Itaúna teve um caso em humano em 2017

Regional de Saúde informa levantamento sobre infecção em humanos. Município é que deve fornecer dados sobre infecção em cães

Itaúna teve um caso  em humano em 2017
Foto: Arquivo/FOLHA


Conforme reportagem da FOLHA na edição passada, foram pedidas à Regional de Saúde de Divinópolis, que atende a 54 municípios da região, e à assessoria de imprensa da Prefeitura de Itaúna informações em relação à incidência de Leishmaniose no município. A Regional de Saúde encaminhou resposta, repassando dados relativos à Leishmaniose Visceral, ocorrência em humanos, sendo que o controle e informações sobre da doença em relação aos cães é de responsabilidade do município. Como a resposta da Prefeitura não ocorreu – como acontece na maioria das solicitações –, a FOLHA repassa o que ocorre em relação a humanos, conforme dados da Regional.

“A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio da Superintendência Regional de Saúde de Divinópolis, informa que são notificados pelas secretarias municipais os casos suspeitos ou confirmados de leishmaniose visceral em humanos. Os dados de casos caninos da doença não são disponibilizados no Sinan e devem ser apurados junto aos municípios”, informa a assessoria da Regional. E continua: “segundo dados extraídos do Painel de monitoramento de casos de Leishmaniose Visceral do Estado de Minas Gerais, a macrorregião de Saúde Oeste teve 15 casos confirmados da doença entre 2020 até 2023*. De acordo com o painel, há uma estabilidade no número de casos, sendo 2 em 2020. Em 2021, 6. Em 2022, 5. E 2023*, foram 2 acasos até o momento”. 

Em Itaúna, foi registrado um caso de Leishmaniose Visceral em humano, ocorrido em 2017, na apuração feita durante os últimos seis anos. Em relação à incidência da doença em cães, não há informações até que a Prefeitura, porventura, possa encaminhar algum dado. O fato é que vários registros de casos têm sido anotados nos últimos meses no município. Por fontes não oficiais, a incidência da doença é alta, não só em Itaúna, mas em toda a região.

Vacina tem lotes recolhidos

E a situação se agrava na medida em que a vacina contra a doença que é comercializada no mercado brasileiro, a Leish-Tec, apresentou problemas de eficácia e teve 44 lotes de sua produção recolhidos. Assim cães vacinados com esses lotes não estariam imunizados como se esperava. Com isso, é maior o risco. 

Os lotes recolhidos da vacina são os seguintes: 024/22; 025/22; 026/22; 027/22; 028;22; 030/22; 031/22; 032/22; 033/22; 034/22; 035/22; 036/22; 038/22; 039/22; 040/22; 041/22; 042/22; 045/22; 046/22; 047/22; 048/22; 049/22; 050/22; 051/22; 052/22; 053/22; 054/22; 055/22; 056/22; 057/22; 058/22; 059/22; 001/23; 002/23; 003/23 e 005/23; 029/22; 037/22; 043/22; 044/22; 060/22; 004/23; 006/23; e 017/23.

Caso o seu pet tenha recebido vacina de um desses lotes, é necessário retornar com ele ao veterinário e buscar nova proteção. Mas o problema persiste em relação aos cães vadios, que inundam as ruas e praças da cidade, como vem sendo registrado há algum tempo. A doença é transmitida pelo mosquito palha. E as condições em que sobrevivem os animais nas ruas são bastante propícias à proliferação da doença, exigindo ação imediata e organizada do poder público para evitar o que pode se tornar uma pandemia de Leishmaniose, que pode levar à contaminação, inclusive, de seres humanos.