Prefeito quer repassar R$ 24,6 milhões para a Viasul de Itaúna

Projeto está sendo elaborada e deve ir para a Câmara nos próximos dias. Vereadores “da base” afirmam que são contra a proposta

Prefeito quer repassar R$ 24,6 milhões para a Viasul de Itaúna


Muita polêmica está prevista para a tramitação do projeto que o prefeito deve enviar à Câmara nos próximos dias. Como a FOLHA antecipou, a Prefeitura propõe repassar R$ 24,6 milhões à empresa Viasul, responsável pelo transporte coletivo da cidade. O dinheiro seria entregue à empresa para “reequilibrar financeiramente” o serviço de transporte coletivo no município. Segundo as alegações que serão usadas para tentar convencer os vereadores para aprovar o pedido, devido à pandemia a empresa teve prejuízos, com a queda de passageiros no período. E o contrato de concessão prevê que, quando existe esta situação o município deve repor as perdas da empresa. Também será usado o argumento de que, “se não for aprovado o repasse da verba, a passagem terá que ser aumentada para R$ 7, ou R$ 7,50”, conforme apurou a reportagem.

Na Câmara ainda não está oficializada a chegada do projeto, mas circula a informação que será enviado projeto para abertura de crédito especial no valor de R$ 24.600.000,00, para que seja repassado à Viasul-Itaúna. Este valor será repassado à empresa da seguinte maneira: metade, ou seja, R$ 12,3 milhões neste ano, em uma parcela. O restante, outros R$ 12,3 milhões, divididos em parcelas durante o ano de 2024. Para ter esse espaço no orçamento, a proposta é limpar algumas dotações orçamentárias, ainda não informadas.

Vereadores “da base” afirmam que são contrários

A FOLHA ouviu alguns vereadores sobre o possível repasse. Não foi possível contatar a vereadora Edênia Alcântara. O edil Ener Batista, disse à reportagem que “sou contrário a esse projeto”. Disse ainda que “lógico que estou aberto a mudar de opinião, caso seja convencido”. E concluiu afirmando que ‘meus posicionamentos não são oportunistas nem de grupo. As convicções e as opiniões públicas são meus norteamentos”, deixando o entendimento que vai buscar junto ao eleitorado o melhor posicionamento que deve ter sobre a questão.

Já a vereadora da base Ana Carolina, a Carol, disse que “hoje não (não vota favorável), de jeito nenhum”. E reafirmou, quando a reportagem refez a pergunta: “R$ 24 milhões por causa de prejuízo? Não, sou contra”. A FOLHA ainda ouviu outros vereadores que afirmam ser contrários ao repasse. Em outro caso um edil disse que “posso até votar favorável, se for a única opção para não ter aumento da passagem. Mas aí também tem que ter algum benefício para a população, como foi feito em Belo Horizonte, com aumento de horários, troca de ônibus velhos e aquisição de mais ônibus”, disse.

O líder do prefeito, vereador Léo da Rádio, também falou sobre o projeto. “Não estou de acordo, não. Como líder do prefeito, nem estou sabendo dessa proposta. A empresa presta mau serviço, o Hospital está precisando... Se viesse (para a Câmara) hoje, não votaria favorável, não”. Como se vê, o prefeito vai ter que trabalhar muito junto até mesmo dos vereadores da sua base de apoio, para conseguir convencê-los a aprovar o projeto, que vem sendo alinhavado no prédio do Boulevard. Nesta semana, inclusive, a reportagem apurou que aconteceu reunião com a presença do prefeito, do advogado da empresa Viasul, Jardel Araújo, que foi procurador da Prefeitura, do atual procurador-geral do município e da gerente do setor de Trânsito, Cíntia Valadares, provavelmente para tratar do assunto. O encontro foi a portar trancadas no gabinete do prefeito.