas/ano.

Entretanto, a empresa enfrenta desafios logísticos e políticos na região, com debates envolvendo interesses divergentes que podem impactar o transporte do minério. Atualmente, são utilizados dutos internos para o deslocamento de rejeitos, método eficiente e seguro, cuja possível proibição acarretaria aumento de custos e necessidade de adaptação, como substituição por transporte rodoviário e implantação de novas plantas de tratamento. Porém, como destacado pela empresa, o projeto ainda está em processo de estudos de viabilidade.

Atuação ambiental e social

Entre os compromissos ambientais, a empresa destacou a recirculação de cerca de 94% da água utilizada em suas operações, reduzindo significativamente a necessidade de captação de água nova. Projetos como filtragem de rejeitos, decanter e mineroduto incorporam essa estratégia de sustentabilidade.

A preservação ambiental também é uma prioridade, com áreas naturais protegidas que são seis vezes maiores do que as áreas diretamente exploradas pela mineração. Uma dessas áreas, o Morro da Onça, em Rio Manso, possui cerca de 6 mil hectares e abriga mais de 60 nascentes que recarregam o reservatório do Manso. Além disso, o projeto “Mina de Mel” promove a apicultura em áreas preservadas, estimulando a biodiversidade local por meio da cooperação entre mineradora e apicultores da região.

Outro projeto ambiental é o Projeto Mina D’Água, que amplia a proteção às nascentes, córregos e matas ciliares da região desde 2021, mapeando e sistematizando o plano de recuperação da vegetação nativa em Áreas de Preservação Permanente. No total, são cerca de 15 mananciais mapeados.

Além disso, há o trabalho social, impactando as comunidades da região. Somente em 2024, a Mineração Usiminas alcançou mais de 100 mil pessoas, através dos projetos e ações, por meio de patrocínios via leis de incentivo.

Entre os projetos incentivados e patrocinados pela empresa está a manutenção dos cursos e oficinas na Associação dos Artesãos e Produtores Caseiros de Itatiaiuçu e Região (Acirpa), que beneficia diversas pessoas inseridos no meio do artesanato e empreendimento; e o Programa de Educação Ambiental, que é realizado em parceria com as demais integrantes da Associação das Mineradoras da Serra Azul (Amisa), com realização de cursos, oficinas e campanhas aliando educação, cultura e meio ambiente. Os projetos são realizados nas cidades de toda a região.

Segurança e tecnologia

No campo da segurança e tecnologia, a mineradora conta com monitoramento online da qualidade da água e detectores de anomalias ambientais em tempo real. O Centro de Controle Integrado acompanha simultaneamente as operações, a segurança dos trabalhadores e o meio ambiente. A inteligência artificial é empregada para identificar comportamentos de risco, como uso indevido de celular e não utilização de cintos de segurança, garantindo maior proteção à equipe.

Conforme apresentado pela Mineração Usiminas, a rede de monitoramento online de todo o sistema de trabalho é uma ferramenta fundamental para uma gestão mais eficiente e sustentável das operações.

Em relação ao monitoramento ambiental, a rede é composta por cinco estações de monitoramento da qualidade do ar e três de água, instaladas nas comunidades Quintas da Boa Vista, Samambaia, Alto Boa Vista e Gordos, localidades mais próximas das operações, e nos principais córregos da região, Samambaia e Mota. Com atuação 24 horas por dia, os dados são coletados e acompanhados por uma equipe especializada.