Prefeitos apontam agravamento de crise com reajuste do mínimo

Prefeitos apontam agravamento de crise com reajuste do mínimo
Foto: José Roberto Azambuja/Brasil61


O aumento do salário mínimo, de 7%, anunciado pelo Governo Federal e que passou a vigorar em 1º de janeiro deste ano, está sendo apontado pela CNM – Confederação Nacional de Municípios como fator de agravamento da crise financeira por que passam as prefeituras no País. Segundo a entidade, o impacto nas folhas de pagamento das prefeituras vai alcançar a cifra de R$ 4,33 bilhões, já que cerca de 2,3 milhões de servidores destas prefeituras recebem até 1,5 salário mínimo. Ainda conforme a CNM, as prefeituras mais impactadas serão as de menor porte, conforme matéria produzida pela agência de notícias Brasil 61. 

Os estados de Minas Gerais, Bahia e Ceará são os que concentram o maior número de servidores municipais que recebem até 1,5 salário mínimo, ainda conforme a divulgação. A soma dos servidores desses três estados corresponde a um terço do total do país. Já os estados com a menor concentração de servidores municipais com até 1,5 salário mensal são Acre, Amapá e Rondônia, completa.

Críticas às prefeituras

Por outro lado, representantes dos trabalhadores criticam a divulgação por entenderem que a crise financeira das prefeituras tem outras motivações que não o aumento do salário mínimo. Para esses críticos, a falta de planejamento e de responsabilidade na condução das administrações é o principal fator de as prefeituras estarem sempre em crise. E apontam que, quando acontecem aumentos de salários de prefeitos, vices, vereadores e cargos comissionados, que ganham salários muito maiores do que os servidores, a entidade não se manifesta apontando esse descompasso. 

Para as entidades dos trabalhadores, a informação divulgada pela CNM é apenas uma tentativa de repassar a culpa de administradores incompetentes para uma questão que não é real. O reajuste de quem ganha um, dois e até três salários mínimos ainda está muito aquém do que deveria ser, até pelo achatamento ocorrido nos mandatos dos ex-presidentes Temer e Bolsonaro, ocasião em que a entidade representativa dos municípios não apontava culpados pela crise financeira que já existia, lembram os críticos.