Sítio Cascalho: histórias de superação na cafeicultura

O Sítio do Cascalho, em Natércia, no Sul de Minas, faz jus ao nome. Por lá, o solo repleto de pedregulhos é sinônimo de desafios, mas também marca registrada do esforço e da resiliência que atravessam quatro gerações da família de Leandro Henrique da Silva Almeida. Uma história iniciada há quase um século e que hoje se traduz em uma lavoura onde 90% da produção é de café especial. História O bisavô de Leandro chegou à região há cerca de 100 anos e iniciou o cultivo de mandioca e a criação de gado para subsistência. Com o passar do tempo, o avô, Vicente Olímpio, deu continuidade ao trabalho e, além da mandioca e da pecuária, passou a produzir arroz. Na época, apenas o excedente era comercializado. O café só chegou ao Sítio do Cascalho anos mais tarde, quando a cafeicultura ganhou força no município. Foi nesse momento que o avô decidiu investir na produção. Segundo Leandro, o primeiro plantio foi feito de forma totalmente manual, com uso de enxada e muito esforço para manejar o solo cheio de cascalho. O resultado foi cerca de mil pés de café, que renderam 12 sacas colhidas. Com a experiência acumulada pelos antepassados, o pai de Leandro, Márcio Batista, decidiu dar mais um passo. Vendeu dois garrotes e investiu em mudas, adubo e no manejo da terra. Ainda na década de 1990, conseguiu um trator emprestado, o que garantiu um preparo mais eficiente do solo. O esforço deu resultado: no primeiro ano, foram três mil mudas plantadas, que se multiplicaram ao longo dos anos graças ao trabalho conjunto da família. Desafios e sucessão familiar Há seis anos, a família enfrentou um dos momentos mais difíceis de sua história: uma tempestade de granizo destruiu 80% da lavoura. Diante da adversidade, Leandro, recém-formado no ensino médio, retornou ao sítio e buscou outros empregos para ajudar a família, enquanto o pai se dedicava à reconstrução da produção. │ “A natureza nos ensina muita coisa, principalmente a resiliência. Ver meu pai reconstruir a lavoura, não desistindo do que sempre foi o nosso sustento, isso formou o meu caráter, aumentou a minha fé e, depois de passar por isso e ver a reconstrução, tudo se torna mais satisfatório”, lembra Leandro. Essa trajetória foi registrada em um dos capítulos do livro “Os jovens, as gerais e o agro”, projeto da Faemg do qual Leandro foi convidado a participar. Evolução Desde então, a família se uniu ainda mais em torno da cafeicultura. Leandro conta que realizou todos os cursos do Senar voltados ao café, além de capacitações no Instituto Federal de Minas Gerais, campus Muzambinho. Atualmente, ele cursa Agronomia. Com essa bagagem, passou a sugerir melhorias no pós-colheita, na separação dos grãos por talhão, na formação de lotes distintos e na identificação das características de cada café. Hoje, o Sítio do Cascalho conta com cerca de 30 mil pés de café, sendo 20 mil pertencentes a Márcio e 10 mil a Leandro. Juntos, produzem aproximadamente 200 sacas por safra, com 90% de café especial. Parte da produção é comercializada com cafeterias de Belo Horizonte, enquanto o restante é destinado à produção própria, com torra e empacotamento. Atualmente, são 50 pacotes por mês, com expectativa de crescimento. │ “O café vai continuar sendo o sustento da minha família, mas pretendo melhorar o nível tecnológico das lavouras, com maior produtividade e com foco maior em qualidade”, planeja Leandro.

Sítio Cascalho: histórias de superação na cafeicultura

O Sítio do Cascalho, em Natércia, no Sul de Minas, faz jus ao nome. Por lá, o solo repleto de pedregulhos é sinônimo de desafios, mas também marca registrada do esforço e da resiliência que atravessam quatro gerações da família de Leandro Henrique da Silva Almeida. Uma história iniciada há quase um século e que hoje se traduz em uma lavoura onde 90% da produção é de café especial.

História

O bisavô de Leandro chegou à região há cerca de 100 anos e iniciou o cultivo de mandioca e a criação de gado para subsistência. Com o passar do tempo, o avô, Vicente Olímpio, deu continuidade ao trabalho e, além da mandioca e da pecuária, passou a produzir arroz. Na época, apenas o excedente era comercializado.

O café só chegou ao Sítio do Cascalho anos mais tarde, quando a cafeicultura ganhou força no município. Foi nesse momento que o avô decidiu investir na produção. Segundo Leandro, o primeiro plantio foi feito de forma totalmente manual, com uso de enxada e muito esforço para manejar o solo cheio de cascalho. O resultado foi cerca de mil pés de café, que renderam 12 sacas colhidas.

Com a experiência acumulada pelos antepassados, o pai de Leandro, Márcio Batista, decidiu dar mais um passo. Vendeu dois garrotes e investiu em mudas, adubo e no manejo da terra. Ainda na década de 1990, conseguiu um trator emprestado, o que garantiu um preparo mais eficiente do solo. O esforço deu resultado: no primeiro ano, foram três mil mudas plantadas, que se multiplicaram ao longo dos anos graças ao trabalho conjunto da família.

Desafios e sucessão familiar

Há seis anos, a família enfrentou um dos momentos mais difíceis de sua história: uma tempestade de granizo destruiu 80% da lavoura. Diante da adversidade, Leandro, recém-formado no ensino médio, retornou ao sítio e buscou outros empregos para ajudar a família, enquanto o pai se dedicava à reconstrução da produção.

“A natureza nos ensina muita coisa, principalmente a resiliência. Ver meu pai reconstruir a lavoura, não desistindo do que sempre foi o nosso sustento, isso formou o meu caráter, aumentou a minha fé e, depois de passar por isso e ver a reconstrução, tudo se torna mais satisfatório”, lembra Leandro.

Essa trajetória foi registrada em um dos capítulos do livro “Os jovens, as gerais e o agro”, projeto da Faemg do qual Leandro foi convidado a participar.

Evolução

Desde então, a família se uniu ainda mais em torno da cafeicultura. Leandro conta que realizou todos os cursos do Senar voltados ao café, além de capacitações no Instituto Federal de Minas Gerais, campus Muzambinho. Atualmente, ele cursa Agronomia. Com essa bagagem, passou a sugerir melhorias no pós-colheita, na separação dos grãos por talhão, na formação de lotes distintos e na identificação das características de cada café.

Hoje, o Sítio do Cascalho conta com cerca de 30 mil pés de café, sendo 20 mil pertencentes a Márcio e 10 mil a Leandro. Juntos, produzem aproximadamente 200 sacas por safra, com 90% de café especial. Parte da produção é comercializada com cafeterias de Belo Horizonte, enquanto o restante é destinado à produção própria, com torra e empacotamento. Atualmente, são 50 pacotes por mês, com expectativa de crescimento.

“O café vai continuar sendo o sustento da minha família, mas pretendo melhorar o nível tecnológico das lavouras, com maior produtividade e com foco maior em qualidade”, planeja Leandro.