CRIME AMBIENTAL - Lodo de resíduos da Patense incomoda moradores

A reportagem da FOLHA foi acionada por moradores e sitiantes da região dos Paulas, comunidade rural de Itaúna, com a denúncia de forte mau cheiro e contaminação de curso d’água em uma fazenda na região. Conforme apurado pela reportagem, a propriedade teria sido arrendada por um ex-funcionário da indústria Patense, que realiza plantações no local, atualmente seria plantação de milho. Para preparar a terra para o plantio, utiliza lodo proveniente da indústria, que seriam “restos de tratamento de resíduos”. E, se o mau cheiro exalado na produção da empresa já é forte, o lodo proveniente dos resíduos, que é misturado à terra para a plantação, não é menos malcheiroso.
Além do problema do mau cheiro, que chega a provocar ânsia de vômito nas pessoas, conforme denunciado, ainda existe o risco de contaminação de cursos d´água, como em um córrego existente nas proximidades, também pode alcançar o lençol freático, comprometendo toda a água da comunidade. Conforme os reclamantes, já foram feitas denúncias em várias instâncias, porém sem uma resposta efetiva.
Já foram feitas denúncias junto à Polícia Militar do Meio Ambiente, segundo os reclamantes, e a informação é sempre de que “vão averiguar”, mas sem que isso ocorra. Na Prefeitura, após serem feitas as reclamações, a resposta seria de que a licença da Patense é concedida pelos órgãos estaduais e que o Município não tem como atuar. Dizem que até mesmo o IEF já teria sido acionado, sem que uma solução, ou mesmo resposta prática às denúncias, tenha ocorrido.
“Nossa saída é denunciar à imprensa, pois, assim, talvez, as autoridades tomem alguma medida”, disse um dos reclamantes, alegando já estar cansado de procurar os órgãos públicos. Pedem que os vereadores, a Polícia Ambiental, a Prefeitura ou alguma liderança com influência possa atuar em defesa da comunidade. “O que não pode continuar é a gente sofrer esse tipo de agressão ambiental, já confirmada que é um crime, toda vez que espalham esse lodo por aqui”, disse um trabalhador rural da região. E acrescentou ainda que, enquanto dois lados são beneficiados – o arrendatário da fazenda, que ganha o lodo; e a empresa, que fica livre do resíduo – para que toda uma comunidade seja prejudicada.