Pedidos de refúgio crescem 73%

Conflitos, violência, pobreza e guerras, são algumas das causas que forçam milhares de pessoas a fugir de seu país

Pedidos de refúgio crescem 73%
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil


Somente em 2022, o Brasil recebeu 50.355 pedidos de refúgio, o que representa um aumento de 74% em comparação aos 29.107 pedidos registrados em 2021. Os dados são do Observatório das Migrações Internacional (OBmigra), instituído em 2013 a partir de uma parceria do governo federal com a Universidade de Brasília (UnB). 

As solicitações foram apresentadas por pessoas de 139 países, sendo 67% por venezuelanos, 10,9% por cubanos e 6,8% por angolanos.

Dessa quantia, o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, analisou 41.297 pedidos, incluindo alguns pedidos de anos anteriores, e apenas 5.795 tiveram a condição de refugiadas reconhecida no país.

Cerca de 57,8% dos pedidos foram apresentados na Região Norte, sendo 41,6% em Roraima, 11,3% no Amazonas e 3,3% no Acre. Dos pedidos reconhecidos, 77,9% são de venezuelanos e 7,9% de cubanos. Os dados também indicam que os homens representam 56% e as mulheres, 44%.

Ao final de 2022, o Brasil tinha 65.840 pessoas refugiadas reconhecidas, sendo a maioria por grave e generalizada violação de direitos humanos.

Uma tendência que a pesquisa identificou foi o “rejuvenescimento” das migrações. Em 2011, os pedidos de refúgio de pessoas com menos de 15 anos de idade eram inferiores a 8%. No último ano, o percentual subiu para 29,96%, sendo que os grupos de 15 anos e entre 24 e 40 anos tiveram o maior número de solicitações.

Dia Mundial do Refugiado

No último dia 20 de junho foi celebrado o Dia Mundial do Refugiado, que marca a coragem, as necessidades e os direitos das pessoas nessa condição. O refúgio acontece por muitos fatores, como conflitos, violência, pobreza e alterações climáticas.

Sob o lema “Esperança longe de casa. Um mundo onde os refugiados são sempre incluídos”, a comunidade internacional e o Acnur querem incluir os refugiados nas comunidades onde encontraram segurança, depois de atravessarem uma fronteira internacional para fugir de seu país.