Quase 6 mil itaunenses não se vacinaram contra a gripe
De 1.060 professores, apenas 373 foram imunizados. Somente o grupo das crianças atingiu a meta. Itaúna alcançou 68.8% do público-alvo
A campanha de combate à Influenza terminou no dia 31 de julho e Itaúna conseguiu vacinar 68.8% do público-alvo, 5% superior à média alcançada em Minas Gerais, que foi de 63,3%. Os dados foram fechados até as 15h44 do dia 31 de julho, conforme a página do SUS que informa a cobertura por município brasileiro. O pior índice, em se tratando de uma categoria que deveria participar mais efetivamente, é a dos professores, que ficou em apenas 35,19% do público-alvo imunizado. Também foram irrisórios os índices alcançados pelas puérperas (20,63%) e gestantes (32,72%), porém o alcance do contato destas pessoas com o público em geral é menor que o dos professores. Também conta a questão da informação, do conhecimento, que é maior em relação aos professores – ou deveria ser –, além, é claro, da questão da mobilidade, muitas vezes limitada nos casos de gestantes e puérperas.
Para se ter uma noção do que representam esta negação à ciência por parte dos professores, de 1.060 catalogados em Itaúna como público-alvo a se vacinar, apenas 373 buscaram a imunização. “Uma vergonha”, como diria quele apresentador de telejornal. Felizmente, apontam especialistas, as crianças foram imunizadas em percentual acima do público-alvo determinado e alcançou o índice de 105%, isto é, mais crianças do que o esperado se vacinaram. Em seguida, com índice razoável, os trabalhadores da saúde chegaram a 81,52%, sendo que dos 2.305 aptos a se vacinarem, 1.879 foram imunizados. Os idosos chegaram a 58.30%, também muito abaixo da meta, que era de 90%.
Estado mostra números e constata que quase 40% dos mineiros não se vacinaram
Em percentual exato, 36,69% dos mineiros aptos a se vacinarem não buscaram a imunização e, com isso, colocam em risco o restante da população, assim como os 31,2% dos itaunenses que se omitiram. Conforme os dados informados pela Secretaria de Estado da Saúde, de Minas Gerais, foram aplicadas 6.640.821 doses da vacina no Estado. Em Itaúna, por sua vez, foram aplicadas 27.503 doses. A alegação de que não houve prazo para se vacinar, não se justifica, visto que a campanha de vacinação se estendeu por quatro meses. A meta era imunizar 90% da população-alvo.
A média de vacinação no Brasil, país que já foi modelo no setor, com destaque mundial em imunização e controle de doenças como a paralisia infantil, vem caindo a partir de movimentos anti-vacina e a polarização política de “direita X esquerda”. O que antes era garantia de vida saudável, deixou de ser, a partir da veiculação de dúvidas descabidas sob o efeito das vacinas, como estratégia de formação de público adepto a ideologias políticas. Vacina continua salvando vidas e é preciso se lembrar disto.