Vereadores fazem acordo e engavetam CPI

Depois de reunir provas e levar o caso à polícia, reunião interna colocou “panos quentes” no assunto. Possíveis ações da Polícia Civil e do MP ficam suspensas

Vereadores fazem acordo e engavetam CPI
Na reunião da semana, Alexandre, Lacimar e Kaio ficaram fora do plenário, em reunião interna para discutir o “engavetamento” do caso, que envolve sites e redes sociais feitas e disparadas de dentro da Câmara por assessores

A FOLHA antecipou que a retomada dos trabalhos na Câmara de Itaúna após o recesso de meio do ano poderia ter um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI, para apurar a relação do vereador Kaio Guimarães e do assessor de imprensa da Casa, André Messias Silva Lisboa, indicado por Kaio, com um site de notícias que tem postado informações depreciativas de outros vereadores. Conforme a apuração do fato, a página no Instagram, denominada “O Itaunense”, que se apresenta como responsável pelo “melhor jornalismo de Itaúna”, seria ligada ao assessor de imprensa da Câmara e ao vereador Kaio Guimarães, conforme farta documentação a que a reportagem teve acesso.

Todo esse material foi amealhado em pesquisas pelos vereadores Alexandre Campos e Lacimar Cezário (Três), que teriam sido vítimas de textos publicados na referida página. A polícia teria sido consultada sobre a possibilidade de uma queixa crime e foi decidido que o fato seria levado à reunião da Câmara e, ainda, possivelmente ao Ministério Público (MP). Porém uma reunião dos vereadores citados com o presidente da Câmara, Antônio de Miranda (Tõezinho), e depois com o acusado, Kaio Guimarães, terminou em acordo para “engavetar” o assunto. Na reunião, inclusive, Kaio teria confessado a sua ligação com o site.

Assim, na reunião da terça-feira, 5, que abriu os trabalhos do Legislativo no segundo semestre deste ano, o assunto não foi colocado em plenário, conforme se ameaçava anteriormente. Porém a informação é de que a documentação foi juntada e foram colhidas impressões de profissionais da área jurídica e até policial, que foram unânimes em afirmar que o caso seria bastante robusto para uma CPI e até mesmo para investigação por parte do MP, culminando em possível ação da polícia e na Justiça contra o vereador e o assessor. Com o acordo, parece que foram colocados “panos quentes” sobre o tema. Até quando não se sabe.