Cidadão questiona obra da Manoel da Custódia em tom agressivo
Um cidadão que se identifica como sendo Carlinhos da Etenge, gravou um vídeo nos últimos dias e postou nas redes sociais, fazendo críticas ao secretário de Infraestrutura e ao prefeito, devido à obra que vem sendo realizada na Avenida Manoel da Custódia. Em tom agressivo ele agride o secretário com acusações e aponta o que chama de erros na execução da obra. O vídeo começa com ele apontando um bueiro que, segundo o reclamante, “é da era medieval”, devido à altura e abertura para a passagem de água. Em vários momentos o cidadão questiona o secretário e fala de problemas relativos à obra. Afirma que é engenheiro e questiona pontos como “falta de sinalização e de segurança” para os trabalhadores e transeuntes. Afirma, inclusive, que teria filmado “um menino, de uns 14 anos, operando uma máquina”, denuncia. Afirma também que um monte de terra que seria usado para aterramento está “contaminado com material orgânico”.
Em seguida ele vai até uma placa de anúncio da obra e aponta o valor (R$ 1.656.557,29) e faz a acusação mais grave que pode ser encontrada no vídeo, apontando os nomes do prefeito Neider Moreira e do secretário de Infraestrutura, Rosse Andrade: “isso é (uma) quadrilha. Vocês não têm noção da quadrilha. Esse bando é nojento. Olha isso, estão pagando como Sudecap (referindo-se ao custo de obras daquele órgão da capital)”. O homem ainda questiona os vereadores e cita uma situação “vereador de engenharia (sic) que não consegue fiscalizar engenharia” (possivelmente se referindo ao edil Kaio, que é engenheiro de formação). E afirma, por várias vezes, que os vereadores “não têm culhão”.
Carlinhos da Etenge ainda se refere à planilha da obra da Jove Soares, citando o valor de R$ 700 mil e afirmando que “já olhei ela. Isso vai dar ruim pra vocês!”, logo após dizer que a planilha “é fraudulenta”. Ainda mostrando o local, ao apresentar imagens de esgoto escorrendo no local, ele afirma que o prefeito é “criminoso ambiental”. O vídeo segue, em tom nervoso, exaltado e desafiador, acusando o secretário, o prefeito e questionando os vereadores.
Rosse e Gláucio
Martins falam sobre
as questões técnicas
Ao ser questionado sobre a situação e o vídeo que está circulando nas redes sociais, o secretário de Infraestrutura, Rosse Andrade e o engenheiro do município, Gláucio Martins, compareceram à redação da FOLHA para tratar do assunto. Sobre o homem que gravou o vídeo, tanto o secretário quanto o engenheiro da Prefeitura preferiram não se estender, comentando apenas que ele seria da área da arquitetura, casado com uma mulher que passou em concurso em Itaúna e que trabalha em Belo Horizonte. Também informaram que existem comentários de que o cidadão está “dando trabalho, no CREA” local. Sobre a obra, Gláucio Martins disse que ele e mais três engenheiros fazem o acompanhamento de todo o trabalho e que “tudo está sendo feito dentro das técnicas necessárias”.
Gláucio lembrou ainda que “o problema naquele local existe há mais de sessenta anos. Não é novo. Toda a rede de esgoto foi afetada com as chuvas e terá de ser trocada”. Sobre a obra, após concluída, disse que “vai resolver o problema. Para ter alagamento será preciso que chova em uma proporção que alague toda Itaúna”, disse. “Foram colocadas manilhas com diâmetro suficiente para dar vazão a toda a água que cair ali”. Também será necessário que não caia terra na entrada da manilha. “O cidadão que questionou a obra está equivocado”, disse Gláucio. Sobre a questão do bueiro, foi dito que, “parece mesmo que está alto (a entrada para a água), mas é preciso ainda fazer a pavimentação. Quando isso acontecer, vai ser uma altura normal. Está assim porque a obra ainda não está concluída”.
Sobre as acusações feitas ao secretário, questionando seu conhecimento na área da engenharia, Rosse lembrou que ele é o gestor e que os técnicos para a realização da obra, no caso os engenheiros, “existem quatro deles, dando o acompanhamento e a assistência necessária”. Sobre a finalização da obra, Gláucio disse que “vamos fazer o calçamento, primeiro, os meios-fios, para depois fazer o asfaltamento. Por que isso? Porque o calçamento é mais rápido, mais simples, e assim libera o trecho mais rápido. Depois vem e faz o asfaltamento”, disse. Adiantou ainda que em um prazo de até sessenta dias a obra deve estar concluída. Concluindo, o secretário Rosse Andrade reafirmou que a obra está sendo realizada dentro das técnicas de engenharia existentes, com acompanhamento de vários profissionais e que, ao final, o serviço vai permitir que o problema de alagamento naquele local deixe de existir. Inclusive, com a construção de uma rede de captação pluvial que não existia naquele trecho, como destacou o secretário.