Trabalhadores fazem segundo ato e cobram resposta
Os trabalhadores da Santanense Tecidos realizaram nova manifestação, na segunda-feira, 22, cobrando respostas da direção da empresa em relação aos problemas apontados, como atraso no pagamento e repasses de benefícios, como o ticket leite. Conforme reportagem da edição passada, os trabalhadores reclamam de atrasos no pagamento de salário, depósitos do FGTS, repasse de benefícios e, principalmente, a falta de informações por parte da empresa, em relação aos questionamentos da categoria.
As dezenas de funcionários da empresa afirmam que vão continuar atuando em busca da solução do problema. As manifestações têm, ainda, o objetivo de atrair a atenção de autoridades municipais e estaduais que, na opinião de parte dos manifestantes, estão omissas em relação ao problema. “Somos muitas famílias que vivem aqui, produzem aqui e que não tem amparo das autoridades municipais. Poucos são os políticos que nos têm dado apoio”, disse uma manifestante à reportagem.
Os manifestantes que falaram à FOLHA afirmam que esperam contar com o apoio dos políticos itaunenses, visto que “o problema não é só nosso. A fábrica, a mais antiga da nossa cidade, está sendo abandonada, nos dois sentidos, pelos proprietários, que parecem não ter compromisso algum com os trabalhadores; e pelas autoridades locais que não levam em conta o problema que é o fechamento desta empresa centenária, que ajudou a construir a nossa cidade”, desabafou um dos presentes.
Enquanto as lideranças políticas de Itaúna não se manifestam, como se o problema fosse apenas dos trabalhadores e não de toda a comunidade itaunense, o problema já chegou à Capital Federal, conforme informações obtidas pela reportagem. A confederação de sindicatos do setor, com sede em Brasília, está cobrando solução para o problema do grupo Coteminas, que envolve não só a situação da Santanense, mas também de outras unidades da empresa, com em Pará de Minas. E a expectativa dos trabalhadores de Itaúna é que o movimento se fortaleça, com apoio de autoridades locais, para ganhar mais representatividade e chegar a uma solução o mais rápido possível. “Afinal, a Santanense é um ícone do desenvolvimento de Itaúna, que não pode ser tratada desta maneira pelo grupo econômico que a adquiriu. Itaúna precisa se levantar em favor dos trabalhadores e da sua história”, convocou um dos manifestantes.